Virtualmente eliminado, Corinthians terá pré-temporada de verdade em março
Opinião de Jorge Freitas
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O Corinthians lutou, amassou, mas não conseguiu derrotar a Ponte Preta na Neo Química Arena neste domingo. Pior, com um único lance de perigo do adversário, o Timão acabou derrotado e viu suas chances de se classificar para as quartas de final do Campeonato Paulista caírem quase a zero, dada a distância de quatro pontos de seus rivais, faltando apenas dois jogos para o fim da fase de grupos (a Inter de Limeira ainda tem um jogo a mais para disputar).
É sempre lamentável ser eliminado do campeonato estadual, ainda mais quando já se vão quase cinco anos da última conquista, principalmente porque o mata-mata do Paulistão é, na realidade, a única parte que interessa da competição, quando os grandes clubes se enfrentam e criam momentos memoráveis, como o Paulistinha Day (2018), o gol nos acréscimos de Ricardinho (2001), as embaixadas de Edilson (1999), as decisões de Ronaldo (2009), dentre tantos outros.
Logo, ficar de fora definitivamente não é algo pelo qual o corinthiano gosta de passar, mas é o preço que se paga por contar com um treinador incapaz de vencer o São Bernardo, mesmo com um jogador a mais em quase toda a partida, ou o Ituano, que em 10 partidas venceu somente um jogo, exatamente contra o Timão.
No entanto, é hora de enxergar o copo meio cheio.
Com a virtual eliminação no Campeonato Paulista, o Corinthians deve ficar do dia 11 de março ao dia 02 de abril (quando se inicia a Sulamericana) sem a disputa de uma partida oficial, o que equivale a 23 dias de descanso, treinamento e preparação para a parte que realmente importa da temporada, isto é, os principais campeonatos.
O período é significativamente maior que o disponível no início da temporada, quando se deu apenas 14 dias da apresentação do elenco até a estreia no estadual contra o Guarani. Além disso, fará parte desta nova etapa de treinamento jogadores importantes que foram contratados já com a temporada em andamento e que, agora sim, terão um período de fortalecimento físico e entrosamento com o grupo, algo bastante difícil de acontecer com esta maratona de jogos a cada três ou quatro dias.
A título de comparação, na Europa a pré-temporada raramente é menor que 30 dias. Não é à toa que lá se pratica o melhor futebol e que a grande maioria dos clubes possui capacidade de jogar tantas partidas em alto nível.
Já para o Corinthians, o tempo ganha ainda mais valor, haja vista que os 14 dias iniciais do ano foram usados para se "treinar" um time com todas as limitações existentes na cabeça do ex-treinador. Ou seja, serão 23 dias não somente para recuperar jogadores, mas também para oxigenar o elenco com ideias novas, modernas, de um time que busca atacar incansavelmente, que produz 29 finalizações e que havia feito 11 gols nos primeiros quatro jogos, mesmo sem uma semana completa de trabalho.
Enfim, ficar de fora das decisões do mata-mata é um desperdício de memórias aos torcedores, de criação de "casca" aos jogadores e de dinheiro para clube, mas já está praticamente feito. Com a ideia do copo meio cheio, o Timão se voltará, em breve, para 23 dias de treinamentos com o elenco finalmente completo (Palacios e Pedro Raul devem voltar em breve e Cacá deve chegar).
António Oliveira sabe que pode deixar o Corinthians na ponta dos cascos para as prinicipais competições da temporada.
E a Fiel já demonstrou, neste domingo, que está disposta a apoiar o treinador.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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