Relembre: corinthiano recusou ir à final da Champions para manter ingresso da final de 77
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Nesta sexta-feira, completa-se quatro décadas desde que Basílio marcou o gol que tirou o Corinthians de uma fila sem títulos que já durava 23 anos. O aniversário da conquista do Campeonato Paulista de 1977, conseguido sobre a Ponte Preta, traz à tona recordações e sentimentos diversos. Como no caso de Geraldo de Almeida, corinthiano que recusou um par de ingressos da final da Champions League para não ter de abrir mão do bilhete da lendária final estadual, presente que ganhou do pai, já falecido.
Em julho deste ano, Geraldo, de 49 anos, que é professor de história, recebeu uma proposta intrigante feita pela marca de refrigerantes norte-americana Pepsi, durante a gravação de uma campanha intitulada "Troca de Memórias". Patrocinadora oficial da UEFA Champions League, a oferta foi a seguinte: entregar o ingresso mais valioso de sua vida e, com isso, receber entradas para assistir ao confronto entre Real Madrid e Juventus, no País de Gales.
O torcedor, mesmo surpreso com o convite, negou a investida, alegando que o valor de sua lembrança era inestimável. Acontece que, ao fim da conversa, Geraldo precisou assinar alguns papéis e, então, se deparou com a recompensa. Justamente por ter sido fiel ao seu objeto de recordação, foi contemplado com os ingressos para a final entre os times europeus.
Confira o momento em que Geraldo é surpreendido com a convocação
Corinthianos foram à final da Champions por se manterem fiéis às suas recordações alvinegras
Mesmo não tendo marcado presença na finalíssima entre Corinthians e Ponte Preta, por ser muito novo à época, Geraldo foi consolado pelo pai, que saindo de casa rumo ao Morumbi e prometeu lhe trazer uma lembrança. E assim o fez. De volta ao lar, entregou ao pequeno um punhado da grama do campo do estádio - que se perdeu com o tempo - e, claro, as lendárias entradas para o confronto.
"Ser uma testemunha da presença do pai nesse jogo, que pode ser considerado o mais importante da história do Corinthians, é uma loucura. Saber que meu pai fez parte daquele momento histórico", comentou à reportagem do Meu Timão.
Geraldo José confessa, ainda, verificar diversos documentos da ocasião para tentar encontrar uma imagem de seu progenitor, que também levava o mesmo nome, apoiando o Timão. O som, emitido pelo local quando Basílio encontra as redes, também recebe atenção especial do professor.
"Hoje, com a internet, como o Youtube, fico olhando para ver se encontro-o, se tenho uma imagem dele, porque ele estava lá. É histórico saber que, quando o Basílio faz o gol, o grito dele está nesses sons que saem pelo rádio, pelo computador... Saber que milhões ouviram o grito dele", completou.
Geraldo, que participou da invasão corinthiana, em 1976, perdeu o pai pouco depois do título de 77. Segundo suas próprias palavras, parece que este só estava esperando o Corinthians ser campeão para partir. Mesmo com o luto, o torcedor continuou seguindo o time do Parque São Jorge que, para ele, é a base de sua vida.
"Ser corinthiano é amar e viver intensamente. É, por incrível que pareça, ter prazer nos dois sentidos: no amor e no sofrimento. Essa é a base da minha vida; espiritual, sentimental, psicológica, filosófica, dada pelo Corinthians. Se alguém me perguntar o que é vida, o que é viver, eu vou citar a palavra Corinthians em todos os momentos", finalizou.