Cássio fala sobre ser referência no Corinthians em meio a escassez de ídolos no mundo do futebol
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Por Rafael Marcon, Rodrigo Vessoni, Vitor Chicarolli e Gustavo Lima
O Corinthians e a Fiel se despediram de Cássio após 12 anos do goleiro no clube. Em tempos difíceis de encontrar ídolos no futebol brasileiro, o “Gigante” expôs como é ter o privilégio de ser considerado um dos maiores jogadores da história do Timão e receber diversas homenagens dos torcedores por isso.
“Primeiro que é um privilégio, ser homenageado com seu nome em filhos. Fico feliz pelo carinho, algumas pessoas tatuam o autógrafo. Acho que é o carinho e respeito que construí aqui, a dedicação, meu empenho e todo amor dele pelo Corinthians. É muito legal essa troca, muito bacana e fortalece ainda mais esse carinho de tudo que construí, tudo que o Corinthians me proporcionou. Muito legal você olhar pra trás e ver esse carinho. Tenho certeza que daqui 40 anos vamos estar tirando fotos. Independente de eu sair do Corinthians ou não o meu respeito pela torcida corinthiana, por tudo que vivi, sempre vai ser o mesmo, de máximo respeito”, explicou o goleiro na coletiva de despedida.
Segundo o próprio jogador, ainda é difícil entender a magnitude da idolatria dentro do clube do Parque São Jorge, porém ela deve ser percebida mais fortemente quando chegar a aposentadoria. No momento, Cássio quer demonstrar respeito para a torcida e encerrar o ciclo de forma honesta e pela “porta da frente”.
“Eu tentei honrar essa camisa todo tempo que passei aqui. Tentei ser o mais honesto com a camisa. Ter respeito pela instituição. Acho que estar vindo aqui e encerrar meu ciclo mostra respeito. Podia até ficar mais seis meses e tal, mas via como respeito encerrar meu ciclo no Corinthians. Vai ter um tempo ainda pra vestir uma camisa oficialmente de uma nova equipe, porque só posso jogar em julho”, explicou o goleiro.
“Saio com calma, respeito, para o Corinthians se organizar. Penso que se ficasse até o final do ano eu faltaria com respeito, se eu renovasse meu contrato de repente eu não seria honesto. Entendi que esse era o momento de encerrar o ciclo e encerrar alegre, feliz, bem com todo mundo. Legal. Está sendo muito gratificante. Saio feliz mesmo, porque vou te falar, se um dia eu fosse sair e achar um dia perfeito, pela porta de frente”, disse Cássio.
Por fim, Cássio ainda comentou sobre as dificuldades de um jogador permanecer por tanto tempo em um único clube. De acordo com ele, tanto no Brasil, quanto no futebol mundial, a transferência de jogadores é algo cada vez mais comum e impede a formação de novos ídolos nos clubes.
“Sinceramente, com todo respeito, não estou gorando ninguém, vai ser muito difícil um jogador ficar 12 anos em um clube. Isso é raro e vai ser difícil. Hoje em dia a venda de jogadores pro clube é importante financeiramente. Dificilmente vai pegar um jogador da base que vai ficar 13 anos no Corinthians. O clube precisa (da transferência) até pra tentar contratar outros jogadores. Se for ver até na Europa são raros os momentos que ficam muito tempo no clube. Não é só no Brasil, a gente sabe que aqui exporta muito, aparece, vai e volta, mas acho que é o momento novo do futebol e dificilmente vai mudar isso”, concluiu Cássio.
O “Gigante” encerrou seu ciclo no Timão com 712 jogos ao longo desses 12 anos, sendo o segundo jogador que mais vestiu o manto alvinegro na história do clube. Além da quantidade expressiva de jogos, o goleiro ainda tem nove títulos conquistados.