Às véspera de Dérbi, presidente detona torcida única e cita emboscada de santistas
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Por Lucas Mariano
A entrevista coletiva após o treino desta sexta-feira foi diferente. Além de Tite, que costuma conversar com os jornalistas antes das partidas, quem também compareceu à sala de imprensa do CT Joaquim Grava foi Roberto de Andrade. Pronto para “esclarecer algumas coisas”, o presidente fez duras críticas à decisão de que os clássicos sejam disputados com torcida única.
“Se tivesse poder para mudar, mudaria ontem. Queria passar para o torcedor que o Corinthians fez todos os esforços para que isso não acontecesse. Conversamos com todas instâncias do judiciário para que isso fosse revertido. Eu, particularmente, acho uma medida descabida. Acho desnecessário para o futebol e um desrespeito ao cidadão. O torcedor do Corinthians nunca ficou ausente em um jogo. Acho um absurdo. Se isso fosse resolver a violência do pais, eu daria nossa contribuição, Mas não vai resolver e não está resolvendo”, disse o dirigente, garantindo que a violência acontece fora dos estádios e não dentro dele.
“Não foi noticiado, mas no jogo do Santos teve emboscada dos torcedores do Santos e teve seis corinthianos hospitalizados. Não está resolvendo. A confusão que presenciamos está acontecendo fora do estádio. Dentro não tem problema nenhum, a policia sabe trabalhar, tem a divisão das torcidas... Na minha visão é uma medida muito drástica, não esta resolvendo e não vai resolver. Fizemos o possível e o impossível e o futebol está caminhando para o fim”, completou.
Além de garantir que o Corinthians fez o máximo para reverter a decisão, que foi imposta pela Secretária de Segurança Pública do Estado de São Paulo após o conflito entre palmeirenses e corinthianos no primeiro dérbi do ano, Roberto de Andrade ressaltou o quanto isso é prejudicial para o clube e para o futebol.
“Acho que não dá para quantificar. Primeiro que é uma situação inusitada. Isso para o corinthiano é a morte. Lamentamos. Eu sei que o prejuízo é grande. A gente sabe disso. Torcedor empurra o time em qualquer lugar do mundo. Vamos jogar aqui do lado e o torcedor não pode comparecer porque alguém achou prejudicial. É uma tristeza, mas temos que acolher”, finalizou o presidente.
Ao lado do dirigente, Tite também lamentou a decisão, mas foi mais discreto ao comentar sobre a situação que viverá na partida deste domindo.
“Sem julgar, mas me posicionando. A primeira coisa que eu tenho é lamentar. Lembro que aqui mesmo nessa sala veio um procurador do Ministério Público e nos orientou para não falar nada, cuidar dos gestos. Ai eu ficava pensando, como posso pensar em um espetáculo e contribuir para que as coisas não acontecessem dessa forma? Aí vemos que a coisa é muito mais ampla, de corrupção, violência, desigualdade social. E o futebol é mais um dos elementos que participam disso tudo”, analisou o treinador.