Ex-diretor financeiro do Corinthians avisa: 'Única condição do próximo presidente é pé no freio'
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Por Meu Timão
Raul Corrêa da Silva foi diretor financeiro do Corinthians durante cerca de sete anos (2007 a 2014)
Reprodução/Internet
A situação financeira do Corinthians tem solução, é possível ser equacionada entre dois e três anos, mas sob uma condição irrevogável: diminuir radicalmente os gastos. Essa é a visão de Raul Corrêa da Silva para a governança do próximo presidente do clube, que assumirá a partir de janeiro de 2021.
O ex-diretor financeiro, que ficou responsável pelo departamento durante cerca de sete anos (2007 a 2014) - com Andrés Sanchez e Mário Gobbi na presidência -, comentou o momento complicado do Corinthians durante uma live com o jornalista Jorge Nicola.
"O próximo presidente, seja ele quem for, não terá outra condição que não seja pé no freio. Colocar o pé no freio é parar de contratar. Em dois, três anos... acabou o problema", avisou Raul Corrêa.
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Na sequência, o ex-diretor de futebol do Corinthians apontou os primeiros passos a serem tomados pelo próximo mandatário.
"Bota pé no freio, seja claro com essa torcida, divulgue seus números, aí... não tem pra ninguém. Daqui a alguns anos estaremos na mesma condição que a gente estava, ganhar prêmio de clube mais transparente do Brasil, ter um novo ano de 2012...é tempo que precisa", garantiu.
Alinhado com o "Movimento Corinthians Grande", um dos grupos de oposição do clube, Raul Correa comentou a primeira passagem de Andrés Sanchez pelo clube, na qual fez parte da diretoria.
"Sabe o que falta? Precisa ter uma diretoria profissional. Por que teve tanto sucesso na primeira diretoria do Andrés (2008 a 2011) e do Mário Gobbi (2012 a 2015)? Cada diretor entendia de sua área e contratou profissionais de mercado para sua área. Então, você tinha um problema para resolver com o financeiro? Ligava pra mim. No Jurídico? Ligava para o Sérgio (Alvarenga, ex-diretor jurídico). O próximo presidente precisará ter profissionais. Tem de ter um compliance forte, além de uma diretoria que tenha bons profissionais. Em cerca de dois anos resolvemos a questão. Se não colocar o pé no freio, vamos ter todos os problemas com o Fair Play Financeiro (medidas que serão tomadas pela CBF a partir de 2020)", afirmou Raul, que analisou a atual gestão.
"O Andrés se perdeu um pouco, gastou demais, ele sabia que não daria para gastar tanto. O orçamento não foi respeitado. Sempre pedi transparência e pé no freio. Estou apoiando o Mário Gobbi. Gosto muito do Andrés, mas essa última gestão ele gastou demais. Não estou falando de falta de lisura, estou falando de investimentos", ponderou.
Por fim, Raul Corrêa da Silva pediu mais espaço para os jovens da base, que poderão ajudar o Corinthians a sair dessa atual situação financeira.
"Às vezes me perguntam: 'Raul, se você fosse o presidente, como seria seu time?'. Eu respondo: 'Cinco da base, quatro carregador de piano e dois de Seleção'. Os nomes? Problema do treinador e do diretor de futebol. Temos a melhor condição, o melhor celeiro de clubes, o 'Movimento Corinthians Grande' fez um estudo que, se considerarmos dez quilômetros da Arena, temos cerca de 150 clubes de várzea por perto. Olha que celeiro...do lado da nossa casa. Nós temos que investir na base. Por que o Santos revela? Por que o Flamengo revela? Temos de treinar essa molecada e colocar para jogar. Quantos meninos nasceram no terrão e que estão sendo vendidos por milhões de euros? Porque não dá chance de vencer no Corinthians", finalizou.
