Quando a equipe tomou dois gols em menos de 10 minutos, surgiu a pergunta. O Carille já encontrou a maneira certa de jogar? Mas foi apenas um susto. A zaga foi pega de surpresa e não conseguiu acompanhar a correria do adversário. No segundo tempo, com Pedrinho ajudando na armação, o meio campo decidiu a partida. Sonosa está tomando a posição de Jadson. Jr. Urso como volante. E Pedrinho pelo meio, formam o melhor meio campo. Basta, agora, acertar a zaga. Manoel e Henrique não conseguem acompanhar a velocidade dos atacantes nos contra ataques. Tem que achar uma solução. Agora temos o ataque que faltava.

Determinados jogadores, principalmente da defesa e meio campo cometem erros e falhas irritantes. A saída de bola é um sufoco. Quando aparece uma chance pra progredir com a bola dominada, jogam de lado ou pra trás, com medo de errar ao encarar a marcação. Isto é típico de time medroso. Não há aquilo que pode decidir uma jogada, ou seja, partir pra cima, pra frente em direção ao gol. Pode até não dar certo, mas é a melhor maneira de alimentar o ataque e acionar os atacantes. Não basta livrar-se da bola. Tem que tentar uma jogada ofensiva. Os meio campistas não trabalham dessa maneira. É onde a equipe não consegue chegar ao gol. Se, pelo menos arriscassem um chute de fora da área, mas não. Querem entrar de bola e tudo. Ou fazer chuveirinho para tentar um gol de cabeça. Às vezes dá certo.

Gustagol teve a nota merecida. Correu tempo todo. Jogou até de zagueiro. É um misto de JÔ e Baltazar, o cabecinha de Ouro dos anos 50. Tem uma impulsão fora do comum que somada à sua altura, dão a vantagem de cabecear e marcar gol, quando a bola chega em boas condições. É o 9 que precisávamos.

Gustavo tem tudo pra se tornar o artilheiro do Corinthians e do Brasil este ano. Os dois últimos gols marcados mostram um atacante completo. Oportunista, rápido e com um chute de sem pulo, de canhota, digno dos melhores centroavantes. Deu um assistencia ao Love, mostrando que não é fominha e joga pra equipe. Não pode sair do time. Por nada.

O Pedrinho fez uma coisa que sempre falta ao ataque corintiano: chutar para o gol. Já fez gols da entrada da área. É que o chute saiu mascado e fraco. Mas ele fez o certo. Querer entrar de bola e tudo, trocando passes, nem sempre dá certo.

Não é a bola que o procura.É colocacão de verdadeiro centroavante. Com o tempo vai igualar JÔ. Cabeceia muito bem, chuta forte e ajuda o time tempo inteiro. Centroavante legítimo. Irá subir de produção. Não pode sair da equipe.

Num jogo deste não há favorito. O que vale é a disputa, o sangue e suor. Vence quem tiver cabeça no lugar e não se deixe impressionar pela torcida. A cronica esportiva foi unanime em apontar o Palmeiras como vencedor, até por um placard elástico. Riam quando perguntados sobre o vencedor do derby. Palmeiras tem mais time e mais técnico. E não foi isto que se viu. Atacou 90% do tempo e não conseguiu vazar as redes de Cássio. Ou pela marcação ou pela ruindade dos atacantes os jogadores alviverdes viraram coalhadas. Deixaram Felipão irritado por tamanha incompetência. São valentes e briguentos. Mais uma vez, não deu.