Árbitro registra cânticos homofóbicos a atacante do Corinthians em adendo na súmula do Dérbi
3.6 mil visualizações 64 comentários Reportar erro
Por Meu Timão
Romero foi alvo de gritos homofóbicos antes de a bolar rolar na Arena Barueri contra o Palmeiras
Rodrigo Coca/Agência Corinthians
A derrota do Corinthians para o Palmeiras, pelo Brasileirão, ficou marcada por mais um episódio de preconceito, desta vez da torcida rival contra Ángel Romero. Apesar de a princípio não aparecer na súmula, o árbitro Rafael Rodrigo Klein fez um adendo ao documento oficial do Dérbi.
O juiz destacou que soube da existência dos gritos homofóbicos contra o atacante do Timão através da imprensa, como noticiado pelo Meu Timão. Como o fato ocorreu durante o aquecimento das equipes, antes de a bola rolar, ele alegou que todo o grupo de arbitragem ainda estava no vestiário, sendo que não houve manifestação do jogador e do clube para o relato na súmula.
"Informo que tivemos conhecimento no dia após a partida, por meio da imprensa um fato ocorrido durante o aquecimento das equipes, no qual a torcida do Palmeiras entoou cantos homofobicos em direção ao atleta Ángel Rodrigo Romero Villamayor da equipe do Corinthins. Ressalto que este fato ocorreu no momento em que a equipe de arbitragem se encontrava no vestiário do estádio, sendo que não foi nos informado, nem antes, durante e após a partida , seja pelo atleta ou pela equipe visitante", escreveu Rafael em documento disponibilizado no site da CBF.
Durante o aquecimento do elenco corinthiano, antes do início do Dérbi, torcedores da equipe da Barra Funda entoaram gritos de “Romero viad*” - veja o vídeo clicando aqui.
A súmula do clássico contou apenas com o registro de quatro objetos arremessados ao longo da partida na Arena Barueri, além da "invasão" de uma pipa. Devido à ausência dos cânticos na súmula, o coletivo Fiel LGBT protocolou, no último sábado, uma denúncia formal ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) contra a Sociedade Esportiva Palmeiras.
O artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva indica penalidades em casos de discriminação por etnia, raça, cor, sexo, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência. A multa varia de R$ 100,00 a R$ 100.000,00 e, dependendo da gravidade, a equipe pode perder os pontos da partida, além de sanções aos envolvidos. O código também prevê penas do artigo 170, incluindo perda de mando de campo.
Apesar de casos recentes no futebol brasileiro, o Corinthians segue como a única equipe punida no país. Em maio do ano passado, contra o São Paulo, o árbitro Bruno Arleu de Araújo paralisou o jogo pelos gritos homofóbicos da torcida alvinegra em direção aos rivais. Após julgamento do STJD, o Timão foi obrigado a atuar em uma partida na Neo Química Arena com portões fechados, a maior punição registrada pelo caso. O Corinthians também foi multado por gritos do gênero em jogo do Sub-17.
O revés diante do rival foi o primeiro do clube nesta edição do Brasileirão. O elenco liderado por Ramón Díaz volta a campo nesta quarta-feira, às 19h30, em duelo contra o Fluminense, na Neo Química Arena, pela quarta rodada.