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Diretor financeiro do Corinthians revela valor total de dívida do clube e explica acordo com a Caixa

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Por Meu Timão

Wesley Melo, diretor financeiro do Corinthians, (esquerda) revelou a dívida total do clube

Wesley Melo, diretor financeiro do Corinthians, (esquerda) revelou a dívida total do clube

Rodrigo Coca/Agência Corinthians

Na noite da última quinta-feira, Wesley Melo, diretor financeiro do Corinthians, foi o entrevistado do Alambrado Alvinegro, podcast parceiro do Meu Timão. Na conversa, o profissional comentou sobre os problemas financeiros que a equipe alvinegra vem passando e revelou o valor real da dívida do clube do Parque São Jorge.

"Temos duas contabilidades e são dois CNPJs diferentes, um é do clube (Parque São Jorge) que sempre teve e o outro é do fundo que foi criado na época que começamos a construir o estádio. Então são duas contabilidades realmente separadas. No clube, nós temos uma dívida de R$ 910/915 milhões. No fundo, com a renegociação com a Caixa, está em R$ 700 milhões", iniciou - veja vídeo completo abaixo.

"Pensando nisso, tem o contrato de naming rights de quase R$ 400 milhões, então não é só a dívida, ela é uma contabilidade mesmo que tem seus ativos e passivos. O mais significativo é isso, a dívida de R$ 700 (milhões) com a Caixa e o ativo que temos com esse naming que não está totalmente contabilizado assim tem que decorrer o período, mas, enfim, dá para dizer que temos um contrato de naming rights de cerca 400 milhões de reais. O endividamento total é de mais ou menos isso (R$1.6, 1.7 bilhões)", revelou.

O Corinthians tem acordo com a Caixa Econômica Federal, responsável pelo financiamento para a construção da Neo Química Arena. O acordo entre as partes é que o Timão quite a dívida até o ano de 2041. Em 2023, o clube alvinegro já pagou duas parcelas das das quatro trimestrais que tem que honrar ao longo do ano. O valor equivale a mais ou menos R$ 50 milhões.

Wesley Melo aproveitou o espaço e explicou mais detalhadamente como funcionou as negociações com a Caixa Econômica Federal. O diretor financeiro apontou que as tratativas começaram há muito tempo, mas que vê o acordo final sendo um bom negócio para o Corinthians, pois conseguiram reduzir bastante o valor da dívida.

"Eu mencionei agora os hermanos que estão em uma dificuldade, realmente uma crise e eu adoro a Argentina e olha o que estamos vivendo no Brasil. Hoje, o que negociamos com a Caixa foi um juros, taxa Selic e mais 2%, para o mercado isso é ok e é bom até. 2% além da taxa referencial parece ok, mas a gente começou a essa negociação há muitos anos. Não é de agora. É que finalmente conseguimos bater o martelo no ano passado. Isso já iniciou com o Andrés (Sanchez, ex-presidente do clube) há muito tempo e demos uma continuidade para conseguir concluir", disse.

"A Selic, essa taxa referencial há anos atrás ela era 3% agora ela está em 14%. Então, também tem coisas que fogem do nosso controle e é uma situação do Brasil mesmo que colocou uma taxa de juros realmente muito alta, mas a gente entende que foi uma boa negociação. Inclusive, enquanto estávamos em litígio com a Caixa também tinha um litígio com a Odebrecht, naquele momento, se você me perguntasse qual era o tamanho da dívida só da Arena sem contar o clube, eu ia te falar que era R$ 1,6 bilhão só relativo ao fundo", falou.

"E aí nós conseguimos fazer uma renegociação com a Odebrecht que estava em recuperação judicial e que acabou saindo do negócio, tinha briga dos dois lados. A gente brigando com eles exigindo algumas coisas e eles exigindo do nosso lado, mas tínhamos um passivo com ele e tínhamos um com a Caixa de 1 bilhão e 600 milhões que conseguimos acertar tudo isso e transformamos uma dívida documentada e que está sendo paga em 700 milhões com o juros, que se você comparar com o juros de mercado, ele é um juros baixo, o problema é que realmente a selic deu uma disparada e estamos esperando que ela reduza", afirmou.

