'Raça'? O que falta ao Corinthians são outras coisas!
Opinião de Jorge Freitas
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O café-da-manhã no CT do Corinthians foi cercado de críticas a Carille e de pedidos de raça. É ótimo fazer protestos, desde que pacíficos, em frente ao clube, mas, particularmente, sonho com o dia em que os protestos sejam mais conscientes e diferenciados. É de praxe, quando um time está mal e não vence, levantarem a bandeira de que falta "raça". Não sei exatamente de onde que surgiu o conceito de que raça ganha campeonato, mas é mais do que lógico que não há sentindo nenhum nesta ideia.
O Palmeiras contratou Felipe Melo para ganhar a Libertadores e vimos até aqui no que deu. O Grêmio, ao contrário, subiu Arthur e venceu uma Copa do Brasil e uma Libertadores nos últimos quatro anos. O Flamengo, atual melhor futebol do país, joga com raça, mas tem como ponto central de sua equiipe a técnica e o treinamento.
Pedir raça é acreditar que tudo se resolverá com força de vontade, mas o que se comprova cada vez mais é que não se ganha nada sem treinamento e tática. Não será a raça que fará o Corinthians criar chances de gol durante todo um campeonato, assim como não será a raça que fará o time balançar três vezes a rede dos equatorianos na próxima semana. Aliás, basta ver a aplicação defensiva do nosso time para notar que há raça sim, até demais, mas para defender.
Sim, queremos raça no Corinthians, queremos entrega, queremos que honrem o manto, queremos amor à camisa, mas não há raça que resolva campeonato num time que não cria, não acerta toques, não faz triangulações, não tenha jogadas de profundidade nem infiltrações, não chegue à área com perigo nem consiga envolver os adversários até mesmo dentro de casa.
É preciso enxergar um pouco mais sobre o futebol atual. Isso de raça já deu! O futebol de hoje é muito mais. É treinamento, tática, toque de bola, preparação física, jogada ensaiada, posicionamento. Enquanto pedirmos raça, estaremos de olhos fechados às falhas estruturais de uma equipe que não tem jogado nada!
Com raça, pode-se até ganhar um jogo, mas é com treinamento, técnica e tática que se vencem campeonatos.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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