Desde que deixou o Corinthians, em 2020, Jadson virou persona non grata no Parque São Jorge por processar o clube logo na sequência. O ex-camisa 10 cobra R$ 11 milhões e o clube terá que pagar em cerca de 13 dias para não sofrer punições da CBF .
"É um direito, né? Se houve um acordo e não foi cumprido, eu tenho que buscar meu direitos. O meu advogado não entrou contra o clube, mas querendo chegar em um acordo. Os torcedores não entendem, acham que o clube está certo. Os caras tentam colocar você contra a torcida, que você é o errado. Não tenho nada contra o clube. Tenho um carinho muito grande pela torcida e pelo Corinthians. Eu sou corinthiano, mas o justo é o justo. É a questão da diretoria me ligar e chegar em um acordo", explicou Jadson em entrevista ao ge.
Na sequência, o ex-jogador relembrou sua chegada ao Parque São Jorge. Na ocasião, o meia estava escanteado no São Paulo e sofria para conquistar espaço. Nesse contexto, o Corinthians, que reformulava seu elenco nas mãos de Mano Menezes, lhe fez o convite.
"Não pensei duas vezes, já que não estava sendo aproveitado no São Paulo. O Mano Menezes era o treinador do Corinthians, já tinha trabalhado com ele na seleção (2010), na base do Internacional (2000). Tinha uma vontade muito grande de jogar no Corinthians, pela atmosfera da torcida, um grande clube, a segunda maior torcida do Brasil. Decidi topar o desafio", comentou e emendou relembrando sua primeira partida vestindo o manto alvinegro.
"As torcidas tiveram receio da troca, times rivais. Eu sabia que a torcida do Corinthians gostava de jogadores que se dedicavam, se doavam dentro de campo. Aí, no primeiro jogo, contra o Palmeiras ( 1 a 1, pelo Paulista de 2014 ), o Mano me colocou e, na primeira bola que veio, dei um carrinho no Fernando Prass, e a torcida já viu que eu estava querendo. Depois dali, as coisas foram acontecendo".
Principais conquistas e carinho pelo Corinthians
O casamento deu certo e Jadson somou 245 partidas pelo Corinthians, marcando 50 gols e dando 64 assistências. Somando as duas passagens, também ergueu cinco taças: os Brasileiros de 2015 e 2017 e os Paulistas de 2017, 2018 e 2019.
Dessas conquistas, o ex-jogador aponta as conquistas nacionais como os principais títulos: "Em 2015, a equipe tinha entrosamento, a forma de jogar, o Tite deixou o time redondo, as coisas deram certo. Em 2017, outro Brasileiro. O Carille tinha assumido, voltei da China e era aquele papo da 'quarta força'. Fomos campeões paulistas, da Série A. Sair na rua e ver os torcedores agradecendo, falando daquela época. É o reconhecimento, deixei minha imagem. Tudo tem começo, meio e fim".
Jadson ainda comenta que Tite é um dos melhores técnicos que já encontrou, ao lado de Mircea Lucescu, treinador que trabalhou junto no Shakhtar Donetsk, da Ucrânia.
Apesar da identificação com o clube, na infância o carinho do ex-meia era com outro alvinegro: o Santos. "Meu pai era santista e, desde moleque, ele me dava calção, roupa. Tentava influenciar o filho", explica Jadson. "Quando fui para o Corinthians, a atmosfera é muito top. Já joguei em vários clubes, mas pegar uma torcida que grita do começo ao fim é difícil. Não falo que torcedores não vaiam, mas são 90 minutos apoiando. Se perder, tem a cobrança. Se vencer, está no céu. Sou corinthiano e atleticano, tenho carinhos pelos dois clubes".
Após deixar o Corinthians a pedido de Tiago Nunes, Jadson atuou por Athletico-PR, Avaí e Vitória, que foi seu último clube. Aposentado desde 2021, o ex-jogador atualmente é empresário no ramo de construção civil e energia sustentável. No momento não pensa em retornar ao futebol.