Ex-fisioterapeuta faz nova tentativa na Justiça contra o Corinthians e pede bloqueio à CBF
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Por Rodrigo Vessoni
O fisioterapeuta Julio Suman, que já tem ganho de uma causa trabalhista com o Corinthians por uma ação que se arrasta desde 2010, fez uma nova tentativa de receber o dinheiro que a Justiça entendeu ser o correto. Em agosto, R$ 1.835.825,70. Neste momento, atualizado, o valor deve ultrapassar os R$ 2 milhões.
A reportagem do Meu Timão teve acesso a última movimentação do processo, que foi a do pedido dos advogados do ex-funcionário ao juiz da 45ª Vara do Trabalho de São Paulo, na qual solicita o bloqueio dos prêmios do Corinthians na CBF.
Na petição, os advogados lembram que o clube teve direito a receber valores milionários das cotas do Campeonato Brasileiro e, mais recentemente, das três fases da Copa do Brasil (duas já disputadas e uma ainda a disputar). O ofício foi enviado diretamente à CBF.
Essa não é a primeira tentativa de Julio Suman receber a indenização. Anteriormente, seus advogados tentaram bloquear judicialmente as contas bancárias do clube e também pediram o valor da transferência de Pedro Henrique ao Athletico-PR.
A reportagem do Meu Timão entrou em contato com o fisioterapeuta, que informou ter buscado o clube para um acordo. A oferta, porém, não foi respondida nem sequer virou uma contraproposta do clube, segundo o ex-funcionário. O clube, por sua vez, confirma que recebeu a proposta, mas nega que a mesma tenha sido ignorada.
Entenda o caso
Suman trabalhou no clube entre março de 2008 e dezembro de 2009. O fisioterapeuta pediu ressarcimento por uma série de direitos trabalhistas não respeitados, já que foi contratado como pessoa jurídica enquanto os outros dois fisioterapeutas do clube, que exerciam a mesma função, recebiam pela CLT.
O fisioterapeuta perdeu na primeira instância a parte que citava o vínculo empregatício, em 2014, mas recorreu e ganhou a causa no TRT (Tribunal Regional do Trabalho). Com isso, o processo voltou para o juiz de primeira instância e, lá, Suman teve ganho de causa para todas as verbas trabalhistas não pagas neste período.
Foi a vez, então, de o Corinthians recorrer à causa, em 2017, mas o TRT manteve a decisão favorável a Suman. O clube, então, levou o tema ao TST (Tribunal Superior do Trabalho), mas também sem sucesso. Paralelamente a isso, o perito judicial calculou o valor milionário de indenização, corrigido pela inflação. Agora o estágio é a de execução do valor pendente.
Em tempo: a causa foi revelada pelo Meu Timão em junho de 2020. A ausência desse débito no balanço financeiro de 2019, assim como uma dívida com o clube paranaense J. Malucelli, causou até reprovação das contas no Conselho de Orientação e Conselho Fiscal do clube. O financeiro do Corinthians, inclusive, refez o balanço por causa das duas pendências. O déficit de R$ 177 milhões na temporada 2019, então, passou a ser de R$ 195 milhões