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Post de Bruno no fórum "Bate-Papo da Torcida" do Meu Timão

Parabéns pelo tópico, é raro essa qualidade de argumentação e esse tipo de discussão aqui no fórum.

Mas uma coisa não ficou clara no tópico: porque tentar o 4-1-4-1? O que partir desse esquema vai potencializar no jogo do Corinthians?

O Tite usava essa formação pra compactar o time em relação à bola, marcar sempre agressivamente, gerar triangulações e infiltrações, mas me parece esse time peca em mobilidade e domínio das transições ofensivas e defensivas (apesar de eu apostar muito no Díaz e no Araos).

Nesse sentido, um problema a se pensar é que Boselli muda o perfil de centroavante do Corinthians. Caras como Guerrero e Love tinham mobilidade, trabalhavam fora da área e permitiam a infiltração dos meias. O Boselli participa pouco da construção das jogadas. Então a emulação daquele 4-1 complica um pouco.

Mais: acho que Araos não tem intensidade/velocidade pra ser o jogador de chegada que Paulinho/Elias eram. Esse papel era um dos pilares daquele esquema. Se ele for construir a partir da base, como Renato Augusto fazia, perderíamos em capacidade de infiltração, já que Jádson também não tem esse perfil.

Outro ponto a ser discutido: esse esquema já de plano excluiria os segundos volantes que não têm o perfil pra jogar na segunda linha (Douglas, Renê Jr. E Thiaguinho) e Araos não teria substituto (não acredito que Vital possa fazer essa função e Sornoza debilitaria o meio campo).

Por fim, pra entrar na brincadeira, tendo como base aquele 4-1-4-1 de 2015, eu tentaria o seguinte: Ralf (eventualmente Richard se ele conquistar o espaço); Romero, Jádson, Ramiro, Sornoza; Boselli.

Testaria Ramiro (que já foi segundo volante) no meio por entender que, por dominar as transições ofensivas/defensivas + intensidade, pode emular um papel de Paulinho/Elias.

Sornoza partindo da esquerda flutuando para o meio campo dialogar com Jádson (o mesmo papel que Jádson fazia em 2015, só que do outro lado).

Jádson criando na base da jogada (fez isso diversas vezes ano passado).

Romero pra compensar o Sornoza, mas também por ser chave nas transições e por sua ótima leitura de espaços contribuir demais nas compensações/infiltrações.

em Bate-Papo da Torcida > 4-1-4-1, por que não tentar?

Em resposta ao tópico:

Bom, para quem ainda não nos conhece, somos o SCCP Scouts, um perfil no Twitter totalmente baseado em análises e números sobre o Corinthians. Como nossa primeira participação por aqui, faremos uma breve análise de alguns pontos interessantes no elenco que vem sendo montado para esse ano.

Primeiro tópico que iremos abordar serão os gringos que chegaram ano passado e não conseguiram a tão famosa engrenada. Por que Araos e Sérgio Díaz serão peças úteis e importantes para o Corinthians nesse ano? Vejamos por aqui

No início do ano passado (2018), Carille tentou emular um esquema parecido com o da equipe de 2015, um 4-1-4-1. Tendo Jadson e Rodriguinho como homens responsáveis pela criação das jogadas a frente de Gabriel. Algo parecido com Renato Augusto e Elias em 2015, ao menos na teoria. Na prática, o que ocorreu foi uma sobrecarga em cima de Gabriel, que devido a falta de dinâmica do camisa 10 (muito pelo físico) e da intensidade mais baixa de Rodriguinho, ficava na maioria das vezes exposto e sendo obrigado a abandonar a posição causando dificuldades na marcação do famoso 'funil'. Não demorou muito para o treinador corinthiano abandonar o esquema e voltar para o 4-2-3-1, que havia triunfado no ano anterior. Mas, por que o 4-1-4-1 de 2018 não deu certo? Simples, a falta de alguém que conseguisse fazer a transição defensiva e ao mesmo tempo tivesse a intensidade de buscar o jogo a partir do campo defensivo, sendo um organizador (coisa feita por Renato Augusto em 2015) acabaram atrapalhando o esquema, obrigando o retorno do 4-2-3-1, que dava uma solidez defensiva maior a equipe.

Porém, hoje no elenco temos alguém que possa suprir essa necessidade, que é o chileno Araos. Como veremos no frame abaixo, Araos por muitas vezes já fez a função de um 'ritmista' na lá U. Tendo como uma das características principais, a visão de jogo, toque de bola e drible curto, os fatores necessários para um jogador na saída de jogo.



A imagem acima ilustra Araos sendo o organizador de jogo da equipe chilena. Outros fatos interessantes para descrever o jogador, é a questão de ser um atleta que busca bastante o jogo de associação, tabelas e arrancadas, quando tem espaço para isso. Outra coisa que chama a atenção em suas participações pela lá U, são as infinitas vezes em que participa do jogo em vários setores do campo, em vários momentos como um homem de saída, em outros pelo lado do campo, alguns como um meia mais de frente. Enfim, mais uma prova da vitalidade e da capacidade física e técnica que o meia teria para executar a função, numa hipotética volta do 4-1-4-1, sendo a peça chave que faltava para o esquema dar certo em 2018, por exemplo.

Outro gringo que foi contratado no segundo semestre do ano passado e acabou não engrenando e basicamente pouco atuando, foi Sérgio Díaz. Contratado junto ao Real Madrid por empréstimo, o paraguaio sofreu muito com lesões, que acabaram dando uma estagnada em seu desempenho por aqui. Mas, o que ele pode nos oferecer?

