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Conselho do Corinthians vota contas de 2019 e 2020; situação e oposição dão seus argumentos

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Parque São Jorge viverá mais uma votação de contas; desta vez, devido à pandemia, de maneira virtual pelos conselheiros

Parque São Jorge viverá mais uma votação de contas; desta vez, devido à pandemia, de maneira virtual pelos conselheiros

Rodrigo Vessoni/ Meu Timão

Após inúmeros adiamentos, o Conselho Deliberativo do Corinthians vota nesta terça-feira, a partir das 18h, as contas de 2019 e 2020, além do orçamento de 2021. Devido à pandemia, os cerca de 300 conselheiros votarão por meio da internet.

Em relação ao ano fiscal de 2019, o Corinthians fechou com um déficit de R$ 195 milhões. No ano passado, o clube também fechou no vermelho, mas o valor foi de R$ 123 milhões. Nos dois anos, sob a presidência de Andrés Sanchez e a gestão financeira do diretor Matias Antonio Romano de Ávila.

Balanços de 2019 e 2020 foram responsabilidade da presidência de Andrés Sanchez e da gestão financeira do diretor Matias Antonio Romano de Ávila

Balanços de 2019 e 2020 foram responsabilidade da presidência de Andrés Sanchez e da gestão financeira do diretor Matias Antonio Romano de Ávila

Daniel Augusto Jr. / Agência Corinthians

Em caso de reprovação das contas, o presidente do Conselho Deliberativo (Alexandre Husni) poderá optar pela abertura de um processo administrativo contra Andrés. Procedimento esse que seria tocado pela Comissão de Ética do clube. Como Andrés já não está mais no cargo, um impeachment não faria sentido.

Com a intenção de esmiuçar o assunto e trazer os dois lados da história, a reportagem do Meu Timão pediu que conselheiros da situação e da oposições escrevessem um texto com motivos para aprovação e reprovação das contas de 2019 e 2020.

Veja abaixo

Conselho Deliberativo deve APROVAR as contas de 2019 e 2020 do Corinthians (por Claudio Monteiro da Costa)

Cláudio Monteiro da Costa é empresário, conselheiro e membro do Conselho de Orientação (CORI) do Corinthians

Cláudio Monteiro da Costa é empresário, conselheiro e membro do Conselho de Orientação (CORI) do Corinthians

Reprodução/Internet

Escrever sobre o Corinthians num dia acalorado de aprovação de contas é correr o risco de ser mal entendido e até distorcido. Mas, para alguém como eu, que vivo há mais de 35 anos no mercado financeiro e na direção de empresas do setor de energia, o clube corre outro risco, de uma distorção ainda maior: não compreender seu presente financeiro e, por falta de visão, comprometer seu futuro.

Penso que muitas pessoas não entendem qual é a pergunta que o Conselho Deliberativo vai responder na reunião desta terça-feira. E me preocupo com opiniões que leio e escuto: muitos parecem interessados nessa confusão.

A pergunta que o Deliberativo tem de responder é bastante simples: as demonstrações de resultados de 2019 e 2020 publicadas pelo clube estão CORRETAS? Em outras palavras: do ponto de vista técnico-contábil, esses balanços representam com fidelidade a relação entre as receitas obtidas e os desembolsos do clube nos últimos dois anos, com uma pandemia inclusa? Há algum ato ilícito?

Quem quiser responder essa pergunta honestamente não terá problemas. Dono do balanço mais destrinchado do país, o Corinthians apresentou as demonstrações de 2019 com um erro de R$ 18,4 milhões, porque não contabilizou o processo da dívida referente à venda de Jucilei (J. Malucelli-PR). Aquele balanço, como estava, não poderia ser apresentado ao Deliberativo.

O que se viu da parte da gestão Andrés Sanchez, porém, foi a imediata correção desse balanço; de lá para cá, nenhum outro erro foi apontado. Os dados de 2019 foram atualizados e reapresentados aos órgãos de controle. Nada mais se acrescentou a 2019. Assim como nenhum reparo foi feito às demonstrações que a atual gestão publicou em fins de março, referentes a 2020, sem nenhuma ressalva da auditoria independente. Como se sabe, elas foram unanimemente aprovadas pelo Conselho Fiscal e pela absoluta maioria do Conselho de Orientação. Todos os sócios, conselheiros e órgãos de imprensa tiveram acesso a um dos relatórios mais criteriosos da História do Corinthians, e nada foi apontado.

