Quando você compra um terreno e constrói uma casa, o imóvel costuma ter uma valorização após o final das obras. E esse valor geralmente sobe ano após ano. É considerado um investimento sólido e seguro a construção de imóveis no Brasil.

Não é o que acontece na Arena Corinthians. O motivo não é uma construção mal feita ou qualquer problema relativo à obra ou ao acabamento do estádio.

O problema são as contas...

No relatório sobre a Arena Corinthians, que o Meu Timão teve acesso, um ponto preocupante é a dependência da venda dos CIDs para fechar as contas do estádio no azul.

A diferença entre R$ 54 milhões de prejuízo (2018) e R$ 54 milhões de lucro (em 2019) de um ano para o outro se deu basicamente pela venda de mais R$ 163 milhões em CIDs.

Parece bom, mas não é para se comemorar. Se não houvesse tal venda milionária em 2019, seria outro prejuízo gigantesco. E uma hora os CIDs disponíveis para a venda vão acabar.

Isso preocupa (ou deveria preocupar) os corinthianos. As perspectivas mega positivas da construção já não são as mesmas, tanto que hoje o valor de mercado do estádio é menor do que o que foi gasto para a construção.

Ou seja, somando tijolo por tijolo, mão de obra e afins, gastaram R$ 985 milhões para construir um estádio que hoje é avaliado em R$ 691 milhões. Esse valor foi estipulado pela auditoria que trabalhou analisando as contas da Arena. A avaliação de 2018 era de R$ 711 milhões. É como se a cada ano valesse menos.

Segundo o relatório, o método utilizado para a avaliação foi o fluxo de caixa descontado, uma prática normal para mensurar o valor de uma empresa.

Esse cenário de uma instituição valer menos do que o próprio patrimônio não é tão incomum quanto parece, mas coloca um ponto de alerta gigante. Empresas em situações parecidas hoje, em que o valor de mercado é menor do que o patrimônio que elas possuem, são Azul e Gol. Isso diz muito...

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