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Muricybol vs Titebilidade

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Pergunte quem é o maior técnico do país a 10 pessoas aleatórias hoje e muito provavelmente 11 responderão que o melhor técnico da atualidade é Muricy Ramalho. Até o goleiro Ronaldo, nosso ídolo, post sim, post também, reforça o quanto acha que o técnico da seleção deveria ser o Muricy - que, até onde lembro, foi convidado para a seleção, mas recusou - me perdoem se aqui me trai a memória.

Mas, se tenho muito a dizer sobre a lentidão habitual de Tite nas substituições ao longo do jogo, também não posso negar que o cara é muito bom e teve a capacidade de construir uma equipe sólida, confiável, solidária. Uma equipe de verdade em que o conjunto dos jogadores é infinitamente maior que a soma dos indivíduos.

O jogo então prometia, não só pela rivalidade do clássico, como pelo xadrez que se esperava no duelo entre Muricy e Tite. Ou não se esperava? Bem, nessas horas que é interessante se ver como o time corinthiano é revolucionário para o Brasil. Porque creio que eram poucos fora do Timão que imaginavam que Tite tinha munição para deter o gênio-mor, o bastião da esperança, o portador da sabedoria, o salvador do futebol brasileiro: Muricy Ramalho.


Muricy é um gênio, de fato, porque percebeu que vivemos em uma época em que a melhor maneira de ganhar uma partida de futebol é matar o futebol. É algo como um mandamento que ele leva por onde ele passa, como se fosse o arqui-inimigo do publicitário do Itaú: não vamos jogar bola. Claro que há as letras miúdas que exigem que haja um ou outro jogador lá na frente com habilidade suficiente para jogar bola a partir disso. Arma-se uma retranca, rifa-se a bola pra frente e, com fé em Deus, ela chegará nos pés de deco, ou Fred, ou Neymar, ou Ganso...

Não quero dizer que falta mérito nisso. Ganhar é importante, levanta a moral do time, aumenta o salário dos jogadores - e do treinador -, aumenta os rendimentos do clube... mas o que o Santos faz é tudo menos jogar futebol, se assumirmos que por jogar futebol queremos fazer justiça à tradição brasileira da bola no pé. Neymar, Ganso, Arouca e Elano jogam futebol. Todos os outros sete se esforçam para que o futebol não aconteça.

Mas e quanto ao Corinthians? Não somos o time da defesa? Como pode o sujo falar do mal lavado dessa forma? Hordas e hordas de adversários surgirão para dizer que o Corinthians é o time mais retranqueiro, como é que eu ousei chamar o Santos e o Fluminense do Muricy de retrancas quando eles viviam fazendo gol, e o sem número de bla-bla-blas e mimimis seguiria até o fim dos tempos e se essa conversa houvesse iniciado ontem é possível que eu fosse mais um a bla-bla-blear e a mimimir a discutir infantilmente e a descer a esse nível de conversa, mas bem: a proposta deste blog é exatamente deixar o sangue esfriar e tentar comentar racionalmente nosso estado atual.

O Corinthians inventou algo no Brasil cujo impacto ainda não foi corretamente avaliado. Inventou a defesa sem retranca. Busco na memória e não lembro de um time cujo forte fosse a defesa que costumava ter mais posse de bola, chegar mais ao ataque e resolver as jogadas pelo chão - as bolas paradas são um sucesso recente e nossa tentativa de recorrer a elas é um reflexo da nossa carência de centroavantes.

Falei acima da analogia com a partida de Xadrez. Vou me permitir uma pequena digressão para explorar a metáfora: Confesso que nunca fui bom no jogo, mas meu pai gostava bastante de xadrez e lia muito sobre.Em suas muitas tentativas de me ensinar a jogar ele sempre enfatizava a importância de ter o controle do centro do tabuleiro - e garantir o centro do tabuleiro é a abertura mais clássica para a partida.

Eis o que faz com que o Timão sob o comando de Tite não seja uma retranca, mas sim um time que inverte a lógica e faz da defesa o melhor ataque: o meio de campo é nosso, lutamos centímetro a centímetro para garantir o domínio daquele espaço para marcar agressivamente em um esquema em que - e é isso que é tão difícil de entender - defesa e ataque são parte de um mesmo movimento.

Mais importante que isso: ontem, em nosso esquema de marcação do Neymar ficou óbvio que deixávamos ele correr e não marcávamos homem-a-homem. Oras, que raios de retranca é essa que deixa jogar? O Corinthians teve mais posse de bola durante grande parte da primeira etapa, atacou mais, fez um PUTA dum golaço e simplesmente revelou o que quem tem olhos para ver já sabe: a "fantástica e incrível melhor equipe para sempre do brasil salve e salve amém" depende imensamente de jogadores específicos.

Equipe, equipe mesmo, o Corinthians tem mais.

Fonte: Corinthians o dia Seguinte

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