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Votação de impeachment no Corinthians é suspensa; entenda

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Por Meu Timão

A reunião de votação do impeachment no Corinthians está suspensa. Após os conselheiros aprovarem a sequência do processo contra o presidente Augusto Melo, nesta segunda-feira, o encontro no Parque São Jorge foi adiado devido ao horário.

A votação se iniciou às 18h no miniginásio da sede social do clube. A princípio, após diversas idas e vindas, os conselheiros votaram pela admissibilidade da votação, ou seja, pela continuidade do processo, com 126 a favor e 114 contra. No entanto, por volta das 23h20, o Conselho Deliberativo confirmou o adiamento por conta do horário, ainda sem nova data definida.

Dessa forma, Augusto Melo segue normalmente no cargo enquanto aguarda a remarcação do Conselho. Quando houver a nova data, os conselheiros vitalícios e trienais decidirão, de fato, a respeito do afastamento ou não do mandatário corinthiano.

O estatuto estabelece que, após a decisão do Conselho Deliberativo, uma Assembleia Geral deverá ser convocada em até cinco dias para que os associados votem sobre a destituição. Caso a maioria dos votos seja favorável, Augusto Melo será oficialmente removido da presidência. Isso só ocorrerá após a votação em dia a ser divulgado pelo Conselho.

Como foi o encontro?

A reunião desta segunda-feira foi marcada por momentos de tensão e tumulto. Conselheiros alinhados à situação demonstraram insatisfação com a rapidez imposta por Romeu Tuma Jr. no rito do processo, o que gerou discussões acaloradas, gritos e troca de xingamentos no plenário, inclusive entre Tuma e o próprio Augusto Melo. Diante do clima de animosidade, a sessão precisou ser suspensa por alguns minutos em diferentes ocasiões.

Do lado de fora do Parque São Jorge, torcedores se reuniram para acompanhar os desdobramentos da reunião. No local, lideranças da Gaviões da Fiel se dirigiram ao carro de Rubens Gomes, o Rubão, ex-diretor de futebol, para tirar satisfação. A situação foi controlada pela Polícia Militar, que também contou com apoio da Tropa de Choque.

Antes da votação, a defesa de Augusto Melo apresentou argumentos, sendo um deles a alegação de que os 85 conselheiros que assinaram o pedido de impeachment não deveriam participar da votação, sob a justificativa de que “quem acusa, não pode julgar”. No entanto, esse argumento foi rejeitado por Romeu Tuma Jr., que descartou essa possibilidade.

Augusto Melo tentou recorrer na Justiça para anular a votação, mas a liminar foi indeferida. Em documento assinado pelo juiz de direito Dr. Erasmo Samuel Tozetto, consta que "não há alteração fática apta a albergar a postulada tutela de urgência, mesmo porque a convocação para a nova reunião respeita, à primeira vista, em cognição sumária, mais uma vez, os preceitos do Estatuto da associação SCCP, em especial, seu artigo 107."

Após a suspensão da votação, o Parque São Jorge foi palco de diversas confusões. Em uma delas, Sergio Janikian, ex-diretor adjunto de futebol do Timão, acabou cercado e agredido por pessoas que estavam dentro do clube. Armando Mendonça, segundo vice de Augusto Melo, também foi cobrado.

Por que aconteceu a votação pelo impeachment de Augusto Melo?

Romeu Tuma Jr., presidente do Conselho Deliberativo do Corinthians, deu prosseguimento ao pedido pelo impeachment de Augusto Melo em novembro de 2024. O requerimento foi pautado por todo o caso envolvendo o intermediador do acordo com a Vaidebet, que rescindiu seu vínculo com o clube após o suposto esquema de "laranja" na intermediação do contrato.

O caso foi denunciado pelo jornalista Juca Kfouri em maio do ano passado, apontando que a Rede Social Media Design LTDA, empresa envolvida como intermediadora do negócio e pertencente a Alex Cassundé, que fez parte da campanha presidencial de Augusto Melo, teria repassado R$ 900 mil para uma empresa fantasma, a Neoway Soluções Integradas e Serviços.

Vale lembrar que o patrocínio da Vaidebet com o Corinthians era de R$ 360 milhões, com a intermediária tendo direito a 7% do montante, equivalente a R$ 25,2 milhões.

Na atualização mais recente, Toninho Duettos, sócio de Gusttavo Lima, embaixador da Vaidebet, assumiu que foi o intermediário da negociação entre o Timão e a casa de apostas, mas que, no momento de selar o acordo, foi deixado para trás pelo clube. Além de Alex Cassundé, outros membros da diretoria do Corinthians foram citados, entre eles Sérgio Moura, ex-superintendente de marketing do clube, e Marcelo Mariano, diretor administrativo que entregou o cargo no início de 2025.

O caso segue sendo investigado pela Polícia Civil, sem uma conclusão até o momento. Mesmo assim, Romeu Tuma Jr. deu seguimento ao processo. A ação se baseia no item B do artigo 106 do estatuto do clube, que prevê a destituição de um presidente caso ele tenha causado, por ação ou omissão, prejuízo considerável ao patrimônio ou à imagem do Corinthians.

Veja mais em: Augusto Melo, Diretoria do Corinthians e Impeachment.

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