Mesmo após determinação, corinthianos seguem presos no Rio
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Por Meu Timão
Os torcedores do Corinthians detidos no Rio de Janeiro desde o episódio no Maracanã, ocorrido no dia 23 de outubro, enfrentam dificuldades para deixar o presídio de Bangu 10. Mesmo depois de terem a prisão preventiva substituída por medidas cautelares, ao menos 20 dos 26 corinthianos permanecem encarcerados em razão da greve de agentes da Polícia Interestadual (Polinter) e de agentes penitenciários.
Os grupos protestam pela quitação de salários atrasados e melhoria das condições de trabalho. De acordo com o advogado Gaspar Osvaldo Neto, responsável pela defesa de um dos torcedores, a paralisação impede que serviços comuns sejam acessados por funcionários do Complexo Penitenciário de Gericinó, localizado na zona oeste da cidade.
“Com a greve da Polinter não é possível verificar a situação cadastral dos presos para ser efetivada a soltura. Chama se 'sarqueamento' [consulta realizada ao Serviço de Arquivo (SARQ) da Polícia Interestadual para saber situação do preso]”, explica Neto à Folha de S.Paulo.
“Todas essas greves atrapalham muito: a dos agentes penitenciários, a da Polinter, a da Polícia Civil e a do IML. Todos esses entes públicos interferem na expedição de soltura e no cumprimento delas”, acrescenta. “Trata-se de burocracia da administração penitenciária e não do poder judiciário. A Justiça já cumpriu o seu papel e mandou soltar. Agora é procedimento administrativo para materializar isso”.
A liberdade dos torcedores foi decretada na última terça-feira pelo juiz Marcello Rubioli, do Juizado Especial do Torcedor e Grandes Eventos da Ilha do Governador. Apesar de poderem responder em liberdade, os corinthianos estão proibidos de frequentar jogos do time, além de serem obrigados a se apresentar à delegacia antes dos mesmos.
O CASO
31 torcedores alvinegros tiveram a prisão preventiva decretada no dia 25 de outubro, dois dias depois do empate em 2 a 2 entre Timão e Flamengo. Os indivíduos foram acusados de participar de uma briga com policiais militares no estádio do Maracanã antes da partida em questão. Entretanto, levando em consideração as imagens do duelo, só quatro dos 31 (entre eles um menor de idade) participaram do tumulto. Até a última sessão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro em 2016, cinco foram soltos.