Presidente da Gaviões faz alerta sobre o futuro do Corinthians: 'Pagar dívida deve ser a prioridade'
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Por Meu Timão
A manhã desta sexta-feira foi de protesto no Parque São Jorge. Com faixas, membros da Gaviões da Fiel cobraram explicações da diretoria sobre a crise financeira e os inúmeros processos dos últimos dias contra o Corinthians. O ato aconteceu pouco mais de 24 horas depois de a sede social do clube amanhecer amanhecer pichada.
Em declarações reproduzidas pela própria Gaviões da Fiel, o presidente Rodrigo Gonzalez Tapia, o Digão, projetou o futuro do clube e explicou o posicionamento da torcida: pagar dívidas tem de ser a prioridade, mesmo que isso custe alguns anos de dificuldades esportivas.
“Saiu uma pesquisa recentemente que a torcida do Corinthians prefere ganhar títulos do que ter um time limitado para pagar as contas. Não concordamos com essa linha de pensamento do torcedor. O clube precisa arrumar a casa para depois voltar a pensar em títulos. E é isso que vamos cobrar da próxima gestão”, analisou.
"O clube está nessa situação por conta da falta de planejamento, dos dirigentes incompetentes, da autonomia dos empresários e os salários milionários dos jogadores. As conquistas dos últimos anos empurraram os problemas para debaixo do tapete, só que depois de tanta sujeira, ficou difícil escondê-los e agora será necessário focar no pagamento das dívidas e a torcida vai ter que entender isso. Ficamos mais de 22 anos sem gritar é campeão, mas não deixamos de torcer e apoiar em nenhum minuto. Essa geração de torcedores que vibrou com as conquistas recentes ainda não teve a experiência de sofrer durante um jejum de títulos e se tivermos que ficar mais de cinco anos sem títulos para quitar todas essas dívidas, com um time limitado, mas com jogadores que honrem a camisa, aceitaremos passar por isso. Já deixamos claro que se o próximo presidente levantar a bandeira que pagar as dívidas será a prioridade do clube nos próximos três anos, os Gaviões estarão ao lado da diretoria do Corinthians para fazer o que for preciso para tirar o clube dessa situação", concluiu.
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O presidente da Gaviões enfatizou que a torcida organizada não tem ligação com o protesto do dia anterior, que teve pichações em tom de ameaça contra Andrés Sanchez na sede social do clube - assista no vídeo abaixo.
“Isso aqui é nosso patrimônio e precisamos cuidar como se fosse nosso filho. Há diversas maneiras de protestar sem ter que destruir o que é nosso. Desde quando criamos a comissão interna dentro dos Gaviões, realizamos diversas cobranças ao clube. Além dos protestos com a participação dos torcedores, fomos atrás de diversas fontes para entender as dívidas. Questionamos o presidente, dirigentes de futebol, os responsáveis pela Arena Corinthians e ainda estávamos buscando ouvir a posição dos membros do conselho, representantes da Odebrecht e do banco Caixa, mas por conta da pandemia não conseguimos realizar essas reuniões", pontuou.
Os muros pichados do Parque São Jorge no protesto anônimo da véspera
Eleições de novembro
Além de repercutir o protesto anterior, que foi duramente rebatido pela diretoria, o líder da Gaviões da Fiel falou sobre as eleições no clube, marcadas para novembro deste ano. Em sua fala, Digão parece ter se dirigido a Mário Gobbi, provável candidato da oposição e ex-presidente do Corinthians.
“Alguns nomes de ex-dirigentes estão sendo citados para assumir o clube com o status de 'salvador da pátria', mas nós somos contra o retorno desses ex-dirigentes ao poder. Eles já mostraram no passado que não sabem administrar, encheram o clube de dívidas e também são responsáveis pelos problemas atuais do Corinthians”, afirmou.