Samir Abdalla
Desde que chegou ao Corinthians, o técnico Cristóvão Borges parece ter algumas ideias fixas na cabeça. O time precisa de um centro-avante e de um meio campo dinâmico. Luciano, Danilo e André já ocuparam o espaço no centro do ataque corinthiano, e Alexandre Pato parece logo estar disponível. Falta de oportunismo de um, limitações de outro, independe. Sem um meio de campo bem estruturado, pouco importa quem vista a nove do Corinthians. Aí fica claro o problema nas opções do treinador corinthiano. E tenho a impressão que todo torcedor já percebeu.
Ao optar por G. Augusto na criação das jogadas, o técnico corinthiano sacrifica as duas melhores coisas que o Corinthians apresentou até agora no ano.
Até agora, convenhamos, o melhor momento do Corinthians em 2016 foi com o encaixe de Guilherme na criação, com a camisa 10 do time. Lançamentos, passes rápidos e criatividade. Na época, o problema era a conclusão da jogada. Foram vários os jogos em que Guilherme colocou os atacantes na cara do gol, mas a finalização era equivocada. Luciano, André, Romero, Lucca, ou quem quer que estivesse no ataque do Timão.
Juntamente com isso, a torcida do Corinthians se viu representada em campo com a garra e vontade de G. Augusto. Corria, driblava, chutava, brigava. Não desistia de jogada alguma. Era a raça da torcida no gramado. Só que sempre pelo lado do campo, tendo a companhia de Guilherme com a camisa 10.
Nesse texto não se lamenta a ausência de Marlone, a falta de técnica de Romero, o não-oportunismo de André, e nem mesmo a desligada atuação de Elias. Mas sim a teimosia de Cristóvão em manter Guilherme no banco e G. Augusto deslocado. Com uma opção do treinador, dois jogadores são sacrificados.
Quando entra em campo, geralmente na metade final do segundo tempo, Guilherme cadencia a partida, consolida o meio campo, e busca acionar os atacantes que muitas vezes ficam isolados durante a partida. Não é craque de bola, mas é o camisa 10 do time, e mesmo improvisado, assumiu o papel de meia de criação imposto por Tite.
Hoje, tenho a impressão que Guilherme faz falta não só para o time e o torcedor corinthiano, mas também para o próprio G. Augusto que, fora de função, vê o desempenho do Corinthians cair nas últimas rodadas.
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