Gabriel Salvati
Após a saída de Tite, para a Seleção em 2016, dois treinadores passaram pelo Timão, sem sucesso: Cristóvão Borges e Oswaldo Oliveira, respectivamente, fracassaram na missão de colocar o Corinthians na Conmebol Libertadores Bridgestone 2017. O clube então iniciou uma procura por um novo treinador para a temporada 2017, sondando renomados treinadores, mas resolveu apostar em uma solução caseira: Fábio Carille, no Corinthians há oito anos, que foi auxiliar de Mano Menezes em “eras fenomenais” e de Tite, na época mais vitoriosa da história do clube.
A imprensa, de forma completamente errônea, apedrejou o “estagiário” alvinegro, duvidando de sua capacidade de conduzir um elenco, questionando o respeito dos atletas corinthianos pelo mesmo, chegando até mesmo à apostar quantas derrotas seriam necessárias para derrubar Carille e dizendo que o novato não completaria dois meses no cargo.
Porém, as críticas serviram como combustível para o treinador, vindo do interior, corinthiano desde a infância, que fez valer sua fibra e sua “fé alvinegra” para responder aos apedrejamentos dentro e fora de campo. Vale ressaltar que Fábio Carille era o responsável por montar e treinar o sistema defensivo das equipes de Mano Menezes e Tite, marcas vitoriosas do Corinthians em suas vitoriosas campanhas após a queda, em 2007. Em sua apresentação, o recém-promovido treinador prometeu à todos uma equipe organizada dentro de campo. E cumpriu!
Carille, desde o início do ano, blindou seu elenco, provou saber lidar com o vestiário e conduziu um elenco apedrejado e julgado por todos como limitado ao título do Campeonato Paulista de 2017, batendo seus três até então badalados rivais durante a campanha e fechando o torneio com apenas duas derrotas, sendo que uma foi sacramentada com um gol irregular.
Após a conquista estadual, Fábio Carille teria o maior desafio de sua vida profissional até então: o difícil e disputado Campeonato Brasileiro. O treinador, aluno aplicado e estudioso, passou ainda mais tranqüilidade e, principalmente, confiança ao seu grupo de atletas e, com maestria, terminou o primeiro turno do torneio nacional de forma invicta, conduzindo um time organizado, aplicado e letal, obtendo vitórias importantíssimas dentro e fora da Arena Corinthians. O até então “estagiário” mostrava pulso firme, capacidade e esperteza no comando do maior clube do país.
No segundo turno, mantendo seu padrão de jogo, vieram alguns tropeços e parte da inescrupulosa imprensa apedrejava novamente seu trabalho. O treinador, por sua vez, alterou a equipe titular do Corinthians no momento certo da competição, no dérbi contra o Palmeiras, em Itaquera. O final todos sabem: vitória por 3 a 2 e nova arrancada rumo ao hepta! Conta o Fluminense, nova vitória, dessa vez por 3 a 1 e finalmente a coroação de um competente trabalho do treinador durante o ano.
Fábio Carille pode ser, sim, apontado como o maior responsável pelo “surpreendente” ano do Corinthians. Usou sua inteligência, aplicação e, acima de tudo, humildade, para fechar ainda mais um grupo de jogadores com sua Fiel torcida e conduzir um bando de loucos à glória máxima do país pela sétima vez. O caráter do treinador e sua habilidade no dia-a-dia construíram um time familiar e campeão.
Se 1990 foi de Neto, 1998 e 1999 de Marcelinho e cia, 2005 de Tevez, 2011 e 2015 de Tite, 2017 foi, realmente, do Carille, com o perdão do trocadilho.
Parabéns e obrigado, professor! “Tamo junto”, Carille! Comemore conosco! 'Tu és orgulho' do banco de loucos!
Gabriel Salvati
Twitter: @Gabri_Salvati
em Bate-Papo da Torcida > Fábio, um verdadeiro treinador "do Carille"