Tiago Pedroso
Parei de ler na parte que fala no elenco que tem? Que elenco esses caras acha que o Corinthians tem, é só parar pra analisar... Temos 1 atacante pra jogar a temporada toda, laterais reservas, um é volante, reserva do Ralf é o poderoso Guilherme andrade kkk reserva na zaga é o poderoso Felipe kkk ataque poderoso com Malcom Luciano e Romero kkkk só o meio campo é bem servido...
em Bate-Papo da Torcida > Texto de Gustavo Hofman (ESPN) sobre o Corinthians desse ano
Em resposta ao tópico:
Existe um motivo para o Corinthians ser criticado, e este não pode ser esquecido tão facilmente
Acredito ser necessário retomar um debate que se tornou muito forte após a Copa do Mundo. Logo depois do belíssimo Mundial que aconteceu no Brasil, com grandes jogos e um ótimo futebol, o torcedor brasileiro 'percebeu' a qualidade ruim do que é jogado por aqui. Assim, coloco o Corinthians no cerne desta discussão.
São 63 pontos conquistados em 35 jogos, com a segunda melhor defesa do Campeonato Brasileiro (25 gols sofridos) e 44 gols marcados, média de 1,25 gols por partida. Faltando três rodadas para o término da competição, a equipe ocupa o terceiro lugar, a apenas três pontos do São Paulo e muito distante do líder Cruzeiro, com 73, virtual bicampeão brasileiro.
Portanto, analisando friamente os números, a campanha do alvinegro no Brasileirão é excelente. A questão que envolve o Timão, no entanto, vai além dos resultados obtidos.
Mano Menezes utiliza atualmente a ironia para rebater os questionamentos que sofreu nos últimos meses. É um direito pleno dele rebater as críticas da maneira que quiser, assim como enxergar o futebol de maneira mais ortodoxa.
Com o elenco que tem e o poder de investimento do clube à disposição, o Corinthians deveria e poderia jogar um futebol mais vistoso, sem deixar a eficiência de lado. Não é pedir demais ou ser fantasioso; É olhar para o futebol jogado na Copa do Mundo e desejar que os brasileiros voltem a jogar algo parecido com aquilo.
Intensidade, movimentação, ofensividade. Tudo isso aliando o empenho tático.
Logicamente, e isso foi muito ressaltado depois do Mundial, não há nada maior nesse esporte do que a principal competição entre seleções do planeta, e naturalmente não se deve esperar de um campeonato nacional o mesmo nível de jogo. Porém, devemos tomar como padrão o futebol jogado em mais alto nível e tentar alcançá-lo ao máximo.
A partir do momento em que a Alemanha encerra a Copa com Toni Kroos e Bastian Schweinsteiger como meio-campistas com maiores responsabilidades de marcação, uma mensagem clara é passada para todo planeta bola: o futebol mudou.
Não há mais espaço no jogo moderno para 'volantes' e 'meias-atacantes', e sim para os meio-campistas: jogadores dinâmicos, inteligentes taticamente e que atacam e defendem com a mesma qualidade. Sempre buscando o gol, tentando alcançar o objeto máximo do jogo.
Não podemos exigir tais qualidade, imediatamente, de times menores e carentes de talento. Devemos, por outro lado, esperar de Renato Augusto, Jadson, Elias, Petros, Lodeiro, Guerrero e cia mais qualidade, e do treinador destes atletas a disposição em fazer seu time jogar futebol de maneira eficiente e vencedora, buscando justamente a qualidade ao invés apenas de força defensiva.
É muito óbvio para mim que Mano Menezes seja um ótimo treinador. Ninguém ocupa os cargos que ele ocupou e conquista o que ele conquistou sendo ruim. Por tudo isso a cobrança sobre ele e o Corinthians para praticar um futebol mais vistoso precisa existir, diferentemente do que fazemos sobre a Chapecoense, por exemplo.
Para esperar algo a mais de times menores, uma revolução na base é necessária, e essa mudança (se acontecer algum dia no Brasil) não será da noite para o dia. Levará anos, quiçá décadas.
Mano não é o único culpado, apesar de possuir enorme parcela de culpa. A sequência de trabalho para qualquer profissional é fundamental na evolução das ideias, mas estas precisam estar de acordo com o novo - e este não pode ser conflitante com a mentalidade dos dirigentes. A instituição de uma filosofia de jogo, clara e aberta a todos, ajudaria o desenvolvimento de qualquer clube.
O calendário brasileiro é um empecilho lógico na busca pela qualidade, mas o Cruzeiro de Marcelo Oliveira está aí para provar que é possível buscá-la, aliada à eficiência e ofensividade. Não é utopia.
Esse raciocínio, de certa maneira complexo diante do conversadorismo futebolístico brasileiro, serve também para a Seleção Brasileira - como defendi durante a Copa e depois dela. A equipe não deveria apenas mirar os resultados imediatos, o ouro olímpico e a conquista da próxima Copa do Mundo. Percorreria o caminho correto se buscasse a revolução de sua estrutura e mentalidade, algo que vai muito além de mais uma taça.
Eu serei coerente com minhas ideias até o final. Isso não significa tapar os olhos para bons trabalhos, mas acredito ser o meu dever como amante do futebol exigir mais qualidade. Da mesma maneira que, felizmente, muitos exigiram depois da Copa e agora, infelizmente, se esquecem e olham apenas para os números.
É possível jogar um futebol melhor.
Não podemos ter memória tão curta.
Fonte: http://espn.uol.com.br/post/461291_existe-um-motivo-para-o-corinthians-ser-criticado-e-este-nao-pode-ser-esquecido-tao-facilmente