Raul Gustavo relembra trajetória até o Corinthians e cita arrependimento por soco em goleiro na base
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Por Meu Timão
Jovem Raul Gustavo em treino no CT Joaquim Grava
Rodrigo Coca / Agência Corinthians
Um dos principais destaques do Corinthians na temporada, o zagueiro Raul Gustavo tem vivido um sonho com a camisa da equipe do Parque São Jorge. Apesar de apenas 22 anos, o defensor marcou o primeiro gol da vitória diante do Santos, por 2 a 0, no último domingo e emocionou a todos.
Em entrevista ao GloboEsporte.com, o zagueiro alvinegro compartilhou que já vinha planejando homenagear a irmã Fabíola Cristina, que faleceu há nove meses em um acidente de carro. Além da emoção, Raul também contou como foi abraçado pelos companheiros de equipe.
"Fiz não tem muito tempo (a camiseta), mas do primeiro jogo do profissional contra o Bahia eu já estava com ela (28 de janeiro). Eu ia fazer bem no começo da perda, mas a família desmoronou muito, tive muitos pensamentos negativos também. Mas fui amadurecendo, me conformando um pouco e vi que pelo futebol eu me sentiria alegre de novo. E aí fiz a camisa, foi uma das melhores coisas que fiz. Quando entro no vestiário e vejo a camisa dela, fico muito feliz. Realizo um sonho que não é só meu, mas da minha família e principalmente dela, que sempre falava de mim", contou.
"Me senti muito abraçado por eles, me tratam como família. Alguns jogadores chegaram em mim, perguntaram se me sinto à vontade de falar, de me abrir. Outros ficaram quietos, entendem o momento. Mas me dizem que ela deve estar muito feliz por eu estar realizando o sonho dela, que posso sempre contar com eles. Isso me fortalece, saber que posso contar com o grupo e me sentir abraçado", lembrou o jogador.
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Natural de Minas Gerais, Raul Gustavo não teve trajetória fácil no futebol. O zagueiro, criado pelos avós paternos, recebeu muitos "nãos", passou pelo futebol de várzea e, quando foi aprovado em alguns testes, precisou deixar o sonho de lado para ajudar a família. Raul ainda teve passagem pelo futebol croata antes de chegar ao Timão em julho de 2019. Hoje, quase dois anos depois, tem sido constantemente pedido como titular pela torcida alvinegra.
"Fico muito agradecido por isso, mas é tudo no tempo de Deus. Dou meu melhor sempre, quero estar como opção do treinador. Aqui não tem titular e reserva, vou sempre dar meu máximo para estar bem, ele pode contar comigo em qualquer situação", agradeceu Raul ao torcedor do Corinthians.
Amadurecimento é a palavra-chave para Raul Gustavo. Em 2019, o jogador chegou a balançar as redes em um Dérbi, mas na semifinal do Brasileiro Sub-20, perdeu a cabeça, segundo ele mesmo, ao acertar um soco no goleiro Hugo, do Flamengo, em uma confusão generalizada. O zagueiro corinthiano se arrepende da atitude.
"Na vida a gente aprende com os erros. Eu amadureci, foi uma fatalidade de jogo, um clássico, molecada não quer perder. Eu perdi a cabeça e acabei agredindo o Hugo. Em sequência mandei mensagem para ele pedindo perdão. Não é da minha índole violência, não é porque sou zagueiro e que chego firme na bola que vou ter intenção de agredir meu adversário. Foi muito importante lidar com essa situação. Foi um amadurecimento, de não cometer mais esse erro, de aprender com ele. Não sou de violência, não sou de briga, é página virada, agora é jogar futebol e alegrar o torcedor do Corinthians", recordou Raul.
"No dia a dia com nosso elenco eu amadureci muito aqui, o Corinthians tem a melhor estrutura para mim. Tem aquele ditado que Deus ajuda quem trabalha, e sempre dei meu melhor, procurei meu espaço, sempre quero jogar, claro que respeitando todo mundo e com os pés no chão. Mas trabalho muito para, quando a oportunidade chegar, estar preparado", completou.
Pela temporada 2021, Raul Gustavo disputou três jogos pela equipe do Corinthians. O zagueiro foi titular diante da Ferroviária, Ituano e Santos, tendo uma derrota e duas vitórias com a camisa alvinegra. O defensor tem vínculo com o Timão até 2024.
O time de Mancini tem compromisso na quinta-feira, às 19h15, diante do Peñarol, pela Sul-Americana, mas a tendência é que o zagueiro não seja titular na partida.
