Oya superou entrave psicológico para crescer no Corinthians, conta Coelho; entenda
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Por Meu Timão
Fabricio Oya já era tratado como uma das maiores promessas das categorias de base do Corinthians quando ainda tinha idade para jogar no Sub-17. Antes mesmo de o nome Pedrinho chegar à boca do povo, era sobre o "japonês" que os torcedores falavam com bastante empolgação. A diretoria também depositou altas expectativa ao protegê-lo com multa rescisória de quase R$ 200 milhões. E tudo isso parece ter pesado psicologicamente.
Em entrevista concedida ao portal GloboEsporte.com, o técnico Dyego Coelho, do Sub-20, contou bastidores de uma espécie de "volta por cima" de Oya ainda nos tempos de base. De família oriental e sempre dedicado não apenas ao futebol mas também aos estudos, o garoto, hoje com 19 anos, travava na própria autocobrança excessiva, segundo o treinador:
"A autocobrança do Fabricio era complicada. Muito grande. E eu falava para ele não se cobrar tanto. Dizia que o acerto era dele e o erro meu. Ele tem uma capacidade que poucos têm, muito acima da média. Não precisa decidir todos os jogos, não precisa ser o melhor em tudo. Ele tem cabeça boa. Quando parou de se cobrar e entender que não tinha obrigação de fazer tudo, o futebol dele cresceu", disse o técnico que o comandou na Copinha de 2018.
Além de Coelho, também trabalharam com Oya no Sub-20 do Corinthians os técnicos Osmar Loss e Eduardo Barroca. A qualidade da finalização e até uma "surpresa" do ponto de vista físico chamaram atenção das comissões técnicas que com o meia trabalharam.
"Fabricio bate muito bem na bola. Essa batida dele foi onde senti que precisava aproveitá-lo mais. Diziam que ele não tinha intensidade, mas no GPS (após o jogo) aparecia que era sempre quem mais corria. Mesmo sem ser o forte dele, conseguiu dar sprint acima de 23km/h. Eu, Barroca (atual técnico do Botafogo), Osmar Loss, todos contribuímos muito com ele", explicou Dyego Coelho, que agora está em sua segunda passagem pelo Sub-20.
Promovido ao elenco profissional após a última edição da Copa São Paulo, na qual terminou como artilheiro e principal jogador do Corinthians, Oya teve apenas uma chance sob comando de Fábio Carille (21 minutos de um jogo contra o Ituano no Paulistão). No mês passado, foi emprestado ao São Bento, onde jogou quatro vezes e fez um gol pela Série B.
"O jogador pergunta para mim o que fazer e eu digo que quem quer ser jogador de alto nível precisa estar jogando. Acho que fez uma boa escolha, precisa jogar, sofrer, entender o que é o mundo fora do Corinthians e voltar dando mais valor ainda", opinou Coelho.
Com provável retorno ao Corinthians em janeiro do ano que vem, Oya tem contrato com o clube do Parque São Jorge até setembro de 2021.