Mesmo assim, para muitos, o que está em julgamento é o tamanho da dívida. É como se o Deliberativo tivesse que responder se ACEITA que o Corinthians tenha uma dívida total de R$ 949 milhões. Pior: muitos realmente acreditam que o Deliberativo fará um favor ao Corinthians se responder essa pergunta fictícia com uma reprovação vingativa, de cunho político, depois de uma eleição em que os mais ruidosos opositores do ex-presidente Andrés ou chegaram em terceiro lugar, ou nem tiveram candidato. Nada mais enganoso.

Confundir essas perguntas intencionalmente – como se essa fosse a cura – é dar uma injeção mortal num paciente recuperável. Nesse momento econômico desafiador que o país atravessa, reprovar contas corretas significa triplicar o caminho do Corinthians rumo à recuperação e ao equilíbrio econômico-financeiro.

Ainda por cima, significa negar todos os esforços da atual diretoria na visível modernização do Corinthians, com a chegada de duas das melhores consultorias do mundo (a Falconi e a KPMG) e o desejado equilíbrio econômico. Mesmo com bilheterias zeradas e diminuições expressivas de receitas em 2020, conseguimos reduzir o déficit anual em 37%. O empenho continua, e os dois primeiros meses de 2021 tiveram um leve superávit. Lembro ainda que, para quem exporta jogadores, o câmbio é favorável, e um pouco de sorte pode até acelerar essa recuperação.

Todo corinthiano tem direito a uma opinião sobre os presidentes que passaram pelo clube. Cada membro do Deliberativo tem o direito de expressar essa opinião através do seu voto. Mas nenhum corinthiano tem o direito de sabotar o futuro do Corinthians. Nossa vocação para a glória tem que nos orientar para as soluções que o clube precisa. Parte disso, hoje, é simples: basta aprovar aquilo que não tem erro algum, mirar o futuro e continuar o trabalho responsável. Dentro das quatro linhas, esse processo levará algum tempo para se transformar em sucesso. Mas, se entendermos bem o que está em jogo hoje, chegaremos lá muito mais rápido.

Conselho Deliberativo deve REPROVAR as contas de 2019 e 2020 do Corinthians (por Max Anselmo Carvalho)

Max Anselmo Carvalho, é contador, auditor e membro da oposição no Conselheiro Deliberativo

Max Anselmo Carvalho é contador, auditor e membro da oposição no Conselheiro Deliberativo

Reprodução/Internet

Salve fiel, meu nome é Max Anselmo Carvalho, sou conselheiro do Sport Club Corinthians Paulista e estou cumprindo o meu segundo mandato como parlamentar dessa instituição que alimenta a nossa alma.

Profissionalmente sou Contador e Auditor, tenho 26 anos de vivência na área financeira e contábil com formação pela Fundação Getúlio Vargas em Auditoria, Controladoria e Gestão financeira e formado pela Universidade São Judas em 2000 em Ciências Contábeis.

Fui questionado, o porquê de reprovar as contas de 2019 e 2020 do Sport Club Corinthians Paulista. Perguntas como, não vamos perder crédito perante ao mercado e instituições financeiras na necessidade de captação de recursos reprovando essas contas? Questionamentos esses de torcedores e conselheiros que elevam a discussão e agregam valor a nossa instituição.

Minha introdução a resposta a esses questionamentos, inicia-se com a ata da reunião ordinária que em onze dias do mês de dezembro do ano de dois mil e dezoito, realizou-se, no Auditório da Sede Social do Sport Club Corinthians Paulista, situado na capital do Estado de São Paulo, à Rua São Jorge, número 777, a Reunião do Conselho deliberativo, b) Votar a previsão orçamentária para o exercício de 2019, juntamente com os pareceres do Conselho Fiscal e do Cori. O Sr. o Sr. Matias Avila, ex-diretor financeiro do SCCP, “Apresentou o orçamento para 2019, informando que se trata de um orçamento conservador. A previsão de despesas apresentadas prevê uma queda de 9%, já considerada a inflação, em relação aos valores previstos para 2018. Sobre as despesas apresentou a questão de redução de despesas com pessoal, folha de pagamento de direitos de imagens dos atletas profissionais de futebol, redução gerais e administrativas, redução relativos a viagens e estadias, redução de categorias de hotéis, meios de locomoção, torneios em disputa, etc., e indenizações; as despesas operacionais dos jogos da arena, mais o repasse da bilheteria e afirmou que esse efeito no orçamento é zero. Redução de cerca de 13% em serviços. Finalizando, apresentou uma previsão de um superávit orçamentário de R$ 650 mil.

Mas um torcedor me questionou, Max o que é orçamento, orçamento ganha jogo? Respondi que um orçamento bem elaborado, feito dentro das premissas devidas e seguido pelas diretorias, não ganha somente jogo, ganha campeonatos, paulista, Rio-São Paulo, Copa do Brasil, Brasileiro, Sul-americana, Libertadores e Mundial de Clubes por três anos consecutivos.

