Como jogam as equipes de Dyego Coelho, interino do Corinthians
Análise de Luis Fabiani
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Quem acompanhou de perto os treinos de Coelho à frente da equipe profissional em 2019 diz que a intensidade era a principal característica de suas atividades. O treinador bate muito na tecla de uma equipe que corra o tempo todo, com linhas altas, jogo vertical e muita pressão para induzir o erro do adversário.
Na imagem a seguir, podemos ver um pouco dessa tal pressão. O Corinthians aglomera jogadores para sufocar a saída de bola do adversário, ocupando totalmente o campo ofensivo e não deixando com que os jogadores adversários tenham liberdade para sair jogando.
A marcação do Corinthians se inicia a partir da saída de bola do adversário. Os atacantes fecham os zagueiros e os meias e volantes são responsáveis por fechar a saída adversária pelo meio, como podemos ver claramente na imagem. Feito isso, o Corinthians é muito forte na pressão em cima do portador, sempre buscando criar superioridade no setores e encaixotar os jogadores adversários para retomar rápido a posse (conforme ilustrado abaixo)
Adepto da famosa "saída de 3", o treinador variou muito o trio responsável pela saída de bola. Se pegarmos como exemplo a partida contra o Avaí em 2019, Avelar foi usado como o 3° homem de saída (o que tende a se repetir nessa segunda passagem pela equipe profissional). Nas partidas contra Internacional e Botafogo, tivemos sempre essa saída feita usando um volante. Contra o Internacional na primeira etapa, tivemos Ralf bem fincado na linha defensiva, sendo de fato um terceiro zagueiro.
Outro ponto importante é a profundidade gerada pelos laterais, mais precisamente por Fagner. No vídeo abaixo, conseguimos ver bem a defesa sendo sustentada por Avelar sendo terceiro zagueiro enquanto Fagner está muito espetado gerando profundidade, empurrando o adversário para trás.
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Em fase ofensiva, temos muitas variáveis, como na partida contra o Botafogo onde o Corinthians atuou com os dois laterais gerando profundidade, com Ramiro, Gabriel e Urso na trinca de meio, enquanto Avelar e Fagner atuavam espetados .
Os pontos negativos de Dyego Coelho muitas vezes são suas maneiras de executar ideias. Contra o Internacional em 2019, a saída com Ralf fincado entre os zagueiros inexistiu, e o Corinthians pouco conseguiu produzir a partir da saída. Isso foi alterado no segundo tempo, como já comentamos acima, com a saída de Ralf e com Junior Urso se tornando o primeiro volante, tendo auxílio de Sornoza na saída de bola.
Outro ponto negativo são as transições defensivas. Por jogar com a linha alta e buscando marcar o adversário dentro do campo de ataque, o Corinthians tem sérios problemas nas transições defensivas, dando espaço para os contra-ataques adversários quando conseguem sair da pressão. Isso é um problema gigantesco em um time de zagueiros lentos como é o Corinthians. Não vou me surpreender se Bruno Méndez ganhar a titularidade com o passar dos jogos.
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