"Isso afetou não só o Corinthians, mas vocês que precisam comprar um carro e precisam comprar um apartamento. Então, eu acho que isso foi uma grande negociação que conseguimos com a Caixa e também com a Odebrecht para eles saírem e a gente ficar 100% dono do fundo. Enquanto tinha a história com a Odebrecht, não podíamos fazer muita coisa, quem tomou o empréstimo tinha sido a Odebrecht e o fundo? é totalmente Corinthians, Odebrecht, como a gente faz? Hoje é 100% Corinthians e temos a autonomia para fazermos o que a gente quer", contou.

As dívidas e o futuro do Corinthians

Ainda durante a entrevista, Wesley Melo admitiu os problemas financeiros que o Corinthians vem vivendo. O diretor afirmou que a situação alvinegra não é das melhores e que um dos intuitos de vir a público é explicar melhor para o torcedor o momento de endividamento em que o clube do Parque São Jorge se encontra.

"Como uma empresa ela sempre tem um tipo de dívida, de endividamento para alavancagem isso faz parte. O difícil é ter uma dívida tão alta como temos, não é nada fácil, nós sabemos dos problemas. Hoje o torcedor corinthiano acompanha não só futebol, mas também finanças e por isso que estou aqui. Confesso que preferiria se estivesse aqui o presidente do clube, o diretor de futebol, mas está o diretor financeiro e é por que a torcida do Corinthians está realmente interessada no assunto. Nós temos um passivo importante e que a gente vem equalizando e tentando diminuir e logo mais eu espero que as finanças saiam do escopo", admitiu.

Na gestão do presidente Duilio Monteiro Alves, que se iniciou no começo de 2021, o Corinthians ainda não levantou nenhum título. Wesley Melo comentou que, na verdade, a expectativa da diretoria é criar essa mentalidade em relação ao pagamento das dívidas.

"A minha expectativa é que esse trabalho que estamos fazendo ele se perpetue. Temos eleições esse ano, sei que é um assunto chato, mas a nossa expectativa é que estamos fazendo algo que se perpetue, como falamos mudança de cultura é para valer. Quem ganhar as eleições, seja situação ou oposição, espere que continue e dê uma continuidade", apontou.

O presidente alvinegro sempre apontou que a prioridade de sua gestão é diminuir e controlar as dívidas do Corinthians. O diretor financeiro do Timão apontou que a diretoria vem fazendo trabalho para o futuro e que vem fazendo planejamento para os próximos três anos, além de explicar com vem sendo feito esse projeto.

"A Falconi e o escopo de trabalho deste ano além de ajudar com o ano corrente ela está trabalhando no planejamento estratégico para os próximos três anos. Ainda ontem estava em reunião e fiquei duas horas com a Falconi justamente escutando e discutindo os próximos três anos, as premissas, planejamento e ai passa por uma série de coisas que dava um programa sobre isso. Quando tiver os resultados da eleição vamos convidar gentilmente o presidente eleito e vamos mostrar isso para eles, e a gente tomou a liberdade de fazer um planejamento para os próximos três anos", falou

"Vou explicar para ele qual a situação real, explicar o que é a Falconi, a KPMG e se ele não gostar do planejamento estratégico que preparamos ele tem todo direito e pode reescrever, ou achar que pode ser feito uma modificação. Caso ele não queira trabalhar com a Falconi, por exemplo, tem um monte de outras empresas, mas a expectativa é que seja algo realmente perpétuo independente quem está na gestão", disse.

"O Roberto Gaviolli, que eu mencionei, está no clube há oito anos e talvez continue, ele não faz parte de uma corrente política, ele é um profissional. A Falconi também não faz parte da política, ela é uma empresa contratada, remunerada e pode continuar. A KPMG também pode ficar e a minha expectativa é que isso tenha vindo realmente para ficar", afirmou.

O Corinthians vive em ano de eleição no Parque São Jorge. A gestão do atual presidente Duilio se encerra no final de 2023 e no final do ano será decidido o novo mandatário. A expectativa do mandatário é entregar o clube com menos dívidas que assumiu e dinheiro em caixa. O orçamento de 2023, inclusive, prevê arrecadação de R$ 820 milhões.

Veja Wesley Melo falando sobre a dívida do Corinthians

Veja mais em: Diretoria do Corinthians, Alambrado Alvinegro e Dívida do Corinthians.

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