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Negociar Cássio pode ser primeiro passo para uma reformulação profunda e necessária
Memória Fiel

Nostalgia alvinegra que vai além dos jogos, gols e súmulas. Aqui reviramos os arquivos para reencontrar as várias pequenas histórias e detalhes que formam a gigantesca história do Corinthians.

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Negociar Cássio pode ser primeiro passo para uma reformulação profunda e necessária

Coluna do Juliano Barreto

Opinião de Memória Fiel

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Negociar Cássio pode ser primeiro passo para uma reformulação profunda e necessária

Cássio viu seu nome ser envolvido em notícias sobre interesse do Grêmio nos últimos dias

Foto: Danilo Fernandes/ Meu Timão

Ultimo par de luvas vestido por Ronaldo no Corinthians

Último par de luvas vestido por Ronaldo no Corinthians

Juliano Barreto/Arquivo Pessoal

Sete de janeiro de 1998 foi um dia estranho para a nação corinthiana, mas, ao mesmo tempo, foi o começo de uma fase mágica de títulos e esquadrões que criaram o “Todo Poderoso Timão”. Naquela quarta-feira, o elenco alvinegro voltou de férias e se reapresentou para começar a temporada sob o comando de um novo técnico: Wanderley Luxemburgo (que ainda usava W e Y!)

Reza a lenda que na porta do vestiário haviam duas listas, uma com os jogadores que deviam viajar para a pré-temporada em Serra Negra (SP), e outra com os dispensados. Nessa segunda lista, estavam simplesmente Ronaldo, Henrique e Neto. Três xodós da torcida que, apesar dos seus altos e baixos, levantaram taças e conquistaram seus lugares na história do Corinthians. Foram liberados para procurar outro time sem explicação e sem cerimônia.

A lista não afetou apenas os ídolos. Dos 35 jogadores do elenco profissional do Corinthians em 1997, 17 foram dispensados logo de cara --com outros tantos saindo ao longo do primeiro semestre. A primeira reação de todo mundo foi acusar Luxemburgo de ser desrespeitoso e de já chegar se comportando como dono do time. “Ele tem esquema com empresário e vai trazer todo mundo da patota dele”, era o comentário geral.

Em dezembro, quando o Corinthians foi campeão brasileiro e começava a desenhar o “melhor meio de campo de todos os tempos” com Vampeta, Rincón, Marcelinho e Ricardinho, ninguém mais se lembrava da lista de dispensas. Luxemburgo mandou tão bem no Corinthians que foi convocado para treinar a Seleção Brasileira e a base do seu time serviu para ganhar tudo em 99 e 2000.

Relembrar esse momento é relevante em 2021, especialmente quando especulações sobre uma eventual saída do goleiro Cássio começam a circular.

Ronaldo, em 1998, apesar de veterano, não era nem de longe um mau goleiro. Muito pelo contrário! Ele continuava a salvar o time em jogos difíceis e se comportava como um líder nato -- usando a braçadeira de capitão ou não. Podia até falhar, mas sempre havia o atenuante de estar jogando em um time bagunçado, sem esquema tático definido e sem uma defesa decente para protegê-lo. Basicamente, a mesma situação de Cássio em 2020/2021.

Por que a saída de um ídolo que ainda está em boa forma pode ser boa então?

A resposta está menos no que acontece em campo e mais no que acontece fora. Jogadores com muito tempo “de casa” tendem a ficar próximos demais da diretoria e longe demais dos outros companheiros de elenco. Prova disso são as repetidas declarações dos medalhões do Corinthians atual dizendo algo do tipo "não tenho que provar mais nada para ninguém", “a torcida precisa respeitar o meu passado” ou “o time precisa se reforçar se quiser melhorar”.

Não precisamos entender as frases literalmente e removê-las do contexto, mas elas mostram que caras como Cássio se acham acima dos demais. E isso é um veneno para qualquer time de futebol. Tão importante quanto ter jogadores qualificados, é ter um elenco unido, em que um corre pelo outro sem individualismo ou patentes. O jogador tem sempre que estar com fome de provar que merece estar no Corinthians - e não achar que está fazendo um favor ao time.

