Du revela momento dentro da cadeia durante infância ao citar primeira final pelo profissional
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Por Maria Beatriz de Teves, Vitor Chicarolli e Rodrigo Vessoni
O Corinthians está na final da Copa do Brasil após empatar por 2 a 2 com o Fluminense fora de casa e, nesta quinta-feira, confirmar a vaga à decisão com vitória por 3 a 0 na Neo Química Arena. Logo após o jogo, o volante Du Queiroz celebrou a primeira decisão pelo profissional e mencionou as dificuldades percorridas ao longo de sua trajetória.
“Sentimento de felicidade. Realização de um sonho, eu que vim de uma favela, estar aqui hoje representando onde moro, não tem sentimento maior que isso. Sai de lá sim, morava lá na Vila Gomes. Feliz demais pelo que está acontecendo na minha vida e creio que Deus tem coisas maiores ainda”, disse o jogador em zona mista após o confronto.
“A gente sempre sonha, mas em um momento da vida, no Sub-23, eu pensei em desistir porque estava difícil, complicado. Mas todas as vezes que subi pra treinar não foi por acaso, Deus já tinha escrito que eu estava dando minha vida nos trinos, foi quando o Sylvinho me enxergou e eu fiz a estreia. Fui bem, mas no profissional foi tudo muito rápido. Demorou pra eu chegar, Deus estava preparando o caminho, porque foi difícil, doloroso”, continuou o volante.
Du Queiroz ainda citou um momento delicado que passou durante a sua infância: o jogador do Corinthians revelou ter frequentado a cadeia para visitar o seu pai quando tinha apenas sete anos de idade. O camisa 38, no entanto, enxerga o momento como um processo de aprendizado e, principalmente, de amadurecimento.
“Com sete anos de idade, eu estava dentro de uma cadeia, jogando bola, e hoje eu estou podendo disputar uma final da Copa do Brasil. Coisas que aconteceram na vida, quando eu era pequeno tive que frequentar a cadeia e acho que isso me amadureceu muito. Cresci como ser humano, desde pequeno ter responsabilidade de homem e isso influenciou a ser o que sou hoje e estar onde estou. Muitas vezes tem crítica, mas só eu sei da minha identidade, caminho que trilhei, coisas que passei pra estar aqui hoje e não é por acaso”, revelou Du Queiroz.
“Na realidade não fui eu que fui preso, foi meu pai. Mas quando ele vai preso, a gente sofre junto, fica preso junto... sem palavras pra tudo que estou vivendo. E só deixar claro aqui, eu estou treinando muito a finalização. Vocês não têm noção do quanto eu estou treinando, Vítor me pega depois do treino e eu treino bastante, uma hora vai sair. Mexeu (comigo o lance de quase gol). Estou precisando de gol aqui, ele (VP) falou, tinha opção melhor, mas no jogo eu só pensei no gol. Estou treinando e no momento certo vai sair”, concluiu o volante corinthiano.