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Ex-membro da Comissão Eleitoral fala em 'golpe' no Corinthians para impedir oposição; veja detalhes

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Por Meu Timão

Bastidores do Corinthians começam a ferver por conta da proximidade da eleição

Bastidores do Corinthians começam a ferver por conta da proximidade da eleição

Danilo Fernandes / Meu Timão

A eleição que definirá o novo presidente do Corinthians acontece no dia 25 de novembro. Com a proximidade da data, os bastidores do clube começam a ferver. Nesta quinta-feira, Romeu Tuma Júnior, que renunciou ao seu posto na Comissão Eleitoral, divulgou uma nota oficial falando sobre um possível "golpe" no Parque São Jorge com o intuito de impedir a candidatura de Augusto Melo, da oposição.

Romeu Tuma Júnior foi anunciado como um dos cinco membros da Comissão Eleitoral no começo de junho. Ele, aliás, foi o presidente da comissão eleitoral em 2022, quando Duilio Monteiro Alves foi eleito presidente. Por conta da sua saída, Tuma emitiu uma extensa nota sobre a decisão. No texto, ele diz que estaria sendo feita uma estratégia pela situação para conquistar a maioria do órgão responsável pela eleição e, assim, conseguir impugnar a candidatura de Augusto Melo.

"Diante do exposto, sinto-me na obrigação de vir a público e esclarecer o que, de fato, está por trás das brigas por cargos e comando da Comissão Eleitoral do SCCP, especialmente porque não posso admitir que tal golpe prospere, o que traria prejuízos incalculáveis para a imagem do clube", diz parte do texto.

"Está claro por várias fontes de informações que o objetivo de alguns personagens em 'comandar' a Comissão Eleitoral é impugnar a candidatura legítima do candidato da oposição sob alegação de que o mesmo foi condenado. Já fui, inclusive, avisado de que o conselheiro Nadir (Campos Júnior) será o responsável por tal ato e que a Comissão precisa ter maioria de integrantes alinhados com a 'situação', dentre os quais o Presidente, para acolher o pedido e fazer com que a candidatura da oposição seja inviabilizada", continua a nota - veja na íntegra abaixo.

Durante a noite, Tuma falou com a Rádio Bandeirantes e fez declarações fortes. Além de explicar o que já está escrito na nota oficial, o agora ex-membro da Comissão Eleitoral chega a dizer até que a eleição pode ser "fajuta".

"Corinthians tá chegando num ponto que não dá mais. Vai precisar morrer alguém? Paciência, vamos morrer. Mas vamos liquidar isso. Não dá pra maturar essa eleição, pois não é só o presidente que vai ser escolhido, são 200 conselheiros, são 200 pessoas que militam o clube e esses caras tem que ser respeitado. Ninguém pode fazer uma eleição fajuta e escolher 200 caras que não tem representatividade no clube, nós precisamos acabar com isso. A comissão eleitoral não deveria ter outro interesse a não ser proteger o pleito, pra prevalecer a vontade do associado. Não pode ter alguém na comissão eleitoral que queira proteger um candidato ou macular o outro, é disso que se trata", reforçou.

As inscrições para a eleição ainda não foram abertas, então, nenhum pedido pode ser feito até o momento. Com a saída de Tuma, Paulino Tritapepe Neto assumiu sua vaga. Ivaney Cayres de Souza foi eleito o presidente do órgão. Os dois são considerados da situação pelos corredores do Parque São Jorge. Além deles, Carlos Roberto Elias, que já foi advogado de André Luiz Oliveira, candidato da situação, Domingos Salvio Zainaghi e Miguel Marques e Silva compõe o quinteto.

Quem também se manifestou sobre o assunto oficialmente foi o candidato Augusto Melo. Por meio de nota oficial, o candidato disse que escreveu com o intuito de "manifestar nossa perplexidade e sentimento de extrema indignação diante das revelações" de Romeu Tuma Júnior.

"Entre várias denúncias, a mais grave é a de que há uma articulação em andamento - que passou pela disputa da presidência da Comissão Eleitoral - para impugnar a minha candidatura, que hoje representa uma grande, inédita e legítima frente ampla de oposição com chances reais de colocar ponto final nesses 16 anos do mesmo grupo no poder (...) A ideia é que o candidato da situação seja aclamado e o sócio perca o direito de escolher seu próximo presidente pelo voto. O nome disso todos já sabem: GOLPE!", completa Augusto Melo - veja abaixo.

