Osmar Ana
A prioridade é o futebol!
O resto deveria ser administrado por profissionais terceirizados ou simplesmente erradicada!
em Estádio do Corinthians > Gestão da Arena Corinthians
Em resposta ao tópico:
“Em momentos de crise, só a imaginação é mais importante que o conhecimento.” Albert Einstein
Para não ser leviano (ou ser processado), vou considerar a gestão Corintiana somente como ineficiente. Esclarecido isso, acredito que o Corinthians perde muito por ter sua imagem atrelada a uma série de situações nebulosas, que afasta as parcerias sérias e bloqueia o imenso potencial do clube. A torcida sabe bem do que estou falando.
Mas vamos a algumas considerações:
1. Clube social (Parque São Jorge)
Apresentou 24 milhões de déficit em 2016[1]. Rombo recorrente nos balanços corintianos.
Se observarmos os gastos com pessoal somam 28 milhões. Certamente os esportes amadores, futsal, basquete, futebol feminino, além do pessoal para a gestão da estrutura do clube social estão englobados nestes custos.
Em comparação, um Clube como o Círculo Militar de Campinas, com 8.000 associados, uma estrutura social similar, em área bem maior e em excelentes condições, arrecada e gasta algo em torno de R$ 15 milhões de reais/ano. Uns dirão que em Campinas, há um custo menor e sem esporte amador forte gerando gastos.
Então vamos a outra comparação (alerta, vai doer na alma!): nosso arquirrival Palmeiras arrecada R$ 58 milhões (o dobro da arrecadação do Timão) na área social e gasta R$ 56 milhões. Superavitário em R$ 2 milhões.
Nesse caso, a ação necessária é equilibrar receitas e despesas da área social, a todo custo. Reduzir as atividades acessórias ao clube social, como esportes amadores, à exceção das operações autossustentáveis.
Vamos ao que representa o déficit do Clube Social: 20 anos de déficit totalizam R$ 480 milhões, o que representa 50% do valor inicial da Arena.
2. Manobra patrimonial
Muitos podem não concordar. Mas temos dois estádios. Um sem uso, uma vez que nem as categorias de base utilizam mais o Alfredo Schüring, vulgo “Fazendinha”. E outro é um gigante que precisa ser pago.
O São Paulo vendeu o Canindé para a Portuguesa. O Grêmio entregou o Olímpico como parte do pagamento da sua Arena.
Nossa Fazendinha tem uma área total de 36.000 m2, em uma área com preço de R$ 3.000,00/m2, com um valor de R$ 109 milhões [4].
3. Arena Corinthians
Além do futebol
Construída para ser multieventos e gerar renda no patamar de R$ 120 milhões, mas nunca foi explorada nem perto do planejado inicialmente. Colocar uma equipe profissional para fomentar e vender os espaços para eventos variados é fundamental. Além dos previstos e não executados, poderíamos ter MMA, UFC, Games, eventos particulares e empresariais, torcida acompanhando jogos do Corinthians fora de casa, mensagens no telão, hotel, além de centenas de ideias que não irei me alongar nesse post. Sempre com gente profissional. Mas tem crise. Tem! Mas vamos sair da crise. E com crise o Palmeiras vendeu Naming e camarotes. Não vendemos por incompetência.
O uso intenso da arena valoriza o aluguel dos espaços e o uso do estacionamento. A Arena tem que funcionar todos os dias, com eventos os mais variados. Atender a ZL, atender grandes eventos.
Custo da obra
Embora os catastrofistas apelem para o valor futuro, embutindo juros e correção monetária para majorar o problema, e também considerando ser difícil acreditar em cálculos passados pela Diretoria, vamos computar o custo do Estádio como R$ 970 milhões.
Do valor acima deverá ser abatido o resultado do auditoria, que apontou uma parte da obra prevista que seria algo em torno de 150 milhões de reais [7].
Naming Rights
O famigerado Naming Rights parece cada vez mais distante. Perdemos o timing, a crise realmente dificulta, mas o componente escândalos, credibilidade e gestão deficiente também pesa. Investir R$ 300 milhões sem muitas garantias e com risco de aparecer nas páginas policiais não é das coisas mais atraentes. Pela necessidade de abater dívida, seria interessante oferecer essa propriedade casada com espaço na camisa, nomes de setores, camarotes e disponibilidade para eventos na arena, tornando o valor agregado mais atraente para empresas. Um valor inicial maior, mesmo tendo um prazo menor e um custo final menor se torna interessante na medida que reduziria o pagamento de juros. Um acordo de 250 milhões, com prestações maiores nos primeiros de 10 anos seria interessante.
Bilheteria
A capacidade da Arena é de 49.600 lugares. Temos uma média de público excelente de 32.000 pagantes [5]. E um potencial de vender 17.600 cadeiras ociosas adicionais a um preço médio de R$ 52,00. Promover esses ingressos em programas de milhas, a exemplo do que já ocorre no Km de vantagens, ou vendido ao varejo por um valor abaixo do valor de face para ser ofertado em brindes associados a vendas de produtos, disponibilizar para agências do interior, etc. Conseguir 8.000 ingressos (45% do disponível), a R$ 40,00,39 jogos/ano, perfaz 12 milhões.
Estacionamento
3.000 lugares. 365 dias por ano. Potencial de 10 milhões brutos por ano. Basta não entregar na mão da OMNI. [8]
CIDs
Vender os CIDs para empresas, casado com ações na Arena e publicidade interna. São 470 milhões em valores atualizados. [9]
Equacionando o problema
1. Abatimentos iniciais até 1 ano:
A. Terreno da Fazendinha: 100 milhões.
B. Abate nas cotas da Odebretch: 150 milhões.
C. Parcela inicial do naming rights: 60 milhões.
D. Venda de 50% dos CIDs: 240 milhões.
E. Lucro da Arena: 60 milhões.
F. Valor ano “1”: 610 milhões.
2. Abatimentos anuais subsequentes:
A. Naming: 18 milhões.
B. Lucro da Arena: 70 milhões.
C. CID restante (por mais 4 anos): 60 milhões.
D. Valor anos subsequentes: 148 milhões.
Projetando juros e abatimentos, teremos (valores entre parênteses são negativos):
Em 2018
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Dívida (970.000.000)
Juros (50.000.000)
Abatimento inicial 610.000.000
Dívida residual (410.000.000)
Em 2019
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Dívida (410.000.000)
Juros (28.000.000)
Abatimento anual 148.000.000
Dívida residual (290.000.000)
...
Segue até quitação total, com retorno, no ano de 2.022.
Isso para não falarmos do que já foi arrecadado e não consta nessa projeção. Seria possível? Teremos quem torne isso possível?
Referências:
1. Balancete 2017. Na Internet em
2. Balanço 2016 da Sociedade Esportiva Palmeiras, na Internet em
3. Terreno à venda na marginal Tietê. Na Internet em
4. Valor de imóveis na Cidade de São Paulo. Estadão Dados. Na Internet em
5. Público nos Estádios do Brasi. 2017. Na Internet em
6. Estrutura do Círculo Militar de Campinas, na Internet em
7. Notícia sobre obras não realizadas, na Internet em
8. Faturamento de empreendimentos comerciais com estacionamentos. Na internet em:
.9. Corinthians vende CID, na Internet em: