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Responsável pelo marketing fala da polêmica campanha Corinthianismo: 'Cumpriu a função'

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Por Rodrigo Vessoni

Corinthianismo foi uma das campanhas mais polêmicas do marketing do clube nos últimos anos

Corinthianismo foi uma das campanhas mais polêmicas do marketing do clube nos últimos anos

Reprodução

Em fevereiro deste ano, o Corinthians lançou uma das campanhas publicitárias mais polêmicas de sua história. Por meio de um vídeo recheado de referências e analogias, o clube propôs uma religião própria, o "Corinthianismo", com direito a escudo personalizado e dez mandamentos para os fiéis.

Quatro meses depois da ação, o superintendente de marketing do clube, Caio Campos, relembra o que a campanha quis provocar na torcida.

"A ideia do Corinthianismo sempre foi a de voltar a mostrar para o torcedor que não é só futebol, não estamos nem aí para título, para jogo, estamos aí para um negócio maior. Estar todo mundo no estádio, o time se matando, vamos ganhar, perder e é isso. O que importa é a gente, esse é o conceito que a gente queria voltar, corinthiano raiz é isso", analisou, em entrevista exclusiva ao Meu Timão.

"A gente fez uma analogia, do que mais se aproxima deste sentimento, e é a religião. Na minha concepção é o que todo corinthiano sente, aceite ou não a campanha, ele sabe que é daquele jeito. Com analogia, mas falando de sentimento, nós sentimos o Corinthians como algo bem maior, independente da sua religião. Quando você está mal você se apoia nele, quando está bem também, e isso faz parte da essência das pessoas", completou.

Apesar de muito elogiada por sua estética, a produção levantou uma série de questionamentos. Para parte dos torcedores, comparar a paixão pelo Timão com uma crença religiosa foi desrespeitoso. Em enquete realizada no Meu Timão, por exemplo, 55,5% dos votantes afirmou não ter gostado da campanha.

"Quando a agência fez uma campanha, na minha opinião brilhante, a gente sabia que ia ser polêmica, eu tinha certeza disso. O que aconteceu é que acabou se criando por um grupo que se sentiu ofendido pela campanha, algo que não era para estar no nosso debate, mas fez parte, e nós tivemos que lidar com isso. Nós queríamos acender esse sentimento no torcedor mais novo, que não sofreu tanto, não sabe o quanto foi difícil construir tudo isso aqui. Mas a discussão acabou indo para um outro lado. Talvez porque a campanha foi muito forte, pelo momento, as redes sociais às vezes dão voz para pessoas que não veem o conceito inteiro e já se posicionam, e isso ganha escopo, é diferente", analisou.

"Mas ela cumpriu a função de levantar uma discussão. A gente já sabia que ia levantar essa discussão e muitos bateram no peito e falaram "eu sinto isso daí", outros falaram "poxa, eu sinto isso, mas não é mais forte que a minha religião", e está tudo bem. E aí nós fomos adaptando a campanha com o tempo, qualquer produto que você lança você adapta ele da maneira que as pessoas recebem isso, e nós fizemos isso. Mas do nosso lado, o nosso intuito era apenas esse, de fazer uma analogia de uma forma que fosse importante para as pessoas", completou.

Relembre o vídeo

Polêmica nos bastidores

Mais do que entre os torcedores, a campanha também não foi bem recebida nos bastidores do clube. Pouco depois do lançamento, conselheiros enviaram uma carta ao presidente Andrés Sanchez cobrando a demissão do então diretor de marketing Luis Paulo Rosenberg. O principal alvo das críticas foi justamente a proposta de uma religião do Corinthians, chegando a relatar um possível alto custo para sua produção - o profissional acabou sendo desligado da função.

Questionado sobre o tema, Caio Campos explicou como foram os movimentos internos para possibilitar o lançamento do Corinthianismo.

"É importante colocar que por ter tomado um viés político, muitas pessoas falaram que a gente gastou muito dinheiro com a campanha e tal, mas aqui no Corinthians nós temos parceiros, quase não temos verba para investimento. Nós usamos propaganda com parceiros, que era o SporTV na época, usamos uma agência que fez a campanha de graça, uma produtora super parceria que fez tudo de graça. A única coisa que a gente pagou foi o registro da Ancine para a propaganda ir ao ar, e só isso", revelou o superintendente de marketing do clube.

Benefícios e o futuro

Como quase toda campanha de marketing, o Corinthianismo também teve seus pontos positivos, até mesmo na questão de mercado. Focados em resgatar características históricas da torcida, os profissionais do setor já pensam em uma nova produção parecida com a polêmica religião alvinegra.

"Vendemos bastante camisetas em pouco tempo, teve bastante procura com relação aos produtos, mas dividiu e isso gerou a polêmica. É isso e agora vamos partir para outra. Vamos fazer uma outra ano que vem, tão legal quanto e vamos pensar em uma campanha que a gente pode trazer mais reflexão, porque a torcida não pode mudar a característica. O clube ganhou tudo que pode nos últimos anos, mas o nosso espírito é o de que se estamos todos correndo para o mesmo lado, o time está dando sangue, estamos tentando fazer o máximo e não deu certo, nós vamos ajudar, apoiar e continuar. Não pode ter um movimento tão grande de que está tudo errado, é uma porcaria, e que vem acontecendo como um todo no Brasil. O Corinthians sempre foi diferente e nós queremos fazer uma reflexão à cerca disso", concluiu.

Veja mais em: Ações de marketing.

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