Dentro de campo, Andrés deixa o Corinthians mais perto de 2007 do que nunca
Opinião de Tomás Rosolino
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Abro minha coluna semanal reconhecendo que, fora das quatro linhas, o Corinthians teve evolução absurda de 2007 para cá. Construiu um CT de primeira linha para o time profissional, tem CT quase pronto para a categoria de base e o time feminino, construiu um estádio e fatura estratosfericamente mais. Dentro de campo, porém, o time que Andrés deixa no encerramento da sua presidência está bem próximo daquele que ele assumiu, em 2007.
"Quem riu do Corinthians, riu. Quem não riu, não vai rir mais", disse o recém-empossado mandatário em dezembro daquele ano, momentos depois do rebaixamento do clube à segunda divisão nacional. O torcedor comprou esse discurso e, ao preço de algumas tradições e elitizações, alcançou glórias absurdas para a década.
O clube conquistou a Libertadores da América, um cada vez mais raro Mundial de Clubes para sul-americanos e dominou o Brasil com três títulos nacionais na mesma década, coisa que só o Santos de Pelé, o Inter de Falcão e o Flamengo de Zico haviam obtido. Feitos históricos e que engrandeceram ainda mais o Timão, gigante desde o nascimento. Mas parece que a risada vai voltar.
Desde 2018, quando não teve Fábio Carille no comando, o Corinthians se viu perdido. Contratações sem nexo, caras e com retorno técnico muito questionável. Não à toa as melhores foram de atletas já bem sucedidos no clube recentemente, como o zagueiro Gil. O Corinthians viveu neste triênio do que construiu nos dez anos anteriores.
Osmar Loss e Coelho foram alçados à condição de treinador porque se acreditava que o Corinthians ganharia só por ser Corinthians. Isso até aconteceu em alguns momentos, mas a fórmula foi se esgotando gradativamente. O time, agora, tenta correr atrás do prejuízo com o rebaixamento batendo à porta.
O cenário é o mesmo com o qual Andrés se deparou no dia 9 de outubro de 2007, quando assumiu a presidência para um mandato-tampão de pouco mais de um ano.
Depois de muitos erros administrativos, desorganização e zero "norte" na hora de buscar treinadores, o Timão viu estourar em um elenco jovem e muito limitado a responsabilidade de se safar da Série B. Éverton Ribeiro, que fez um gol de cabeça e deu duas assistências no último domingo, era um lateral que mal conseguia dominar a bola tamanha a responsabilidade naquela época.
O Corinthians no dia daquele pleito ainda vivia uma rara pasmaceira por ter vencido o São Paulo no Morumbi e parecia que ia afastar o rebaixamento de vez.
Uma combinação de incapacidade em campo e de pressão excessiva sobre os jogadores, atuando sempre com as costas contra a parede, no entanto, acabou mandando a equipe para a segunda divisão. Resta saber se o resultado será diferente em 2020.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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