Grupo político de Andrés Sanchez repete com Duílio estratégia utilizada nas cinco vitórias seguidas
9.2 mil visualizações 107 comentários Reportar erro
Por Rodrigo Vessoni
Duílio Monteiro Alves anunciou a saída do cargo de diretor de futebol para iniciar sua campanha à presidência do Corinthians. Deixar o cargo diretivo de maior visibilidade para tentar ocupar a cadeira mais importante do clube é uma velha estratégia do grupo Renovação & Transparência.
Desde quando o Corinthians precisou definir o substituto de Alberto Dualib, em novembro de 2007, todos os presidentes eleitos foram oriundos do departamento de futebol profissional. Foram nada menos do que cinco triunfos seguidos com essa mesma estratégia. A saber:
- 2007 (mandato tampão) - foi necessário que o Conselho Deliberativo escolhesse o substituto de Alberto Dualib, que sofrera impeachment dias antes, para um mandato tampão até início de 2009. Ex-diretor de futebol, Andrés Sanchez foi eleito com 175 votos, contra 158 de Paulo Garcia - Osmar Stábile somou apenas 14 votos;
- 2009 - na primeira eleição da história com votação dos associados, o mesmo Andrés Sanchez obteve 66,9% dos votos, e não deu chances a Paulo Garcia e Osmar Stábile;
- 2012 - Mário Gobbi Filho, diretor de futebol entre os anos de 2008 e 2010, foi eleito presidente do Corinthians ao bater Paulo Garcia;
- 2015 - Roberto de Andrade, diretor de futebol do Corinthians entre os anos de 2010 e 2013, foi eleito ao bater Antonio Roque Citadini;
- 2018 - Andrés Sanchez, que já havia sido diretor de futebol e presidente, voltou à cadeira mais importante do clube ao bater Paulo Garcia, Antônio Roque Citadini, Felipe Ezabella e Romeu Tuma Júnior.
Como é possível ver acima, a chapa Renovação & Transparente teve um modus operandi nos últimos 13 anos. Ou seja, o diretor ligado ao futebol profissional adquiriu conhecimento da rotina do principal departamento do clube, na sequência se afastou para trabalhar a candidatura e, meses depois, assumiu a principal cadeira do clube.
Em relação a Duílio, a única diferença foi a antecedência da saída do cargo de diretor de futebol. O último, que irá disputar o pleito de novembro, deixou o cargo há menos de três meses das urnas. Os anteriores deixaram o posto cerca de um ano antes da eleição.
Em tempo: além da situação financeira do clube e do noticiário negativo, um terceiro motivo levou Duílio Monteiro Alves a demorar para iniciar sua campanha eleitoral: o temor que seu afastamento do departamento de futebol profissional tivesse um impacto negativo na condução da rotina no CT.