Ricardinho explica saída do Corinthians para rival após a Copa do Mundo de 2002
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Por Meu Timão
Multicampeão pelo Corinthians e ídolo da torcida alvinegra, Ricardinho surpreendeu a todos ao deixar o clube para se juntar ao rival São Paulo em 2002. 18 anos depois, o ex-meia deu detalhes da transação e explicou a decisão de deixar o Parque São Jorge logo após votar valorizado da Copa do Mundo.
"Existiam alguns clubes interessados, entre eles o São Paulo. O Cruzeiro estava na briga, tinha uma proposta do Villareal, da Espanha, do Leeds United, da Inglaterra, e da Udinese, da Itália. Financeiramente o Corinthians tinha sérios problemas e precisava rentabilizar, negociar jogadores. Devido isso, tive uma conversa com a direção e aí decidimos ouvir as propostas", explicou, em podcast do GloboEsporte.com.
"As propostas para mim eram todas boas, mas para o clube, a melhor era a do São Paulo. Financeiramente para o Corinthians, era a melhor. Eu só tinha um ano de contrato, a multa podia cair. Eu disse para o presidente na época que se eu tivesse que sair, que seja pelo valor da multa ou que vocês coloquem. Existia a possibilidade de jogar mais seis meses e acertar um pré-contrato para sair de graça", completou.
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A transação ajudou o Corinthians a quitar uma dívida com a Federação Paulista de Futebol. Diante de todo o cenário, Ricardinho exigiu que a negociação fosse boa para o clube e, por isso, saiu com gratidão da diretoria da época, que o prometeu um retorno e tentou cumprir já em 2005, antes da volta confirmada no ano seguinte.
"O que pesou foi a questão financeira. O Corinthians tinha um débito com a Federação Paulista e o São Paulo tinha um crédito, foi pago via federação. Fiz questão que fosse pago o valor que o Corinthians estipulasse. Por que isso? Por um simples motivo: o Corinthians sempre foi muito correto comigo, desde que cheguei. Eu não poderia, mesmo indo para o São Paulo, sair com uma negociação para prevalecer e deixar o Corinthians sem ressarcimento", ressaltou.
"Na minha saída, o Alberto Duallib disse 'você sabe que eu não gostaria que você saísse'. Eu falei 'eu também, renovaria o contrato, porque me sinto bem aqui'. A partir daquele momento, disse que a responsabilidade da saída era minha, porque ele era um senhor de mais de 80 anos que não assumiria a saída e não deveria, porque eu que estava saindo. Não era justo colocar na conta dele. Ele me garantiu que na primeira oportunidade financeira, me traria de volta para o Corinthians. Fiquei muito feliz porque geralmente os jogadores saem de um jeito diferente. Foi isso que aconteceu. Quando eu estava no Santos, assim que a MSI chegou ao Corinthians, me procuraram para que eu pudesse retornar porque o Alberto tinha colocado isso nas reuniões dele. Só não voltei porque eu tinha um compromisso de contrato com o Santos", acrescentou o meia, que voltou em 2006 ao Timão.
Se arrepende?
Questionado sobre a sensação que fica pela saída, Ricardinho negou arrependimento justamente pela situação financeira do Corinthians na época, mas também pelo que foi sua passagem no São Paulo.
"Pelas circunstâncias do momento, eu fiz o que tinha que ser feito. "Ah, mas você se arrependeu de ter saído do Corinthians e ter ido para o São Paulo?". O ideal não era ter saído do Corinthians, mas as circunstâncias fizeram com que tivesse a transferência. Então não tem arrependimento, até porque fui para um clube grande, estruturado, onde as pessoas me acolheram de uma forma muito legal", concluiu.
Ao todo, vale lembrar, Ricardinho fez 277 partidas pelo Corinthians, com 66 gols marcados e sete títulos: Paulistão (1999 e 2001), Mundial (2000), Brasileirão (1998 e 1999), Copa do Brasil (2002) e Rio-São Paulo (2002).