E o orçamento é a bussola para que a diretoria e sua alta administração possam concluir os objetivos dentro do planejamento elaborado, instituições vencedoras, não somente clubes de futebol, mas empresas e companhias que seguem seus orçamentos, obtém como objetivo maiores lucros e melhores resultados.

E mais, o orçamento faz parte das regras definidas no estatuto do clube, em seu artigo 112, atribuições do presidente da Diretoria, “11 – Submeter ao Conselho Deliberativo, anualmente, a previsão orçamentária para o exercício seguinte,”., Secção 11, art. 97. Compete ao CORI (Conselho de Orientação), C, Emitir parecer ao CD (Conselho deliberativo) sobre o relatório da Diretoria, a proposta orçamentária para cada exercício financeiro.....” ou artigo 102, F. dar parecer sobre o projeto de orçamento e opinar sobre a cobertura de créditos adicionais ao orçamento, tendo em vista os recursos de compensações.

Sabemos que o orçamento é a bussola e qual a sua obrigatoriedade dentro do clube, mas durante o ano de 2019 o orçamento não foi seguido, a administração do clube, não seguiu o planejamento definido e o orçamento aprovado pela maioria dos Conselheiros. Eram esperados Superavit (lucro) de R$650 mil e o resultado apresentou uma gestão temerária e uma falta de responsabilidade de gestão com a nossa instituição onde o resultado foi um déficit (prejuízo) de R$ 195.476 milhões.

E o mais preocupante, respondendo aquele questionamento do início: “não vamos perder crédito perante o mercado e instituições financeiras na necessidade de captação de recursos reprovando essas contas?”, a resposta é não. Por quê no caso de uma reprovação, a instituição apresentará que seu órgão regulador, isto é, o conselho deliberativo, é um órgão fiscalizador que atua dentro da ética e de acordo com as leis. Para captação de recursos a apresentação do faturamento do clube, junto as emissoras de TV e patrocinadores, são garantias que podem ser apresentadas.

Dentro desse cenário, outro ponto é o benefício fiscal que a instituição se beneficia, do Programa de Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro (PROFUT). Esse benefício é o parcelamento dos tributos federais devidos ao governo, valores que deveriam ser recolhidos (pagos) dentro de um curto prazo (menos de 360 dias / 1 ano) e que foram parcelados com juros reduzidos aos aplicados ao mercado, com vigência superior ao curto prazo e sem o pagamento de multas. Em 2019 o PROFUT ou dívida tributária correspondia a R$ 222.960 milhões.

Conforme as regras para que o Sport Club Corinthians Paulista se mantenha o programa de beneficiamento tributário, o Art. 25. Consideram-se atos de gestão irregular ou temerária praticados pelo dirigente aqueles que revelem desvio de finalidade na direção da entidade ou que gerem risco excessivo e irresponsável para seu patrimônio, tais como: VI ­ formar défice ou prejuízo anual acima de 20% (vinte por cento) da receita bruta apurada no ano anterior; A perda do PROFUT poderá triplicar a divida tributária e ainda mais, diminuir a sua vigência para ser liquidada de imediato, o que poderia levar o clube a falta de caixa, descumprimento de suas obrigações fiscais, trabalhistas e com fornecedores, de sua inoperatividade, rebaixamentos de acordo com as regras impostas pela Confederação Brasileira de Futebol e demais Confederações e Federações de outros esportes onde o SCCP participa.

Importante entender que o parecer dos auditores independentes está vinculado aos saldos contábeis apresentados, em nenhum momento a gestão é analisada e a forma de se analisar a gestão é através do orçamento versus as demonstrações contábeis realizadas. Em 2020, seguimos o mesmo raciocínio. Foram orçados R$ 40 mil de superavit é o resultado obtido foi a Gestão Temerária devido ao prejuízo / déficit de R$ 123.314 milhões. Novamente gestão temerária e eu como conselheiro do Sport Club Corinthians Paulista, MBA em Gestão Financeira, Auditoria e Controladoria, Contador e Auditor, recomendo a reprovação, ela e ética, justa é devida. Compromisso do conselheiro que tem a função de fiscalizar e legislar a favor da instituição e não das pessoas que compõe a administração.

O PROFUT em caso de reprovação, dá ao clube o direito de renegociação o qual deverá apresentar o orçamento do ano subsequente e mensalmente, encaminhar para a APFUT informações do realizado x orçado e mostrar que a administração do clube está seguindo o orçamento.

Veja mais em: Parque São Jorge, Diretoria do Corinthians, Eleições no Corinthians e Andrés Sanchez.

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