Um time quebrado financeiramente como o atual Corinthians não pode se dar ao luxo de ter estrelas que se julgam acima do bem e do mal. Quando a coisa vai mal, sempre vai sobrar para o técnico, para os jogadores mais jovens, para os recém contratados. Nunca para os “intocáveis”.

Respeito muito a história de Cássio, Fagner, Gil, Fábio Santos e Jô. Também entendo que existe um abismo entre a qualidade dos reforços que chegaram em 1998 e os reforços que podem eventualmente chegar em 2021. Mas os jogadores mais experientes do elenco atual precisam sim provar porque estão no Corinthians a cada minuto que estiverem em campo… e fora dele precisam abraçar a responsabilidade e liderar o time para valer.

Se for para dizer "não tenho mais nada a provar” ou culpar a torcida por criticar demais, melhor dar a vez para alguém que tenha vontade de se doar totalmente pelo clube. Os jogadores passam, mas o Corinthians fica.

Veja mais em: Cássio e Ronaldo Giovanelli.

Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.

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Coluna do Juliano Barreto

Por Juliano Barreto

Jornalista, biógrafo, maloqueiro e sofredor. Desde 1993 recorta jornais, revistas e guarda tudo relacionado ao Coringão. Neste blog, vamos tirar a poeira desses arquivos e matar as saudades.

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  • Comentários mais curtidos

    Foto do perfil de Janisson

    Janisson 57 comentários

    @janisson.santiago em

    Cássio entregou os maiores títulos. É um baita ídolo!
    Mas erra dizendo que não precisa provar mais nada, isso mostra que o cara se acomodou há um tempo.
    Não cai bem para uma dezena de atletas afim de fazer história.
    Corinthians é Entrega e Garra irmão!
    Ex-atleta senta no banco e faz outras coisas
    ...
    Jô, Cássio e Gil estão lentos, alguém não reparou nisso?

  • Foto do perfil de Marcelo Dias

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    Marcelo 428 comentários

    @marcelo.dias24 em

    Discordo completamente.

    O problema do Corinthians hoje passa muito longe do Cássio.

    Nosso principal problema é ofensivo, qual a culpa do Cássio nisso? Qual a culpa do Cássio na dificuldade extrema em criar jogadas ofensivas?

    Foi o Cássio que contratou Everaldo, agenciado pela Elenko Sports, pra ganhar 300 mil reais por mês?

    Foi o Cássio que pediu pra trazerem o Davó, em uma transação que multiplicou por 3 o investimento do Fernando Garcia?

    Foi o Cássio que pediu a contratação do Luan, que custou 20 milhões, fora os salários?

    O Cássio é responsável pelos 200 milhões de déficit da gestão Andrés Sanchez de 2019? SEM PANDEMIA!

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  • Últimos comentários

    Foto do perfil de Thiago

    Ranking: 85º

    Thiago 9847 comentários

    201º. @thiago.limano em

    Vender Cássio é como o Cruzeiro vender o Fábio, os imundos o Marcos... Não vejo sentido na saída dele, concordo na dos demais como Gil, Fábio Santo, que não RENDEM mais, caso que não ocorrem com Cássio e Fagner por exemplo.

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    Cadu 1785 comentários

    200º. @caduldna em

    Da velha guarda que ainda esta no Corithians eu só seguraria o Fagner e o Fábio Santos, e por enquanto, até achar substitutos, o Fagner não é flor que se cheire, ali dos das antigas, os mais venenosos acho o Gil, Fagner e Cássio, os que fazem técnico cair

  • Foto do perfil de Luiz Henrique

    Ranking: 1209º

    Luiz 1619 comentários

    199º. @luiz.henrique.melega em

    Que coluna mais idiota nunca li um monte de besteiras como agora. Chega a ser ridículo.ja perdi tempo com essa coluna.

  • Foto do perfil de Ramon

    Ramon 8 comentários

    198º. @ramon.toniolli em

    Igual fizeram com Rivelino, Neto, Marcelinho Carioca, Ronaldo Giovanelli... Quando vamos aprender a cuidar dos nossos ídolos? Não que vem Cássio será o jogador que mais atuou com a camisa do Timão... RESPEITEM NOSSOS ídolos...

  • Foto do perfil de Cassio

    Ranking: 1352º

    Cassio 1479 comentários

    197º. @cassio.oliveira10 em

    Demorou...