Sampaoli vira assunto principal da coletiva de Carille, que elogia, mas pondera sobre Diniz
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Por Rodrigo Vessoni, no CT Joaquim Grava
O trabalho de Sampaoli é o mais falado na imprensa brasileira nesses dois primeiros meses da temporada. E não seria diferente numa coletiva de Fábio Carille a dois dias do duelo entre Corinthians e Santos, marcado para domingo, às 16h, na Arena Corinthians.
Praticamente a metade dos questionamentos ao treinador do Timão foram sobre o estilo de jogo agressivo do argentino, de como tentar marcá-lo, de como tentar explorar seus defeitos, etc. Até mesmo o amistoso na pré-temporada, que terminou empatado por 1 a 1, foi abordado.
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A primeira pergunta foi no sentido de saber como Carille enxergava Sampaoli. O treinador corinthiano rasgou elogios, mas fez questão de lembrar de que isso no Brasil já vinha sendo praticado por Fernando Diniz no Audax Osasco, Atlético-PR e, agora, Fluminense. Diniz e Carille são amigos de infância.
"Falar do Sampaoli, sempre que chega um técnico estrangeiro, sempre protegi o profissional, não a nacionalidade. Fez um excelente trabalho na La U, na seleção do Chile e que foi para uma Copa com a Argentina, se foi bem ou mal não importa, mas o peso é muito grande de ir com uma Argentina para Copa. Característica dele não deve ter 5% que faça o que ele faz, acho que não tem", elogiou Carille, que depois ponderou:
"Algumas coisas que incomodam é boa parte da imprensa fala como inovação. É um trabalho de início brilhante, mas é falta de respeito com o que Fernando Diniz fez no Audax, tirando Palmeiras e Corinthians e jogando melhor que o Santos. Se assemelha as ideias, Diniz é meu amigo, não sei se é referência para ele, mas se assemelha muito. É um trabalho para ser exaltado. A minha (escola de futebol) é daquilo que aprendi que dá certo, com característica dos jogadores se encaixando, aprendi com Mano, Tite, o que vejo de Simeone e Mourinho, mais de linha de quatro. Dele, mais de movimentação", lembrou.
Na sequência, Carille foi questionado sobre os estilos diferentes de trabalho, de como ele enxerga o futebol e de como Sampaoli vê os 90 minutos. O treinador lembrou que o jeito de atuar do Corinthians não é dele, e sim do próprio clube nos últimos dez anos, após implantação de Mano Menezes.
"Eu sei, nós sabemos como eles jogam, não sei como é a preparação de trabalho para isso. São ideias, que dão certo ou não, depende das peças, no Chile funcionou, na Argentina não, teve no Sevilla não sei se foi bem. Todas as ideias são interessantes, não gosto de me apegar falando que o 4-1-4-1 é melhor que o 4-2-3-1, depende das peças. Contratamos jogador em cima das ideias do Corinthians nos últimos dez anos. A essência é a mesma. A gente sabe, pegamos o Fernando, estamos analisando os jogos deles, normal, como analisam o nosso. Para saber explorar os problemas deles sem a bola", afirmou Carille.
"As ideias você não muda, muda o passo para cá de jogador, para bloquear sistema defensivo, a gente tem que ser mais agudo, temos que nos preocupar. Uma equipe que joga para frente e dá espaço para contra-ataque, são estilos de jogo e se sair na frente tem contra-ataque muito forte. Como comissão, por respeito que temos, temos que cuidar de todas as situações, ofensiva e defensiva", completou.
Carille falou também sobre o que espera do Santos neste domingo, de quais peças o adversário levará a campo.
"O que passo para jogadores é que todos jogam com a bola e marcam sem ela. Claro que com a forma que eu jogar, venho um pouco mais para trás, conforme as peças que coloco marco mais no campo deles. O jogo mostra muito. Ele pode esperar e deixar nossos zagueiros com a bola, sem um 9, com Cueva, e apostar nos contra-ataques. Os primeiros minutos do jogo vão mostrar. Ele trai os pontas para dentro para prender a linha de quatro, mesmas ideias do Diniz, para criar superioridade pelo meio. Quando roubar a bola, precisamos ficar atentos com o perde, pois jogam parecido com o Barcelona do Guardiola", avisou.
"A situação do losango que ele usa, ele não tem o 9. Fiz algumas vezes em 2018, trazendo Jadson ou Rodriguinho flutuando. Lembro que o Palmeiras de 2015 com Oswaldo ganhou um jogo na arena fazendo isso também. São situações interessantes. Não sei o que ele pensa, pode vir com dois de velocidade, com Cueva e Jean Motta sem ter um 9, são formas de jogar. De acordo com adversário, tira uma peça ou outra", completou.
Por fim, o treinador do Timão falou sobre o amistoso na pré-temporada, que terminou empatado por 1 a 1, na Arena Corinthians.
"Já colocou o time dentro do campo ofensivo, o que gosta de fazer, vão mudar peças aqui e lá. Eles tinham o Bruno Henrique, o cara do 1 contra 1, hoje vejo o Santos mais na transição. É uma linha ainda mais treinada, serve como referência sim, nos comportamos bem, levamos um gol de bola parada. Tudo é válido sim", finalizou.