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Zanotti faz análise e aponta posicionamentos extracampo como possível razão de ausência da Seleção

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Por Meu Timão

Gabi Zanotti falou sobre sua relação com a Seleção Brasileira

Gabi Zanotti falou sobre sua relação com a Seleção Brasileira

Rodrigo Gazzanel/ Agência Corinthians

A relação entre a meia Gabi Zanotti e a Seleção Brasileira é pauta frequente no futebol feminino. Mesmo desempenhando um alto futebol no Corinthians, a camisa 10 não aparece nas convocações de Pia Sundhage e vê esse ser também um questionamento da torcida. Assim, ela tentou explicar sua ausência nas convocações.

Uma hipótese levantada por Gabi Zanotti foi a influência de seus posicionamentos extracampo. A camisa 10 contou que talvez suas falas um pouco mais duras sobre a Seleção a tenham afastado de oportunidades de vestir a amarelinha.

"Talvez, sim (os posicionamentos tenham influenciado). Naquela época foram oferecidas algumas coisas para gente. Prometeram bastante coisa e não foram cumpridas. Longe de querer ser uma atleta polêmica. Eu só não tenho porque não dizer a verdade. Me prometeram isso, porque não vou falar? Me sinto bem dessa forma. Acho que precisamos de mais atletas, não para se expor, mas para dizer a verdade e não ficar refém de algumas coisas", disse a atleta em entrevista ao Bola da Vez, da ESPN, no último sábado.

Apesar disso, a corinthiana não se manteve apenas no extracampo para tentar explicar o que a deixa de fora das listas de Pia. Na visão de Zanotti, existe também a possibilidade de que seu futebol não agrade a treinadora e seu estilo de jogo.

"Acho que é um pouco de tudo. Um pouco por ter esse meu posicionamento, um pouco de preferência de cada treinador que passou lá. Eu sempre falo que eu respeito e entendo a preferência da Pia, ela tem um estilo e uma ideia de jogo diferente do que o Arthur tem hoje no Corinthians. Acho que cada treinador tem suas preferências dentro de campo, também entendo o momento de renovação da Seleção Brasileira, entendo todo esse processo. Mas acho que é um pouco de tudo, acho que é por eu sempre me expor em relação ao que penso, a coisas que aconteceram no decorrer desses anos, e talvez meu estilo de jogo. De não agradar, de não ser o perfil e não encaixar na ideia do treinador", analisou a jogadora.

"A Pia sempre cobra bastante intensidade no trabalho dela. Ela acredita que é muito nesse jogo de alta intensidade. A gente treina no Corinthians, jogamos com o GPS, temos todos os dados disponíveis. Talvez ela tenha outras peças que ela julgue mais interessante. Foi o que ela me passou, o que ela me pediu na época (bastante intensidade). Como eu falei, ela tem a ideia de jogo dela, eu não sei exatamente. Eu tive uma oportunidade com ela, então ela tem uma ideia de jogo totalmente diferente. Para o Corinthians, eu acredito que tenho a intensidade necessária. Mas cada treinador tem sua preferência. É até difícil de responder, mas é isso", completou logo em seguida.

A "luta" da camisa 10 em aparecer entre as relacionadas da Seleção não é recente - não é apenas com Pia que Zanotti mostra ter qualidade, mas fica de fora da lista. Depois de alguns anos tendo que lidar com essa situação, a meia contou já ter superado as ausências nas convocações.

"Já superei. Hoje estou mais madura. Lá trás fiquei frustrada, mas hoje eu consigo lidar facilmente. Me sinto, às vezes, numa situação um pouco complicada porque eu não consigo responder algumas perguntas que são feitas. Como falei, não quero ser polêmica, eu só não tenho motivo para mentir sobre algo. Dava para fazer muito mais coisa. Sempre foi assim no futebol feminino, achar que está fazendo demais só por estar fazendo (o básico). Saia matéria que eu estava recebendo R$ 10, 12 mil... sendo que eram, sei lá, R$ 3 mil. É muita coisa que falei nas entrevistas, que foi prometido e não cumpriram, e por isso, talvez, tenham começado a olhar para mim de outra forma. Mas era algo que foi prometido e eu simplesmente falei a verdade", ponderou Gabi.

Polêmica: Pia x futebol feminino brasileiro

A camisa 10 do Timão também aproveitou a oportunidade para falar sobre uma polêmica gerada recentemente por uma frase de Pia. Ao falar de Tamires, lateral do Corinthians, a técnica da Seleção pontuou que o futebol brasileiro não tem intensidade suficiente, apontando que talvez a atleta tivesse melhor desempenho atuando na Europa.

Pouco após a declaração, Arthur Elias saiu em defesa de Tamires, de seu trabalho no Corinthians e do futebol feminino brasileiro. Agora foi a vez de Gabi Zanotti expressar sua opinião sobre a declaração e defender a modalidade no Brasil.

"Achei uma declaração um pouco polêmica. Foi uma declaração que, se você pegar e só escutar aquilo ali, desvaloriza muito o que está sendo construído dentro do Brasil. É difícil generalizar. Falar que na Europa hoje, todos os clubes tem mais intensidade do que o futebol brasileiro. Eu discordo completamente. É a minha opinião essa", justificou a corinthiana.

"Se pegar a maioria das ligas da Europa tem, no máximo, 12 equipes. Hoje temos 16 na primeira divisão do Brasil, e posso falar que teremos esse ano de seis a oito equipes que vão brigar claramente pelo título. A gente tem um campeonato com mais equipes e, talvez, até mais competitivo. Na Espanha, vão ter duas equipes brigando pelo título. Na França, talvez duas ou três. Na Inglaterra, que hoje acho que seja a liga mais interessante em termos de nível técnico, tático, de competitividade. Na Itália, são duas, três equipes", completou logo em seguida.

Afinal: Pia ou Arthur Elias?

Como detalhado pela própria atleta acima, Gabi Zanotti teve pouco tempo de trabalho com Pia: a camisa 10 esteve presente em apenas uma convocação da treinadora, ainda no início de sua passagem na Seleção. Assim, a corinthiana evitou fazer muitas comparações entre a técnica e Arthur Elias, mas expôs seu laço com o treinador como importante para o desempenho em campo.

"(Risos). Minha passagem com a Pia foi muito rápida. Foram dez dias trabalhando, então é difícil comparar. Eu conheço o Arthur tem mais de dez anos, então é complicado. Mas eu falo, ofensivamente, uma sabe onde a outra está dentro de campo. E eu vejo que o Brasil, no campo ofensivo, não tem uma conexão, uma triangulação, não tem uma aproximação, e eu acho que isso é trabalho", analisou a corinthiana.

"Eu preciso saber onde está a minha 9, onde está minha meia aberta. Talvez falte esse entendimento da parte ofensiva. Defensivamente eu acho que o Brasil já melhorou bastante, mesmo com algumas atletas improvisadas fazendo algumas funções, mas eu tenho gostado bastante. Não acho que seja da parte física, hoje a gente tem dados que mostram que o Brasil muitas vezes corre mais que o adversário, tem mais volume. Tá correndo errado?", terminou a atleta, deixando um questionamento no ar.

Veja mais em: Corinthians Feminino, Gabi Zanotti, Arthur Elias e Corinthianos na Seleção.

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