Arthur Elias admite ter guardado estratégia após 'nada de bom' em jogo de ida da final do Paulistão
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Por Giovana Duarte e Julia Raya
Inversão entre Gabi Zanotti e Gabi Portilho foi uma das estratégias de Arthur Elias para confundir a marcação adversária
Rodrigo Gazzanel/Ag. Corinthians
O Corinthians conquistou o tricampeonato Paulista após vencer o São Paulo por 3 a 1 na última quarta-feira. Para reverter o resultado do jogo de ida, vencido pelas adversárias por 1 a 0, Arthur Elias afirmou ter "guardado" uma estratégia para a partida de volta.
Em entrevista coletiva concedida após a conquista do título estadual, Arthur Elias fez uma análise do primeiro jogo contra o São Paulo pela final do Paulistão, onde afirmou não ter avaliado praticamente nada de positivo. Assim como Vic Albuquerque, o treinador concordou que o primeiro Majestoso tenha sido uma das piores atuações na temporada.
"Em relação à primeira partida, nossa equipe realmente está muito desgastada mentalmente e fisicamente. Foi um ano muito duro para nós. Sabíamos que íamos enfrentar uma dificuldade muito grande no Morumbi porque o São Paulo se preparou um mês só para esse confronto, só para jogar contra a gente. E a gente vem de uma rotina extremamente desgastante", explicou Arthur.
"Eu avaliei o primeiro jogo como, praticamente, nada de bom. Acho que jogamos muito mal, não conseguimos controlar o jogo em quase nenhum momento. Não criamos oportunidades de gol. Teve algumas, mas não claras, não por mérito. Jogamos com uma intensidade abaixo, perdemos muitos duelos individuais. Tudo fruto desse diagnóstico que acabei de falar para você", completou o treinador.
O técnico corinthiano tem o costume de realizar mudanças rápidas quando não vê evolução na equipe, algo que não se concretizou no jogo de ida. Segundo Arthur, o motivo foi a decisão de guardar uma estratégia para a partida de volta, na Neo Química Arena.
"Para o segundo jogo, a gente veio com uma estratégia diferente. Eu não quis gastar essa situação que usei hoje na partida de jogar numa distribuição, num sistema diferente de um 4-3-3 com bola, com cinco jogadoras atrás da linha do meio campo do São Paulo para atacar cinco contra quatro, muitas vezes", revelou Arthur Elias.
"No primeiro jogo eu não fiz essa alteração para guardar para hoje. Eu sabia que ia gerar dúvida na marcação do São Paulo, que as jogadoras iam conseguir jogar mais soltas, mais limpas, e não sempre no mesmo duelo, no encaixe individual, que o São Paulo conseguiu fazer e fez muito bem no primeiro jogo. Algumas jogadoras mudaram de posição, especialmente a Zanotti e a Portilho", completou.
Uma das principais mudanças foi justamente a inversão entre Gabi Portilho e Gabi Zanotti. A meia atuou como centroavante, enquanto Portilho ficou mais concentrada no meio de campo. O resultado foram dois gols da camisa 10 ainda no primeiro tempo, o título de melhor jogadora da partida e o elogio das companheiras de equipe.
"A Zanotti como centroavante e Portilho como jogadora de meio-campo, e acho que funcionou muito bem o tudo que a gente pensou. Fizemos uma grande atuação, tomamos um gol que é dentro do risco que a gente sempre corre. Foi uma infelicidade, mas acho que merecemos esse título pela campanha e por ter respondido muito bem entre um jogo e outro. Estou muito desgastado, foi um ano, até em nível pessoal, bastante difícil para mim, mas o ano dos tris que vai ficar marcado na história do Corinthians, do futebol feminino. Essas atletas, essa comissão, todo o departamento, está de parabéns por ter feito algo que não sei se alguém vai conseguir fazer mais", encerrou o treinador.
