Clube-empresa, veto ao irmão Fernando e 'anti-Crefisa': Paulo Garcia lança chapa no Corinthians
62 mil visualizações 205 comentários Reportar erro
Por Lucas Faraldo e Rodrigo Vessoni
O empresário e conselheiro do Corinthians Paulo Garcia lançou, nesta segunda-feira, em evento realizado na cidade de São Paulo, sua candidatura à corrida eleitoral pela presidência do Timão para o triênio de 2018/19/20. Ele se junta assim aos também candidatos Andrés Sanchez, Antônio Roque Citadini, Felipe Ezabella e Romeu Tuma Júnior. O pleito está previsto para o dia 3 de fevereiro do ano que vem.
Paulo Garcia reuniu a imprensa para sentar ao lado do ex-diretores Flávio Adauto e Emerson Piovesan e oficializar a candidatura. A dupla dissidente deixou Roberto de Andrade para trás e se colocou como vice-presidentes na chapa lançada pelo dono da empresa Kalunga.
Empresa essa, por sinal, que não deve render uma mina de dinheiro ao Corinthians, diferente portanto do que aconteceu no arquirrival Palmeiras no passado recente, quando o então presidente Paulo Nobre se utilizou de sua condição financeira para emprestar dinheiro ao clube da Barra Funda. Mais recentemente, a dona da patrocinadora Crefisa, que hoje injeta dinheiro por lá, lançou candidatura à presidência alviverde. Pergunta sobre tais temas foi respondida por Paulo Garcia:
"Não vou (aplicar dinheiro no clube). O Corinthians é grande. O estatuto não permite. E mesmo que permitisse eu não colocaria. Precisa haver uma incapacidade muito grande... O Corinthians não é uma obra assistencial, nada. É um clube que gera, tem uma torcida, uma marca muito forte, dá para ser efetivo", argumentou o candidato.
Questionado pela reportagem do Meu Timão a respeito das principais mudanças que planeja colocar em prática no Corinthians caso seja eleito, Paulo Garcia deu ênfase à falta de planejamento empresarial do clube na atualidade (e prometeu atualizar isso):
"Cada um tem uma opinião. Eu acho que o clube precisa de um plano diretor. Não pode ser com puxadinho, como acontece hoje. Tem de haver uma governança corporativa, uma metodologia, uma plataforma digital para oferecer aos sócios escolinha de futebol e outras coisas. Ter um portal de transparência também, não esse negócio de reunião ao vivo, isso não existe. Precisa haver regras claras, como numa empresa. Funções definidas na metodologia. Temos que dar uma organizada, algo como um clube-empresa", disse.
Por fim, outro ponto a se destacar na entrevista coletiva concedida por Paulo Garcia é a relação que pretende sustentar com seu irmão, o agente de jogadores Fernando Garcia. Hoje influente no Parque São Jorge, o ex-conselheiro será vetado do clube caso a chapa abraçada por Adauto e Piovesan seja eleita:
"O Fernando... Não tenho nada contra empresário. Ele era conselheiro vitalício do Corinthians e depois acabou se envolvendo nesse negócio de futebol. Eu acho que pode ser até lícito (manter negócios com ele), mas é imoral: então não terei relação com o Fernando, porque dará margem para que fiquem falando coisas, apesar de meu irmão ser bem íntegro. Eu não acho isso legal", prometeu.