Meu Timão

O grande desafio de torcer com serenidade é conseguir enxergar pontos positivos e negativos sem se deixar influenciar por um dos lados. Claro, é sempre mais confortável continuar batendo em quem está apanhando, mas fica evidente a crescente urgência em equilibrar a balança do Corinthians para que outras pessoas também consigam abrir os olhos sobre as pequenas conquistas nesse processo vagaroso de reconstrução.

Em nosso último confronto, foi impossível ignorar a postura firme da equipe após sofrer um gol logo no início da partida. Com todos os ingredientes para um colapso, pouco tempo e material humano contestado por absolutamente todos, o time da raça mostrou uma inesperada calma.

Depois de algumas partidas jogando bolas na área à própria sorte, colocamos a bola no chão. Talvez esse comportamento esteja relacionado com a manutenção de um time base, ainda que eu humildemente discorde de algumas escolhas do treinador. Mas quando se tenta dar sequência a uma ideia de quem sejam os 11, os atletas tendem a melhorar as respostas em campo.

Torço para que Sylvinho sobreviva a tempo de conseguir recuar o Luan para segundo atacante, quando (e se) um novo centroavante chegar. A cada jogo, percebemos o nosso 7 recuando e procurando alguém pra infiltração. Esse é o jogo dele, rodeando a área e buscando passes. Não vamos poder contar sempre com a presença certeira de Gabriel ou Roni nas finalizações.

Torço para que ele promova o Raul definitivamente na parte esquerda da zaga. Torço pra que ele volte a dar mais minutos para Adson, Xavier e os outros jovens da base. Tire os meninos da geladeira enquanto não conseguimos tirar coelhos da cartola.

Enquanto não temos torcida, tempo e novos atletas, precisamos celebrar a calma.