Um protesto acima do tom, uma nota oficial abaixo da crítica... Corinthians se autoflagela
Opinião de Rodrigo Vessoni
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As últimas horas do Corinthians foram marcadas por um protesto acima do tom e uma resposta do clube, em nota oficial, abaixo da crítica. Em poucas horas, o Sport Club Corinthians Paulista sofreu uma autoflagelação.
O Corinthians não é aquele de um boneco enforcado, simulando uma morte de dirigente (seja qual for). Ameaça de morte com frases e cruzes não é a essência do esporte.
O Corinthians é pressão? Sim. É de cobrança? Sempre foi. Mas há um limite, que foi ultrapassado pelo tom do protesto na madrugada de quarta-feira. Ponto.
Porém, o que foi errado conseguiu ser piorado.
Horas depois, o clube resolveu se pronunciar em nota oficial. Ao invés de reprovar ou repudiar, com todo direito e razão, a diretoria aceitou um texto com tom desafiador. "A quem interessa isso?", perguntou o clube.
Sou setorista do clube há 16 anos. Eu, sinceramente, não lembro de um tom como esse em notas oficiais. Ao longo dos meus 41 anos, aprendi que dirigentes, jogadores e funcionários do Corinthians podem cometer qualquer tipo de erro... menos um: desafiar o torcedor.
Uma nota em tom desafiador que, na minha visão, conseguiu ser até pior do que as palavras "covardes", "patifes", "criminosos e "milicianos".
Aliás, o que foi a utilização daquela palavra "miliciano"? As notícias que lemos diariamente sobre o tema, quase sempre em situações vividas no Rio de Janeiro, nunca são para protestos de torcedores ou de qualquer grupo. O termo, normalmente, é usado para situações de diversas práticas ilegais mais pesadas do que um protesto de muro pichado.
Ano de eleição no Corinthians sempre é quente por natureza. Essa sempre foi a essência. Mas o clube não pode sofrer autoflagelação e piorar o ambiente. Simplesmente não dá.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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