Na noite de Itaquera, o despertar de um craque
Opinião de Walter Falceta
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1) O resultado sugere o roteiro de uma vitória tranquila sobre o Patriotas. Engano. Foi jogo sofrido, como atestou o zagueiro Balbuena, ao fim do compromisso.
2) O time colombiano joga de forma compacta, seguindo o padrão do bloco de 30 metros. Jogadores próximos, quase sempre em um 4-5-1 taticamente disciplinado.
3) O Patriotas é aplicadíssimo na marcação e destaca-se pelo vigor físico de seus jogadores de meio-campo e defesa. Não é tarefa fácil marcar Ibargüen, joelhudo, cotovelos perigosos. Mosquera é mais velocidade do que técnica, mas precisa ser acompanhado, especialmente em seus deslocamentos diagonais.
4) Partida excelente do volante corinthiano Gabriel, que sofreu para impedir os avanços de Omar Vásquez, Mauricio Gómez e, vez ou outra, até mesmo de Robayo, especialmente no segundo tempo. Nessa tarefa foi codjuvado pelo atento Maycon.
5) Se o Corinthians constituiu um excelente time, ainda não conta com um elenco. Carille tem mérito ao manter a invencibilidade de 31 jogos, mesmo com as baixas recentes.
6) Giovanni Augusto parece não se inspirar com o manto sagrado alvinegro. Esforça-se, tenta, mas se destaca mais pela imprecisão. Parece inseguro e receoso de exibir suas modestas virtudes.
7) Marquinhos Gabriel pareceu menos disperso do que em jogos recentes. No lado esquerdo, ao menos gerou preocupação no time vermelho. Aqui e ali, levantou a cabeça do teclado e olhou para a tela.
8) Clayton, mais uma vez, perdeu um gol feito. Parece um jogador tremendamente limitado, sem visão de jogo e com um aproveitamento sofrível no fundamento do passe.
9) Kazim, boa praça, simpático, parece pesado, em uma partida de solteiros x casados. Nesta noite de quarta-feira, em Itaquera, foi desarmado com facilidade, errou passes e ofereceu pelo menos dois contra-ataques perigosos ao Patriotas.
9) Balbuena ensaia para se tornar um mito. De novo, contou a garra paraguaia. Além de anotar mais um tento, foi cirúrgico na ação defensiva.
11) Está certo Carille em preservar o menino Pedrinho, que tantas alegrias nos deu na Copa São Paulo. Precisa entrar aos poucos, devagar, sem pressões e cobranças. Mas é certo que bota fogo no jogo e inflama a Fiel, como fez contra o Botafogo. É energia pura. O menino humilde de Maceió tem tudo para alçar-se à galeria dos craques corinthianos. Quem assistiu a seu belo gol, aos 45 do segundo tempo, pode ter visto o prólogo de uma formidável saga.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.