Uma publicação compartilhada por AUGUSTO MELO (@augustomelooficial)

Citado nos relatos de Romeu Tuma Júnior, Alexandre Husni, presidente do Conselho Deliberativo e responsável pela nomeação da Comissão Eleitoral, falou sobre o caso em nota enviada ao colunista Perrone, do UOL Esporte. Segundo Husni, não existe "golpe no Corinthians" porque "impasse não se resolve com omissão e ausência, mas com diálogo, comportamento e atitudes propositivas, com mais Corinthians e menos vaidades pessoais" - veja na íntegra abaixo.

Leia a nota na íntegra de Romeu Tuma Júnior

"Com intuito de esclarecer os últimos acontecimentos que motivaram minha saída da Comissão Eleitoral do Sport Club Corinthians Paulista, em gesto de transparência e lealdade para com meus pares do Conselho Deliberativo, associados e associadas do clube, simpatizantes, torcedores e torcedoras, registro os principais pontos:

1 - Incapacidade dos integrantes da Comissão Eleitoral ligados ao campo situacionista de chegar a um consenso para escolha do presidente da mesma, evidenciando lamentável intransigência que, por algum motivo muito estranho, estavam lutando de forma injustificável para ter o "comando" da Comissão.

2 - Ignorarem e refutarem deliberadamente, com a inexplicável anuência do Presidente do Conselho Deliberativo, o que prevê o estatuto do clube que, por mais de uma vez, determina que nos casos de empate para definição de ocupante de cargos relevantes - inclusive o de presidente da diretoria e membros do Conselho -, deve-se adotar os critérios de "detentor de matrícula mais antiga" e "o mais idoso", nessa ordem. Portanto, de acordo com essas premissas, a presidência da Comissão deveria ficar com o Conselheiro Carlos Senger. Em vez disso, o presidente do Conselho Deliberativo "lançou" o conselheiro Domingos Zainaghi para ser candidato ao cargo, o qual rejeitou a indicação, até porque tratava-se de solução absolutamente inusitada e fora dos limites do Estatuto do SCCP e do regimento do CD.

3 - Por mais de uma vez, nos últimos dias, o presidente do Conselho Deliberativo ameaçou destituir todos os integrantes da comissão, após impasse na escolha do Presidente quando um dos postulantes, de forma estranha, afirmou categoricamente que foi convidado por ele com o compromisso de assumir tal função. Assim deixei claro a ele que não aceitaria tal comportamento e que nada seria feito "na marra". Ao se repetir essa ameaça de forma eloquente, como já havia advertido, disse ao Presidente que eu deixaria a Comissão antes daquele ato extremo ocorrer.

4 - A Ata da última reunião da comissão (assinada por todos os presentes no momento da lavratura), realizada em 18/07/23, foi redigida de forma simplista e incompleta, omitindo deliberadamente várias informações importantes que marcaram aquele encontro, inclusive o motivo de minha saída da sala. Prova disso é que na redação da mesma constaram declarações de votos que demonstram de forma clara e cristalina que fui eleito presidente do colegiado e depois autoritariamente destituído, quando deixei a sala em protesto pelas atitudes arbitrárias e autoritárias do presidente do Conselho Deliberativo, que a meu ver colocam em risco a condução do próximo processo eleitoral.

5 - A nomeação apressada de novo membro da comissão, sendo esse o secretário do Conselho Deliberativo, o mesmo que se elegeu na Chapa do Presidente do CD e do candidato André Luiz de Oliveira, fato que gerou estranheza.

6 - Não há solução fora do Estatuto. Com empate elege-se o mais antigo. Se não aceitam, se fazem arranjos, se criam caminhos fora das regras, é "golpe".

