Corinthians já desembolsou R$ 165 milhões à Caixa; acordo final tem garantias com TV e atletas
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Por Rodrigo Vessoni
O Corinthians e a Caixa Econômica Federal firmaram na última segunda-feira um acordo pela quitação do empréstimo para a construção da Neo Química Arena. Pouco depois, em participação num programa da TV Jovem Pan, a presidente da Caixa, Daniella Marques, deu a entender que o Timão não havia desembolsado nenhum valor ao banco que foi avalista do empréstimo do BNDES para a construção do estádio.
A reportagem do portal Meu Timão conversou com o diretor financeiro do clube, Wesley Melo. De acordo com o principal responsável pelas finanças do Corinthians, o clube desembolsou R$ 165 milhões (amortização do principal e juros) entre o início de quitação do antigo acordo e a paralisação do mesmo para uma resolução judicial. Cifra essa que nada tem a ver com o mais recente acordo.
Após a declaração, Daniella Marques refez o tom de suas declarações e comemorou o recente acordo com o clube em suas redes sociais. "A Caixa fechou nesta semana um acordo histórico e bem-sucedido com o Corinthians. É uma solução bem-vinda para os esforços que foram feitos pelo clube na construção e pagamento de sua Arena. O acordo é um golaço e soluciona a renegociação de obrigações antigas. Parabéns a todos que participaram! Boa sorte pro Timão!", escreveu a presidente da Caixa Econômica Federal, que tomou posse este mês.
Garantias do novo acordo
Corinthians e Caixa assinaram na última segunda-feira um novo acordo para quitação do empréstimo de R$ 400 milhões que ajudou na operação de construção do estádio alvinegro em Itaquera, zona leste de São Paulo.
Pelo acordo firmado, o clube se comprometeu a pagar R$ 611 milhões até 2041, com parcelas trimestrais (março, junho e dezembro). Em 2022 e 2023, os valores a serem desembolsados serão relativos ao juros do período. A partir de 2025, o clube começará a pagar o principal (em parcelas também trimestrais).
Vale lembrar que o valor da dívida será corrigido anualmente com taxa de CDI (próximo da Selic, hoje em 13,25%) + 2%. O valor da parcela ao final de cada ano dependerá dessa taxa, sendo impossível um cálculo com precisão com tamanha antecipação.
De acordo com Daniella Marques, presidente da Caixa, algumas garantias foram aceitas pelo Corinthians para selar o acordo, entre elas, bilheteria dos jogos, direitos de TV e receitas de vendas de jogadores.
"Como há cláusulas de confidencialidade no contrato, eu posso comentar apenas sobre o que ela (Daniella) falou. Sim, as garantias passam por direitos de TV e também por receitas de vendas de jogadores, mas isso em último caso. Seria necessário apenas em caso de não composição do saldo devedor para quitar os juros e o principal", afirmou Wesley Melo, ao Meu Timão.
"Nossas projeções de pagamento são plenamente factíveis. Temos certeza que fizemos um ótimo acordo, que é bastante factível de ser resolvido dentro do fluxo de caixa da Arena. Aliás, os técnicos da Caixa Econômica Federal jamais aceitariam um acordo que não fosse possível ser honrado", completou o diretor financeiro do clube.
Por falar em correção, parte do acordo será pago com uma receita que também receberá correção monetária. A parcela do naming rights da Neo Química, acordada em R$ 15 milhões anuais por 20 anos (R$ 300 milhões, ao total), sofrerá reajuste anual pelo IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado), que fechou 2021 em 17,78%. O clube calcula que, neste momento, o valor final já supera os R$ 400 milhões.