Modernizar o futebol não é questão de gosto, é de sobrevivência
Opinião de Danilo Augusto
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Primeiro quero listar alguns fatos:
- O canal do Youtube do Corinthians oficial tem menos inscritos que o canal do Youtube do Free Fire do Corinthians (jogo de celular).
- O Nobru, jogador de Free Fire do Corinthians, tem cinco vezes mais seguidores do que o Cássio no Instagram, maior goleiro da história do Corinthians, campeão Paulista, Brasileiro, da Libertadores e Mundial pelo clube.
- No Meu Timão, a faixa etária que menos acessa o site é a mais jovem. Pessoas abaixo de 25 anos pouco fazem parte do público que menos visita o nosso portal.
É fácil de presumir os motivos. Minha geração cresceu com uma, no máximo duas, televisões em casa. Sem celulares, sem internet, sem TV a cabo, sem Netflix, sem Youtube, sem competição com Champions League. Acompanhar o futebol era uma das poucas alternativas de lazer nos anos 90 para a grande maioria da população brasileira.
Hoje a situação é diferente. Entre assistir um jogo do Paulistão, por exemplo, ou ver alguém jogando Free Fire, a molecada mais nova prefere cada vez mais assistir outras pessoas jogando o game de celular. Transmissões de campeonatos de Counter Strike GO no Brasil atingem 300 mil, 400 mil pessoas simultâneas no Twitch.
Nisso, a cada dia o público fiel ao futebol vai "envelhecendo" ao mesmo tempo em que cada vez mais ouvimos "não ao futebol moderno". E reclamamos que a molecada vai aos estádios, mas não larga o celular. Não torce como os jovens de outras épocas.
A real é que precisamos dessa molecada. Precisamos de uma nova geração de consumidores e, principalmente, de administradores de futebol. Se minha visão de futebol estagnou nos anos 90/2000, a de quem comanda a maioria dos clubes parou nos anos 70.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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