Díaz não é de fato um ponta daqueles com características de velocidade e drible apenas. Por vários momentos, o paraguaio chegou a ser uma espécie de falso 9 no Cerro Porteño, sendo o responsável pela criação de jogo da equipe, atuando mais próximo do gol. Ainda em sua passagem pela equipe paraguaia e depois pelo Real Madrid, atuou pela ponta, já que a questão técnica ajuda no quesito. Díaz é o que podemos chamar de um ponta moderno, que além do drible consegue participar ativamente da construção de jogo e ser fundamental na mesma. A partida contra o Bahia, uma das poucas que o jogador fez ano passado pela equipe, foi a maior prova disso. Sempre buscando um jogo mais associativo e de aproximação, o jogador por vários momentos foi o responsável pela armação de jogo da equipe, que no primeiro tempo buscou bastante o lado esquerdo, por onde ele atuava.


Na imagem acima, Sérgio Díaz quebra a primeira marcação no drible e faz a bola chegar até Danilo. Um dos frames que mais ilustra o poder de construção que tem o paraguaio a partir da ponta.

O jogador de 20 anos também busca bastante cortar para dentro e participar ativamente da construção das jogadas. Algo parecido com o que Jadson fazia em 2015, porém com mais velocidade e mais poder individual na base do drible.


Nesta imagem já temos uma ilustração de Díaz centralizando para dar opção de passe pelo meio, coisa que veremos de maneira recorrente. O paraguaio também será importante para dividir a responsabilidade criativa com Jadson, afinal, o que vimos no fim do ano, foi o camisa 10 completamente sobrecarregado na armação e sendo muito exigido fisicamente por conta disso.

Depois de Díaz e Araos, chegou a hora de falarmos um pouco sobre Ramiro, e a forma que pode ser um carregador de piano no 4-1-4-1.

O jogador recém chegado do Grêmio, é o que podemos chamar de 'falso ponta'. Mas, o que seria um falso ponta? Bom, no 4-2-3-1 do Grêmio, ele era escalado na ponta direita, porém, nunca foi um jogador digamos, do ofício, alguém que fosse para a linha de fundo, quebrasse a marcação no drible ou coisas do tipo. Analisando mapas de posicionamento médio, vemos Ramiro estando na maior parte do tempo fechando as linhas de marcação do meio gremista, dando dessa forma liberdade maior para jogadores de frente e laterais.

Digamos que Ramiro é um 'motorzinho', capaz de recompor e fechar muito bem a marcação, dando um 'descanso' maior para Jadson, por exemplo, deixando o 10 com a responsabilidade quase que inteira da criação, além de que, seria perfeito para Fagner, que teve seu melhor momento técnico em 2016, quando no Campeonato Paulista, por muitas vezes atuava quase que 'fincado' nos extremos do campo, dando amplitude para a equipe.

Um trabalho invisível a olho da maioria das pessoas, mas, extremamente importante.

Alguns dados que ilustram o poder defensivo que tem o novo 'falso ponta' corinthiano, é que foi o líder de desarmes gremista em 2018, tendo feito 215 desarmes ao longo da temporada, tendo feito 185 interceptações e vencido 49% dos duelos que teve.



Na imagem acima, vemos Ramiro recompondo e conseguindo um desarme dentro da própria área, e detalhe: fechando a linha pelo meio.



Já nesta imagem, fica ainda mais claro o papel defensivo do jogador fechando as linhas de marcação. Consegue a antecipação, já liga o contra-ataque do Grêmio e deixa caminho aberto para a ultrapassagem do lateral pela direita.

Além dos nomes que analisamos, ainda temos Sornoza, líder de passes para finalização no ano no futebol brasileiro e Boselli, artilheiro nato e fundamental na posição que tanto nos fez falta em 2018. E também André Luis, um ponta que tem o gol, como dizemos na gíria. Algo que também era uma carência do elenco. O ex-pontepretano foi o jogador com mais finalizações certas na Série B 2018, outra ótima aposta.

Resumido, Carille pela primeira vez tem as opções necessárias para emular o 4-1-4-1 que já tentou ano passado. A organização de jogo e vitalidade de Araos para fazer a saída de bola e ser um ritmista, um ponta construtor como Sérgio Díaz e um polivalente carregador de piano como Ramiro.

Ainda temos deficiências e necessidades no elenco, como um lateral esquerdo, talvez um zagueiro, e até um ponta mais velocista. Porém, uma coisa é certa, as contratações dessa temporada todas tiveram base e fundamento.

Enfim, Fiel. Estão com a gente na expectativa da volta de um possível 4-1-4-1?

Para terminar, volto a dizer, para quem ainda não conhece nosso trabalho e quiser dar uma conferida, estamos sempre tentando trazer o melhor para vocês em relação a análises e números do Corinthians no Twitter.

@sccpscouts

Responder ao post do Bruno

Réplicas desse post

Foto do perfil de Ilduvã

Ilduvã 159 posts

@ilduva.da.paixao.nog em 08/01/2019 às 02:58

Mas o Carille não vai arma no 4.1.4.1 com o Ralf e Jadson no time titular e ainda tem boselli com 32 anos então esqueçam.

Foto do perfil de Gustavo

Gustavo 403 posts

@rockgustavo em 07/01/2019 às 21:54

Acho que o resumo é que não temos no elenco as características de Paulinho/ Elias e muito menos do Renato Augusto.

É um esquema a se tentar com os jogos e agora com a inteligência do Carille a frente! Mas talvez com triângulações e chutes de fora da área que são características do elenco atual (Jadson, Sornoza e Ramiro)

Foto do perfil de Andre

Andre 9.411 posts

@andre.ramos12 Apoiador em 07/01/2019 às 11:17

Muito boa sua analise. Penso da mesma forma.

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