O padrão 1 a 1
Opinião de Walter Falceta
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Sim, a esquadra alvinegra ainda tem crédito. Depois de caracterizada como quarta força do futebol paulista, venceu todos os três grandes rivais e, em reprise da final de 1977, bateu a Ponte Preta, levantando nosso caneco 28.
É preciso notar, no entanto, a construção de um padrão preocupante. É o quarto jogo seguido em Itaquera que se conclui com o placar de 1 a 1.
Em todos eles, saímos na frente e cedemos o empate. Foi assim, hoje, contra a Chape, como também contra Ponte Preta, São Paulo e Internacional.
No caso do embate contra o time gaúcho, a igualdade no placar forçou uma decisão nos tiros livres da marca penal, disputa na qual acabamos derrotados.
Mas esse roteiro já tinha sido visto antes. Pelo Paulista, o Corinthians vencia o Red Bull até os acréscimos, quando Guilherme Lazaroni decretou o empate visitante.
Antes, na Copa do Brasil, também depois de abrir o placar, concedemos o 1 a 1 à modesta equipe da Luverdense.
Neste ano, o Corinthians fez 14 jogos em Itaquera. Empatou em 1 a 1 em seis oportunidades, ou seja, em 42% das partidas disputadas.
Ainda que tenha uma defesa sólida, a equipe de Carille costuma desafiar a sorte após o primeiro tento marcado.
O 4-1-4-1 padrão, em linha de 30 metros, privilegia, desde o início, a postura precavida. Os gols surgem, frequentemente, de contra-ataques rápidos, em momentos em que o adversário tem maior posse de bola.
A retração tende a ocorrer após a vantagem no placar, e não raro a composição se torna um 4-5-1 compacto. Com os laterais retraídos, mais Arana que Fagner, segue-se o bombardeio adversário, principalmente a partir de jogadas pelas pontas.
Para que se estabeleça a igualdade adversária, conta a ainda flagrante quantidade de passes e lançamentos errados. Dessas imprecisões, os adversários têm se aproveitado rotineiramente.
Neste jogo contra a Chape, o Timão manteve seu padrão alto de passes errados: 58 contra 42 dos catarinenses.
O campeonato é longo e o hepta ainda é um sonho realizável. Não se pode, porém, desprezar o fator casa. Tropeços como este farão repetir-se o sofrimento de 2016, quando nem mesmo obtivemos uma vaga na Libertadores.
O padrão do 1 a 1 em casa não é mera curiosidade estatística. É reflexo da postura dos atletas e da armação tática do time. Aprimoramento é preciso.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.