As mudanças na parceria entre Corinthians e BMG explicitam que esse nunca foi um patrocínio máster
Opinião de Julia Raya
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Para começar, quero deixar claro que meu objetivo aqui não é criticar o patrocínio máster do BMG, que rendeu bons frutos ao clube, mas sim os moldes desse acordo. Minhas críticas, então, vão para o clube, não para o banco. Dito isso, podemos começar.
O Corinthians anunciou mudanças na parceria com o Banco BMG, que agora não ocupa mais o espaço nobre da camisa alvinegra e tem duração até 2026. As partes fecharam negócio no início de 2019 em uma parceria que duraria cinco anos e desde as primeiras movimentações o clube já deixou margem para críticas à parceria.
Quando anunciado o Banco BMG como patrocínio máster do Corinthians, ficou entendido pela torcida e grande parte da imprensa que o acordo era de R$ 30 milhões, um valor expressivo e que seguia a linha dos números com a Caixa, até então último patrocinador máster do clube. Mas a realidade não era essa e o acordo, na verdade, frisava R$ 12 milhões anuais, acrescidos por outros valores frutos de ações com a torcida. Logo de cara, um "porém" na parceria, que não agradou.
Apesar do valor questionável e na minha opinião baixo (o menor entre todos os másters do Corinthians no século), os moldes da parceria são interessantes e contam com a participação da torcida. Por exemplo: a cada nova conta aberta no Meu Corinthians BMG o clube recebe R$ 20 e metade do faturamento dessas contas é do clube. A verdade é que o patrocínio do BMG sempre foi bom para o clube, mas nunca como um patrocínio máster, e as mudanças realizadas na parceria explicitam exatamente isso - e aqui, quero frisar mais uma vez: esse "porém" não tem a ver com o BMG, mas sim com a diretoria do clube.
Ao que parece, os moldes do acordo não devem ser alterados, ou seja, o banco deve seguir rendendo ao Corinthians como um patrocinador de camisa o mesmo que rendia como o patrocinador máster. Isso fortalece as críticas ao negócio fechado inicialmente em termo de valores, mas por outro lado dá início a um "novo patrocínio promissor".
Se, em termos de valores gerados ao clube, o acordo realmente se mantiver sem alterações e o Corinthians seguir recebendo R$ 12 milhões anuais, o cenário passa a ser positivo. Na verdade, mesmo que esse valor baixe o cenário é positivo, uma vez que o clube "ganha" um patrocinador a mais e ainda conta com as "rendas extras" geradas pela torcida. O espaço deixado pelo Banco BMG já deve ser ocupado na próxima segunda pela Neo Química.
Eram valores questionáveis por um patrocínio que ocupava o espaço nobre da camisa corinthiana. Agora, realocado na omoplata, os valores da parceria ganham outro status, o cenário é bem mais positivo. O acordo, enfim, parece não merecer nenhum tipo de crítica - ao menos até o momento.
E mais: a nova (e pesada) camisa do Corinthians
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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