Artilheiro do Sub-17 lembra escândalo que abalou o Corinthians em 2016: 'Pensei em desistir'
2.7 mil visualizações 16 comentários Reportar erro
Por Meu Timão
Quem vê Alyson se destacar hoje no Sub-17 do Corinthians como artilheiro da equipe no Campeonato Paulista da categoria mal pode imaginar os apuros pelos quais o jovem passou na última temporada. Em entrevista concedida ao portal GloboEsporte.com e publicada nesta sexta-feira, pouco mais de um ano após um dos maiores escândalos da história do Parque São Jorge, o atacante de 17 anos lembrou o drama enfrentado na ocasião.
"Pensei muitas vezes em parar. Sofri um baque grande quando soube (das denúncias). Pensei em desistir, falei com meu empresário que não queria mais jogar, estava querendo largar o futebol", declarou.
Alyson, na ocasião do escândalo (relembre abaixo), trocou de empresário. O agente com quem trabalhava anteriormente havia sido um dos suspeitos de envolvimento no esquema irregular de venda de direitos econômicos do jovem atacante.
"Sofri muitas ameaças do meu antigo empresário. Ele falou que se me visse em algum lugar iria quebrar minha perna, matar minha família", citou.
A rotina de Alyson mudou drasticamente em 2016. O jovem foi afastado dos treinamentos no Parque São Jorge, teve de se mudar de residência com medo de represálias do ex-empresário e chegou a interromper os estudos.
"Fugi, me escondi. Fiquei dois meses sem fazer nada, sem sair de casa direito, não treinava, nem mesmo para a escola eu ia. Mudei de casa, me escondi. Ele estava bravo com as notícias e também por eu ter parado de trabalhar com ele. Foi no meio do ano passado, quando pensei em largar a carreira", contou.
Caso Alyson
Alyson, no início de 2016, despertou interesse de um empresário estadunidense chamado Helmut Niki Apaza. Este, por sua vez, alegou ter pago 60 mil dólares (R$ 205,8 mil na cotação da época) por 20% dos direitos econômicos do jogador. Tal fatia, no entanto, jamais chegou às mãos do agente, que então passou a ameaçar entrar na Justiça.
As pessoas ligadas ao Corinthians que tiveram os nomes envolvidos diretamente na negociação fraudulenta foram o então gerente da base Fábio Barrozo e o conselheiro Manoel Ramos Evangelista, o Mané da Carne. O primeiro acabou demitido do clube; o segundo, parceiro de Andrés Sanchez, segue influente nos bastidores do Timão.
No que diz respeito a Alyson, as consequências foram bastante graves: o jovem, que passou três meses treinando separadamente no Parque São Jorge, chegou até mesmo a ter a casa invadida e o pai agredido depois que o rolo envolvendo seus direitos econômicos se tornou público. O então agente do jogador, Julio Cesar Polizeli, foi apontado pelos familiares como autor da invasão e da agressão - meses depois, se suicidou.