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Marciel reencontrará o Corinthians pela primeira vez após ascensão meteórica e diversos empréstimos

Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians

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'Não treinava 100%'

Rápida ascensão e falta de foco: atleta formado no Corinthians abre o jogo em reencontro com o Timão

Por Meu Timão

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No próximo sábado, o Corinthians reencontrará, diante do Santo André, às 16h, na Neo Química Arena, pelo Campeonato Paulista, um nome conhecido da Fiel. Trata-se do volante Marciel, que foi revelado nas categorias de base do Timão e teve trajetória com episódios marcantes.

Campeão da Copinha, em 2015, o meio-campista ganhou uma chance do então técnico Tite para começar entre os titulares no Campeonato Brasileiro, contra o Fluminense. Em sua estreia, aos 20 anos, com quatro minutos no elenco profissional, Marciel fintou o marcador e finalizou de direita, mesmo sendo canhoto, para abrir o marcador, que terminaria 2 a 0.

'Nem eu acreditei que tinha feito um gol, pode ver pela comemoração que eu não estava acreditando. Receber aquela oportunidade acho que foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida. O clube também, por ser o Corinthians, todas as histórias que o Corinthians tem, foi muito gratificante isso na minha vida', comentou em entrevista ao ge.globo.

O jogador viria a participar de outros jogos naquela edição do Brasileiro, que culminou no hexacampeonato do Timão. Apesar das expectativas pelo futebol apresentado na base e o cartão de visitas no profissional, porém, Marciel não decolou.

Em 2016 e 2017, participou de apenas 17 jogos, sem grandes contribuições. O principal episódio ocorreu fora dos gramados, em 2016, em uma briga com o ex-zagueiro Vilson durante um treinamento no CT Joaquim Grava.

'Foi algo que aconteceu ali na hora, eu acho que ele foi treinar de cabeça quente. Acabou que eu roubei uma bola dele, ele já virou bravo. Mas na hora ali mesmo eu aceitei a desculpa. Não levei nada para fora de campo e a gente seguiu junto ali até o final do campeonato', lembrou.

Naquele ano, Marciel viria a ser emprestado ao Cruzeiro, em troca que envolveu o volante Williams. Embora tenha se destacado logo na estreia, ele reconhecia que a briga por espaço seria difícil na equipe.

'Querendo ou não a estreia foi maravilhosa, né? Não podia ser melhor, era aniversário do Corinthians e poder fazer um gol foi inacreditável. O empréstimo acho que foi consequência, né? Eu não tive muita oportunidade, apesar de ter feito gol e tal, mas o meio campo tinha muitos caras de seleção e acabou que houve um empréstimo em troca com o Willians, no Cruzeiro. Eu mesmo quis sair também na época, porque eu sabia que eu não ia ter muita oportunidade. Na minha época a gente não tinha muita oportunidade, quem teve mais acho que foram o Malcom e o Arana. A gente que subiu depois não teve muita oportunidade para mostrar o nosso futebol', afirmou Marciel.

Já no ano seguinte, em 2017, o volante desenvolveu a condição alopecia areata, que surgiu devido à combinação entre quadros de estresse e ansiedade. O diagnóstico o levou a fazer uso de corticoides, afastando o jogador dos gramados por cinco meses.

'Eu só fui fazer o tratamento e achei que o Corinthians já estava sabendo. Aí cheguei lá depois, mostrei o papelzinho, tinha corticoide, e acabou que fiquei afastado. Acredito que não foi na maldade, acho que a doutora que aplicou não estava sabendo', concluiu.

Falta de foco e andarilho no futebol

O principal problema, segundo o próprio jogador, não era a concorrência, mas sim a falta de dedicação de Marciel. Em meio à disputa por espaço, ele se via em melhores condições que outros atletas, motivo pelo qual treinava menos do que poderia. O volante lembrou que não recebia toques para melhorar a questão, mas elogiou o ídolo e ex-companheiro Ralf, que incentivava os atletas.

'Eu acho que eu tinha que treinar mais. Eu achava que eu era melhor que um e que outro e acabava treinando pouco. Então agora que eu estou mais maduro e vendo as coisas, agora eu entendo o porquê de não estar tendo oportunidade. Eu treinava forte vez ou outra, não treinava todos os dias forte. Acho que foi isso que me fez não ter muita oportunidade. Ninguém chegou a me dar um toque. O único que falava para nós era o Ralf, que falava “treina, treina para você e tal”, mas entrava por um ouvido e saía pelo outro. A gente achava que conseguiria jogar de qualquer jeito, é isso que bate o arrependimento hoje. Eu não treinava 100%, treinava 70, 80 e acabou não dando certo', comentou.

Sem espaço no Parque São Jorge, Marciel rodou o país. Antes de encerrar o vínculo com o Timão, em 2021, o volante foi emprestado para Ponte Preta, Oeste, Vitória e Juventude, depois de passar por Náutico, Remo, Caxias e CSA. Desde o início do ano no Santo André, pelo qual disputou sete jogos no Paulista, o jogador está focado nos objetivos da equipe, mas não escondeu a gratidão pelo Corinthians.

'Tenho uma relação de gratidão, eu entendo até o caso. Naquela época tinha muito volante ali que não tinha como ficar disputando com os caras. Renato Augusto, Jadson, Ralf, os caras estavam em outro nível, outro patamar. Mas é só gratidão pelo Corinthians e agradecer por todas as oportunidades. Agora que eu estou mais maduro, já aprendi bastante. Agora estou com a mesma pegada do Ralf, a inteligência do Jadson e do Renato Augusto. Acho que essas coisas a gente tem que pegar deles, até nas resenhas a gente aprende com eles', finalizou Marciel.

Veja mais em: Marciel, Corinthians x Santo André, Ex-jogadores do Corinthians e Base do Corinthians.

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