Diante do exposto, sinto-me na obrigação de vir a público e esclarecer o que, de fato, está por trás das brigas por cargos e comando da Comissão Eleitoral do SCCP, especialmente porque não posso admitir que tal golpe prospere, o que traria prejuízos incalculáveis para a imagem do clube:

A - Está claro por várias fontes de informações que o objetivo de alguns personagens em "comandar" a Comissão Eleitoral é impugnar a candidatura legítima do candidato da oposição sob alegação de que o mesmo foi condenado. Tal atitude contraria o previsto no Estatuto do SCCP, pois essa eventual condenação não está prevista, citada e/ou listada no rol de inelegibilidade do atual Estatuto. Prova disso é que o referido candidato concorreu normalmente nas eleições de 2017 e 2020. Já fui, inclusive, avisado de que o conselheiro Nadir será o responsável por tal ato e que a Comissão precisa ter maioria de integrantes alinhados com a "situação", dentre os quais o Presidente, para acolher o pedido e fazer com que a candidatura da oposição seja inviabilizada (cassada) e o candidato da situação seja proclamado concorrente único.

B - Esse "golpe" passou a ser melhor engendrado como "Plano B", quando sentiram forte resistência em viabilizar a contratação de "urnas eletrônicas" para as eleições, devido os alertas que fiz ao Presidente do Conselho e as várias outras manifestações nesse sentido vindas de inúmeros candidatos e candidatas, sobretudo de torcedores e associados do clube, que rejeitam eleições em com sistema eletrônico suscetível a fraude como ocorrido nas eleições de 2018 e comprovado pela Justiça.

C - Alguém pode perguntar, mas não é exagero tanto barulho por causa da Comissão Eleitoral? Engano de quem pensa assim. Pelo estatuto é a Comissão a responsável por toda a organização das eleições. Isso não é pouca coisa e não pode ser tratada da forma irresponsável como tem sido. Não cabe a ela esse protagonismo marcado por incapacidade e incompetência.

D - Sempre respeitei e ajudei o Presidente do Conselho Alexandre Husni, por ser da minha índole e por ser do meu caráter. Nem a traição que ele me impôs na eleição do Conselho, a qual reconheceu e já se desculpou, foi motivo para que eu lhe negasse qualquer apoio.

E - Quando ele me nomeou para a Comissão, por livre e espontânea vontade, me informou que estava sofrendo pressão de um ex-presidente que lhe cobra fidelidade por ter lhe "dado uma vice-presidência na diretoria e a presidência do Conselho".

F - Ele não pode interferir nas decisões da Comissão de forma arbitrária como tem feito, por exemplo ao cancelar a reunião marcada pelo presidente em exercício da Comissão Carlos João Eduardo Senger para a última sexta-feira. Assim como não pode também, exercer pressão sobre alguns membros específicos da Comissão e continuar ameaçando de destituição se não fizerem o que ele quer, como reiteradas vezes fez.

G - Já faz mais de 50 dias que a Comissão foi nomeada e nenhum Ato ou Ação foi permitida para a efetiva organização das eleições, sequer houve a disponibilização da listagem se associados e suas condições estatutárias/financeiras, para que fosse possível verificar a regularidade ou não de inúmeras denúncias recebidas, inclusive com relação à concessão de anistia, o que é proibido pelo Estatuto no período de 12 meses antes das Eleições.

Despeço-me convicto de minha obrigação como corinthiano e conselheiro de zelar pela transparência, justiça, integridade e limpeza do processo eleitoral, para o bem da Democracia e da nossa História como Nação Corinthiana.

Leia a resposta de Alexandre Husni na íntegra

"Aconteceu o seguinte: houve um empate de 2x2 entre duas candidaturas à presidência da Comissão, composta por cinco membros. O quinto na ordem de votação adotou a postura de não fazer uma escolha dentre dois, porque, na visão dele, a comissão deveria chegar a um consenso de, unanimemente, eleger um nome. Isso não seria possível, porque justamente eu fiz questão de nomear uma comissão politicamente plural. Agora, caso o Romeu entenda que hoje está desequilibrada a representação entre situação e oposição, ficou por culpa dele que pediu para sair, aliás, por duas vezes e eu aceitei o seu retorno por amizade.

E golpe no Corinthians, não, isso aconteceu em outros lugares, não aqui, e não com Alexandre Husni na presidência do Conselho Deliberativo porque impasse não se resolve com omissão e ausência, mas com diálogo, comportamento e atitudes propositivas, com mais Corinthians e menos vaidades pessoais.

Lamento profundamente essa exposição de assuntos internos do clube, que não nos favorece em nada. Falar em democracia é bonito no discurso, meu caro, saber conviver com ela é outro problema".

Veja mais em: Eleições no Corinthians.

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