Diretor do Corinthians explica empréstimos milionários e questiona dívida com órgão público
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Por Meu Timão
Corinthians deve R$ 35 milhões para seu patrocinador máster por conta de um empréstimo
Rodrigo Coca / Agência Corinthians
O Corinthians vive momento financeiro delicado. Na última temporada, por exemplo, o clube registrou seu maior déficit da história: R$ 195 milhões. Para contornar esse cenário, a direção pegou empréstimos com os bancos BMG e Daycoval. Questionado sobre o tema, o diretor financeiro Matias Ávila justificou as movimentações.
"Foi dinheiro para cobrir os compromissos de falta de receita, porque caiu muito a arrecadação. Todos os clubes terão problemas até 2022, depois vai ser outra vida. O Flamengo fez dois jogos para testar o streaming. O primeiro foi de graça, bombou, o segundo cobrou, a torcida não gostou. Eu fiz os empréstimos porque temos créditos, tivemos compromissos e pagamos. A dívida cresceu, mas com a arrecadação que temos, precisamos cumprir os compromissos. A Lei Pelé, você tem que fazer contrato com 36 meses, se ele não joga, você paga os 36 meses", explicou em entrevista à Rádio Bandeirantes.
"Um plano com todas as diretorias, de redução, foi feito. Basquete, futsal, vôlei não tem mais... Quando se manda embora tem que pagar. Os empréstimos que fiz foi para pagar os compromissos do ano passado. Esse ano não pegamos nada, só renegociamos. Vamos liquidar toda a parte de FGTS que tá atrasada, de 18 milhões mais ou menos; salário e alguns compromissos que vamos saldar, como comissões. Salário no clube não tá atrasado, financeira e administrativa está perfeitamente bem. As arrecadações vão mudar o contexto", completou.
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Os empréstimos, cabe destacar, são de R$ 35 milhões com o BMG e R$ 46 com o Daycoval. Esse, porém, não parece ser o grande problema. Em inúmeras entrevistas, Andrés Sanchez ressalta o número alto de contratações. Mesmo com as várias apostas, porém, Matias garante que o ano vai acabar bem para o Timão.
"Isso (quantidade de contratações) é coisa do presidente com o diretor de futebol, passa por mim, mas não nego. Tínhamos a previsão de venda ano passado e não foi feita, esse ano foi feita. Pedrinho, André Luis, Pedro Henrique, Gustavo... Vamos fechar o ano com balanço positivo. Vocês vão ver os balanços dos grandes de São Paulo, todo mundo tem problema. Não temos problema de dívida, nós estamos pagando. Desses 900 e tanto, temos de longo prazo, 354. O resto é dívida de jogador. Vamos terminar o ano bem, não temos problema financeiro neste ano", completou.
Não bastassem os gastos excessivos e a queda de arrecadação, o Corinthians tem lidado com uma série de cobranças judiciais. Uma das mais recentes em termos de grande quantia é a da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), que cobra quase R$ 12 milhões pela operação em torno da Neo Química Arena nos dias de jogo. Para o dirigente, essa cobrança não faz sentido.
"Da CET, não é o Corinthians, é de operação da Arena. Estamos discutindo na Justiça. Não sei o valor de cabeça, mas acho que a dívida é 1,5 milhão, o valor da ação. O Corinthians não deve 12 milhões. É um dever do agente público cuidar do evento. Acho que o que é o poder público, é do poder público. A CET é problema da prefeitura não do Corinthians; Não convocamos a CET, a prefeitura que mandou. Estou discutindo a ação. Eu, particularmente, acho que é um problema do poder público. Pagamos toda a parte de compromisso com a prefeitura. O órgão de economia mista, que presta serviço por concessão, é de responsabilidade de prefeitura. Acho que a ação inicial é de 1,5 milhão", finalizou.
