Investigação do caso VaideBet

Augusto e Sérgio Moura são dois dos investigados no caso VaideBet
Foto: Jozzu/Agência Corinthians
O Corinthians assinou, em janeiro de 2024, um acordo de patrocínio máster com a VaideBet, casa de apostas. Meses depois, em maio, a negociação chamou a atenção da Polícia Civil, quando veio a público uma notícia do jornalista Juca Kfouri sobre um possível esquema de um "laranja" na intermediação do acordo de patrocínio máster.
A Rede Social Media Design LTDA, empresa apontada inicialmente como intermediadora do negócio e pertencente a Alex Fernando André, conhecido como Alex Cassundé, que trabalhou na campanha presidencial de Augusto Melo, teria direito a 7% dos R$ 360 milhões do negócio - cerca de R$ 25 milhões. Em seu depoimento, Cassundé disse que descobriu a casa de apostas por meio da inteligência artificial ChatGPT e que a comissão foi oferecida pelo clube do Parque São Jorge.
Contudo, a VaideBet não reconhecia a Rede Social Media Design LTDA como intermediadora e, em meio às polêmicas do caso, decidiu rescindir com o Corinthians em julho.
Em dezembro, Toninho Duettos, empresário e sócio de Gusttavo Lima, cantor sertanejo embaixador da VaideBet, veio a público reivindicar a intermediação do patrocínio milionário. Em seu depoimento à Polícia Civil, prestado em janeiro de 2025, o comerciante disse que Marcelo Mariano tirou seu nome do contrato de última hora e inseriu a Rede Social Media Design LTDA.
Em fevereiro de 2025, a polícia decidiu prorrogar o inquérito policial por 90 dias - até maio, portanto. No início de abril, vieram a público os chamados a Augusto Melo, Marcelo Mariano e Sérgio Moura.
Sérgio Moura atuou na campanha presidencial de Augusto Melo - inclusive, foi quem apresentou Alex Cassundé ao então candidato - e recebeu o cargo remunerado de superintendente de marketing. Em meio à denúncia envolvendo a VaideBet e outras polêmicas, decidiu se afastar do posto em maio de 2024 para se defender judicialmente de acusações que vinha recebendo. A priori, a licença seria provisória, mas o funcionário nunca mais retornou ao Parque São Jorge.
Marcelo Mariano, por sua vez, é o personagem mais importante do "caso VaideBet". O ex-diretor administrativo teria participado das negociações com a casa de apostas e, em maio de 2024, autorizado ao departamento financeiro transferir R$ 1,4 milhão à Rede Social Media Design LTDA - inclusive, passando por cima de Rozallah Santoro, diretor financeiro do Corinthians até então. Em janeiro de 2025, foi retirado do cargo, mas segue atuando no dia a dia do Parque São Jorge.
Além do desdobramento judicial, o "caso VaideBet" pode custar o cargo de presidente do Corinthians a Augusto Melo. O mandatário vem enfrentando processo de impeachment devido aos impactos que a polêmica tem gerado ao Timão. O Conselho Deliberativo já aprovou o pedido, mas aguarda uma data para votar pelo afastamento do cartola.