37K 244
E os guris?
Eles fizeram 50 gols em 2019. E seguem sem chance no Corinthians
Análise de Lucas Faraldo
É muito difícil acreditar que o Corinthians não tenha nas categorias de base jogadores mais (ou ao menos igualmente) capacitados que alguns dos últimos contratados pelo clube.
Matéria de Tomás Rosolino, aqui no Meu Timão, mostrou essa semana que o centroavante Nathan, de 21 anos, está emprestado há seis meses pelo Corinthians ao Racing de Ferrol, da 3ª divisão da Espanha, e não soma sequer 90 minutos jogados do outro lado do Atlântico - mais detalhes sobre essa situação você confere no vídeo abaixo.
Nathan, camisa 9 de 1,90m, fez 30 gols pelo Sub-20 do Corinthians em 2019. É um desempenho até melhor que o de Cauê, hoje cogitado como alternativa a Jô – fez 20 gols no Sub-17 também em 2019 e hoje está encostado em pré-temporada com o Sub-20 pra 2021.
Um mês antes de Nathan ser despachado pra 3ª divisão espanhola, o Corinthians anunciou a contratação de Léo Natel. Precisava?
Dois meses antes de Cauê entrar de férias pós-temporada do Sub-20, o Corinthians anunciou a contratação de Jonathan Cafu. Precisava?
Cauê e Nathan podem não ser solução ideal para o ataque de hoje nem renderem dezenas de milhões de euros amanhã. Mas e Léo Natel? E Jonathan Cafu? São? Renderão?
A mesma lógica vale para Michel Macedo, reserva imediato de Fagner desde o início de 2019. E com contrato até o fim de 2021. São três temporadas sufocando qualquer perspectiva de jovens da base ganharem chances pra mostrar serviço na lateral direita.
Enquanto isso, clubes como o Grêmio dão aula de como ser sustentável e competitivo. O time de Renato Gaúcho emplacou em cinco anos suas cinco maiores vendas de todos os tempos: Arthur (R$ 140 mi, Barcelona, 2018); Everton (R$ 127 mi, Benfica, 2020); Pepê (R$ 98,1 mi, Porto, agora em 2021); Pedro Rocha (R$ 45 mi, Spartak, 2017); e Tetê (R$ 42 mi, Shakhtar Donetsk, 2019).
Ao contratar demais e podar as já escassas chances dos jovens alvinegros, os gestores jogam contra o próprio Corinthians e sua base. E é justamente da base que podem surgir soluções para o clube sair do buraco tanto dentro quanto fora de campo.