Corinthians precisa de reestruturação profunda para se reestabelecer financeiramente; veja estudo
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Por Meu Timão
O Corinthians vive um momento delicado financeiramente. Segundo o relatório de Análise Econômico-Financeira dos Clubes de Futebol, do Itaú BBA, divulgado pelo economista César Grafietti nesta terça-feira (15), o Timão só teve dois pontos positivos durante o ano de 2020 e precisa passar por uma profunda reestruturação.
Além de conseguir alongar as dívidas para serem pagas posteriormente, o time do parque São Jorge se destacou também com a venda de jogadores. A receita total do clube em 2020 cresceu 8%, que foram impulsionadas pela venda de atletas, considerada cinco vezes maior que o ano de 2019. Porém, o clube foi afetado pela pandemia e viu as receitas recorrentes terem uma queda de 21%.
Já os pontos negativos levantados pelo levantamento foram: desempenho esportivo ruim, problemas de fluxo de caixa, aumento da dívida de todo os tipo e, principalmente, investimentos feitos acima da capacidade financeira do clube.
A dívida do clube vem crescendo de forma rápida. De 2017 a 2020, há um aumento de mais que o dobro entre os valores das dívidas. Por outro lado, as receitas do clube não vem seguindo o mesmo ritmo. Em 2017, por exemplo, o clube teve uma receita de R$ 366 milhões, enquanto em 2020 o total foi de R$ 389 milhões. Mesmo assim, no ano passado, o Corinthians investiu R$ 82 milhões de reais em contratações de atletas.
Para o consultor de gestão e finanças do esporte, César Grafietti, “acabaram as fichas” para o Corinthians e o clube precisa passar por uma reestruturação profunda.
Veja o resumo de César Grafietti sobre a situação financeira do Corinthians
Acabaram os créditos. Ou, para quem é mais velho, acabaram as fichas. Não há mais espaço e alternativas para o Corinthians que não seja uma reestruturação profunda.
Não dá para responsabilizar apenas a pandemia. O clube vem de gastos e investimentos elevados há algum tempo, e nos dois últimos anos isso contribuiu muito para o cenário de crescimento assustador das dívidas. Com dificuldade em fazer as receitas crescerem, pois no futebol não há espaço para grandes saltos e o desenvolvimento de novas fontes é gradual, o clube precisa de cortes drásticos nos investimentos e custos, o que não foi visto em 2020, com cortes amenos em Pessoal mas crescimento em Outras despesas.
A reestruturação da dívida da arena pode ser um alívio e o início de um processo. A contratação de consultorias também, desde que sejam ouvidos e isso resulte em menos saída de caixa. A expressão “cash is king” nunca foi tão importante para o clube. Mas no lugar de significar craques para o time, deve ser entendida como possibilidade de manter as contas em dia.
O Corinthians tem condições de se reestruturar e recuperar. Demandará tempo, paciência e comunicação clara com o torcedor. E vontade de fazê-lo.
A conta ficou salgada.