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O que é um ídolo?

Guerrero e Romero jogaram juntos no Corinthians

Daniel Augusto Jr/Ag. Corinthians

Guerrero, Romero e suas quase histórias de amor com a Fiel

Opinião de Ana Paula Araújo

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O que faz de um jogador ídolo de um clube? O que o torna digno de ostentar esse título? O que você, torcedor do Corinthians, considera mais importante na postura de um atleta que defende a camisa alvinegra?

Eu acredito que no Corinthians o título de ídolo vai muito além daquele que detém conquistas em campo. Não, para ser ídolo não precisa ser recordista em troféus, pelo contrário, temos ídolos que não ganharam nada. Raça, entrega em campo, amor à camisa e respeito ao clube tornam um jogador digno dessa alcunha.

Rivellino é o melhor exemplo disso. Jogou com raça, dedicação e respeito. Não ganhou título expressivo, inclusive chegou a declarar que trocaria a Copa do Mundo que conquistou por um Paulista pelo Corinthians. O Reizinho saiu do clube de forma injusta, a própria Fiel concorda. E foi por isso, que no primeiro jogo oficial da Arena Corinthians, ele foi eleito para marcar o gol que abriria o placar no mais novo estádio corinthiano. Ele também tem um busto mais que merecido lá no Parque São Jorge. Ídolo incontestável. Eu jamais diria que ele não ganhou nada porque ele ganhou. Ganhou o respeito e admiração de mais de 35 milhões de loucos.

Paolo Guerrero é um caso diferente. O jogador chegou em 2012 para ocupar a vaga deixada por Liedson, ídolo e goleador. Cumpriu seu papel e muito bem. Marcou gol em quase todas as partidas que disputou pela reta final do Brasileirão daquele ano, chegou ao Mundial de Clubes voando. Dito e feito, anotou o tento da vitória histórica. O gol da competição mais importante que o Corinthians já disputou. Tinha tudo para cravar seu nome na história e ocupar um posto incontestável de ídolo. Ele era raçudo, brigava até o último lance, vibrava tanto que chegou a soltar um palavrão ao vivo durante o Mundial. Então por que não se tornou ídolo do Timão? Porque brincou com a Fiel. Feriu o orgulho dessa massa que nada mais pede que comprometimento e respeito. Disse que no Brasil só jogaria aqui e saiu para o Flamengo em seguida. Mentiu, iludiu.

Chegamos então ao caso mais recente, Ángel Romero. O jogador chegou em 2014, praticamente desconhecido. Diz-se fã do clube, que sonhava em jogar aqui. Teve seu destaque na reta final do Brasileirão de 2015, quando marcou dois gols contra o São Paulo. Protagonizou momentos marcantes, como aquela selfie no Brasileiro de 2017 e aquela reedição das embaixadinhas contra o Palmeiras. Você pode até questionar a técnica dele, mas jamais a importância tática. Ele era raçudo, jogava para o esquema e ainda assim é o atual artilheiro da Arena Corinthians, estrangeiro com mais gols e títulos pelo clube. Por que então não pode ser considerado ídolo? Romero também brincou com a torcida e se deixou levar por empresários. Chegou a publicar emojis que faziam referência a uma possível renovação com o alvinegro da capital. Segundo recente entrevista do presidente Andrés Sanchez, recusou o terceiro maior salário do elenco. Faltou, de novo, respeito fora das quatro linhas. Não que ele não pudesse querer um salário maior, podia, claro. Mas a forma como foi feito, desrespeitou o clube e a Fiel. Poderia ser mais que um jogador importante, mas por isso, não será alçado ao status de ídolo.

É claro, essa é minha opinião. Você pode ter um conceito diferente. Mas para ser ídolo aqui, no Corinthians, o atleta precisa ser mais. Aqui não é qualquer clube, aqui é Corinthians! Ficamos 20 e tantos anos na fila por títulos considerados importantes e só aumentamos em número e amor. Se você, jogador quer ser ídolo, mas não está preparado para isso, nem venha. Digo isso também a Diego Tardelli, sempre almejado pela torcida, mas que, infelizmente, fez besteira e agora é rejeitado aqui.

Dentro de campo, incontestáveis. Ambos fizeram sua parte quando vestiram a camisa e por isso, fica aqui meu respeito tanto ao Guerrero, quanto ao Romero, mas ídolos é algo que, para mim, não são.

E para você, o que faz de um jogador ídolo do Timão?

Veja mais em: Romero e Ex-jogadores do Corinthians .

Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.

Por Ana Paula Araújo

Engenheira de formação, mas corinthiana de alma. Deixei a profissão para fazer parte dessa família desde 2013.

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  • Comentários mais curtidos

    Rafael
    Rafael Marques #1.332

    Bom, Guerrero de fato ''brincou'' com a torcida, ou a usou pra conseguir a renovação que queria, que era mais grana do que o clube poderia pagar, mas, no fim das contas o que ele fez aqui FOI MUITO MAIOR que isso, e depois que ele se aposentar vai ser considerado ídolo sim, como Rincón, que foi para o Santos, Viola, que foi para o Palmares, e etc, mas que fizeram MUITO com o manto.

    Já o Romero, não brincou com nada, ficou quietinho na dele esse tempo todo, e ainda saiu mostrando respeito e gratidão pelo Corinthians, apenas escolheu mal seus empresários, ZERO RESSENTIMENTO com ele, até porque, o que ele foi achincalhado aqui, e depois deu a volta por cima, não é brincadeira...

  • Diego
    Diego 1910 #822

    Sou grato ao 2, e muito.

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  • Todos os comentários (68)

    Jean
    Jean Sanches #1.779

    O assunto gera polêmica, mas deveríamos fazer duas votações no fórum para saber se devem ser incluidos na lista de ídolos presente aqui no site, uma para o Guerrero e outra para o Romero.

  • Gerson
    Gerson Machado #4.245

    Na fase boa do Guerreiro, o Corinthians não renovou e deixou ele de graça indo para o Flamengo.. Culpa do Guerreiro? Não. Culpa da diretoria, ele queria ganhar mais? Sim, merecia pelo futebol que apresentou.. Em vez do clube pagar para jogadores para jogarem em outro clube até encerrar o contrato, porque não ficou com o Guerreiro?

  • Gerson
    Gerson Machado #4.245

    Duas feras, gosto dos dois.. Aquele gol do Romero seguido de Self contra o Palmares foi top demais, agora o Guerreiro sem palavras né aquele Mundial

  • Jr.
    Jr. B Jr. #5.805

    Não concordo com a critica ao Guerrero. Imagina você, deixando seu sangue por sua empresa, sendo reconhecido e admirado por todo mundo, criando uma identificação cada vez maior, sendo o responsável direto por uma das maiores conquistas dessa empresa.

    Agora imagina você passando por tudo isso, e no ano seguinte contratarem alguém totalmente desqualificado, sem nenhum tipo de identificação com essa empresa, muito menos com as suas origens, agora imagina essa pessoa sendo recebida com tapete vermelho, ganhando mais que o dobro do seu salário, chegando como garoto propaganda, fazendo com que todos os diretores, simplesmente te deixassem de lado, depois de tudo o que você fez para defender a camisa da empresa. Essa é a história do Guerrero.

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